almas gêmeas

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O senhor Lee Jihoon contou um pouco sobre o tal pré-modernismo hoje durante a aula. Digamos que tenho me interessado nas aulas de literatura ultimamente. Eu não sou muito de ler, tenho preguiça. Mas, constantemente me pego pensando em Minghao e em como ele lê aqueles livros com gosto e prazer. Ele se desprende do seu entorno quando passa os olhos pelas letras embaraçosas. Começo e me perguntar o que de tão interessante tem naqueles livros. Se o Xu não sai de casa, então ele nunca foi a escola, ou seja, aqueles livros são seus estudos. Por isso ele sabe tanta coisa. Tantas curiosidades soltas...

- Por isso ele me quer por perto.

Acabei sussurrando em meio a aula. Todos estavam focados na explicação do Lee e eu com minha vasta mania de pensar alto, deixei escapar. Mas, é sério. Ele me quer perto pois não tem com quem dividir os seus conhecimentos. Agora parando pra pensar, se Minghao estivesse em uma escola ele seria muito chato. Provavelmente um daqueles cdfs.

- Juni... – o Kwon me tocou o braço – você tá rindo sozinho, cara... as pessoas estão olhando.

Chan também me olhava, e pra variar, me julgava internamente.

- Senhor Wen?

Ah, merda, chamei a atenção do senhor Lee.

- O pré-modernismo foi uma escola literária?

Eu não sei... não prestei atenção. Droga, droga! Se fosse qualquer outro assunto como a porra do naturalismo, sentimentalismo ou realismo eu teria respondido. Mas... parando pra pensar agora...

- Senhor Wen?

Parando pra pensar agora...

- Wen Junhui.

- Sim professor?

Xu Minghao é o mais puro sentimentalismo que se existe. É isso o que ele quis dizer para mim aquele dia.

- Responda a minha pergunta por favor? – ele não parecia irritado.

- Perdoe-me, não sei a resposta.

- Eu sei – Chan ergueu o braço – não, não foi. Na verdade, foi um período literário nacionalista, que...

Desde quando o Chan entende de literatura? Aish, isso não importa! Eu só sei que acho que entendi o que o garoto avermelhado quis me dizer. Pensando desta forma, Xu Minghao é como a ideia de Sentimentalismo. Ele se baseia na supervalorização das emoções, assim acaba as sentindo no seu todo na sua forma mais suave. Como áureas que mostram a essência dos seres humanos, se são bons ou maus. Ele observa.

- Isso mesmo Lee Chan – disse o professor orgulhoso, mas foi interrompido pelo sinal que fez com que os alunos começassem a sair da sala lentamente – Junhui, antes que vá, posso falar com você rapidinho?

- Claro, senhor Lee...

Achei estranho, mas Soonyoung disse que esperaria lá fora junto a Chan.

- Precisa de algo, senhor Lee?

- Junhui, você não é um dos meus melhores alunos, mas nem por isso vá pensando que eu não reparo em você – sua voz era calma – está tudo bem? Sei que você tem problemas com os... barulhos e ruídos... eu faço de tudo para não o incomodar com o giz no quadro e os ventiladores ligados.

- Senhor, Lee! Sua aula é uma das que eu mais gosto. Não se incomode com isso.

- Mas, ainda estou preocupado... está tudo bem com os seus amigos?

- Sim.

- Na sua casa?

- Tudo bem.

- E com você?

carpe diem - junhaoOnde histórias criam vida. Descubra agora