Reflexão

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Estava escuro.

A noite sempre era bem-vinda quando oferecia o seu melhor silêncio para refletir.

Faltava a presença de um dos corpos, era Bella. Assim como da primeira vez, quando o investigou com sincera curiosidade.

Victoria era muito persistente. Lhe induzindo a seduzir jovens para a sua festinha de vingança contra a própria raça. Riley achava muito infantil. Vingança. Mas, quando olhava para ela e lembrava no que ela lhe transformou, a ira vinha tão rápido quanto sumia. Então compreendia o sentimento descontrolado dela. Única diferença, é que não podia contra Victoria. Sinceramente, perdeu maioria de seus sentimentos após ser transfigurado ao estado atual. Sem sentido, apenas seguindo ordens e sendo desconsiderado com as sensassões dos jovens confusos e desesperados.

Seguiu-se até que o sentiu. Um odor doce e atrativo. Ter os sentidos aguçados de primeira é tenebroso de se controlar, mas após se adaptar, um mundo surpreendente de sensações alheias invade a mente insana. Você sente junto aos outros.

Riley gostou de experimentar Charlie, as emoções nem um pouco reprimidas daquele homem  solitário. Uma força enorme inundava os sentidos do vampiro quando ele entrou em contato com o policial indefeso. Seu cheiro, o calor, os espasmos soltos pelos pesadelos que ele tinha todas as noites. Virou um mal hábito observá-lo, após Victoria ordenar que o vigiasse. O homem era muito curioso, e ela mandar o próprio motivo da investigação de Charlie para supervisiona-lo, foi uma piada sem sal. Ou talvez, só queria que Riley se descontrolasse e o devorasse afim de calar o intrometido de uma vez.

Certa noite, foi mais caprichoso. Excitado após uma tensa luta contra lobos que defendiam a região que Riley foi designado a caçar, ele se escondeu sob um véu de hormonios lupinos deixado ao redor da residência de Charlie pelos lobos conhecidos. Se o homem ao menos soubesse que estava nas mãos de tais criaturas, seria interessante de vê-lo pirar.

Riley outra vez estava no canto mais escuro da sala. Já que outra vez o policial usou o sofá de leito para seu descanso noturno. Já era mais de nove horas, o homem aparentava cansaço, emanava tensão por seus sonhos, enquanto estava rodeado por papeladas presas sobre uns pesos, por que pela janela aberta a brisa ousava brincar com os documentos leves.

Taciturno, ele já estava próximo o suficiente para que se inclinasse sobre Charlie, absorvendo as sensações expelidas, sendo puxado o suficiente para que quase tocasse a extensão do pescoço exposto em oferenda, com a ponta de seu nariz frio. Tentador, como a pulsação calma lhe cativava e estimulava sua vontade de mordê-lo. Mas não prosseguiu, sua atenção caiu para o colo exposto da camisa de botões onde a respiração subindo lentamente era quente, e Riley ousou espalmar sua mão sobre o grande peito macio.

O coração que batia ali, era encantador, poderia deitar seu rosto sobre o abdome e gozar do som delicado e o calor oferecido. Mas se limitou em apenas senti-lo com sua mão, uma sensação nova, e também antiga.

Naquele silêncio e momento estranho, Riley não se importou com mais nada, além de fechar os olhos e sentir junto ao homem. Se afogando com o perfume viciante de um ser vivo.

Mesmo com reflexos tão prévios, Riley se surpreendeu quando Charlei agarrou sua mão ao colo e puxou para se virar. Agora, sua fria mão estava entrelaçada na do policial adormecido, e seu tronco próximo demais das costas dele. O suficiente para sentir o odor quente da nuca e cabelos.

Era obra do destino o tentar daquela forma. Riley não queria dar fim a investigação, estava gostando de ver o homem brincar de detetive enquanto era observado pelos próprios artistas do crime.

Eclipse - E se...Onde histórias criam vida. Descubra agora