Erro Fatal

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A luz do sol filtrava-se timidamente através das copas densas das árvores, criando um jogo de sombras que dançava no chão da floresta que normalmente era tranquila, e que agora parecia viva com o som dos passos corridos de Charlie.

Ofegante, corria com todas as suas forças, sentindo o coração pulsar em seu peito. Ele sabia que estava em território perigoso, mas sua determinação em descobrir o que havia acontecido com os jovens desaparecidos o impulsionava adiante.

Charlie havia chegado a um riacho que serpenteava pelo terreno, suas águas cristalinas contrastando com a escuridão que logo vinha para o cercar. O barulho da água era quase um alívio, mas ele não podia se permitir relaxar, quando se lembrava da maneira como os olhos brilhantes em malícia de Victoria o encarou sem piscar.

Em meio a todo o alvoroço de seus passos e gritos vindo logo atrás, mas ainda distantes, Charlie se lembrou da cena anterior, enquanto explorava uma das regiões delimitadas pela lei. 

A visão dos jovens, agora transformados em criaturas sedentas de sangue, no galpão de serraria abandonado que havia encontrado, ainda o assombrava. Era uma surpresa saber de um mundo tão tenebroso.

 E agora, no fundo da floresta, sombras se moviam rapidamente.

Mas então, um ruído muito próximo ao lado cortou o ar. O som de passos apressados se aproximava. Charlie parou, expectando, a respiração acelerada, e virou-se para certificar que não havia imagens próximas atrás.

Aos seus olhos, a floresta, agora, parecia um labirinto. Não sabendo se já havia passado por ali. Ele tinha que encontrar uma saída, mas a sensação de que estava sendo cercado aumentava a cada instante, e o desespero o impulsionava. Mas, a realidade da situação era clara: ele estava em uma corrida contra o tempo, e aqueles bichos estavam determinados a caçá-los até a morte.

Quando Charlie pensou em seguir o outro rumo, um vampiro surgiu de repente, bloqueando seu caminho. A criatura, com olhos brilhantes e dentes afiados, lançou-se sobre ele com uma velocidade sobrenatural. Charlie tentou desviar, mas o vampiro o agarrou pelo braço, puxando-o para perto.

"Você não deveria ter vindo aqui."

Sussurrou com um sorriso cruel se formando em seu rosto.

Charlie relutou no agarre, mas obviamente não era páreo, apenas conseguindo desferir um golpe no rosto do vampiro, que se irritou e retaliou com um golpe brutal. Charlie cambaleou atordoado.

Não era possível que seria esse seu fim. Sua menina estava lhe esperando em casa, mas, ainda assim sentiu a escuridão se aproximar, Charlie tentou resistir, porém, a pressão da luta e a dor o consumiram. Ele desmaiou, caindo pesadamente ao chão.

Sangue escorreu pela tempora do homem desacordado, e antes que o vampiro pudesse se regozijar com a vitória, uma sombra mais imponente surgiu. Não houve tempo para o outro raciocinar, Riley o estraçalhou em um golpe único e feroz que fez o corpo do vampiro colidir com uma árvore, inerte.

Riley se agachou ao lado de Charlie, observando o homem ferido com um olhar penoso. Com um movimento ágil, ele ergueu o corpo de Charlie, colocando-o sobre seus ombros.

"Você não vai morrer aqui."


...

Charlie abriu os olhos lentamente, sentindo uma luz suave banhar seu rosto. Ele piscou algumas vezes, tentando se adaptar à claridade. A primeira coisa que notou foi o conforto da cama em que estava deitado. Era macia demais para que fosse a sua própria, entrando em contraste com a dureza do chão da floresta que lembrava em seus pesadelos.

Eclipse - E se...Onde histórias criam vida. Descubra agora