Capítulo 55

2 1 0
                                    

Capítulo 55 - Novo destino: Paris.

Eu simplesmente me odeio, não consigo dizer em palavras o quanto eu me odeio. Sou tão burra e ingênua, se eu tivesse pensando direito nada disso teria acontecido, eu não estaria sentindo esse vazio no meu coração.

Nunca pensei que ser a "outra" seria algo tão doloroso, por causa da minha tolice acabei destruindo um casamento. Se eu tivesse tido juízo, sempre será o "e se" não posso reverter os erros que cometi, a única coisa que posso fazer é seguir em frente e esquecer isso.

Mas a culpa me rodeia e eu não consigo parar de me sentir culpada, eu estava tendo um caso com um homem que estava comprometido.

A minha única vontade é de me afundar nesse travesseiro e nunca mais sair desse quarto.

- Cecília? - Clarice e as meninas entram no quarto.

- Você está bem?

- Não sei ao certo.

- Cecília... - Verônica decide falar.

- Vamos embora. - Ela vem em minha direção e começa a me abraçar.

- Se não formos agora ele vai vir atrás de você com desculpas esfarrapadas.

- Verônica! - Clarice tenta repreender Verônica.

- Ela está certa, se a Cecília continuar aqui ela não vai aguentar e vai acabar escutando as desculpas dele. - Kiara coloca a mão no ombro da clarice.

- Ela não precisa escutar as justificativas falsas dele, não tem como ele se defender de algo assim. - Pela primeira vez a Kiara parece séria.

- O que você acha Cecília?

- E-eu...

- Eu quero ir embora, quero ir embora antes que ele venha até mim.

- Então vamos. - Verônica se levanta da cama e estende a mão para mim.

Conforme as palavras de Clarice, Verônica e Kiara penetravam na névoa de desespero que envolvia minha mente, uma sensação de resignação começou a se instalar dentro de mim. Eu sabia que não podia mais continuar nesse ciclo de auto-recriminação e sofrimento. Era hora de deixar para trás o passado doloroso e seguir em frente, mesmo que o fardo da culpa ainda pesasse sobre meus ombros.

Com um suspiro pesado, aceitei a mão estendida de Verônica, permitindo-me ser guiada para fora do quarto e para longe daquele lugar de memórias amargas. Cada passo que dávamos em direção à porta era como um pequeno ato de libertação, um passo em direção à redenção e à cura.

Enquanto caminhamos pelo corredor silencioso da casa pequena que eu vivo ou vivia com clarice, as vozes das minhas amigas ecoavam ao meu redor, oferecendo conforto e apoio em meio à tempestade que assolava minha alma. Clarice, Verônica e Kiara eram como anjos da guarda, envolvendo-me com seu amor e compreensão, mesmo nos momentos mais sombrios da minha vida.

Finalmente eu e Clarice demos adeus para a nossa casinha e a padaria, o ar fresco da noite me envolveu como um abraço reconfortante, dissipando um pouco da opressão que sentia dentro de mim. Olhei para o céu estrelado, buscando algum sinal de esperança ou orientação, e senti uma pequena centelha de fé se acender dentro do meu coração. Apesar da dor e da culpa que ainda me assombravam, sabia que havia um caminho para a frente, um caminho que me levaria além do sofrimento e da tristeza.

Enquanto nos afastamos de casa, deixando para trás o peso do passado, prometi a mim mesma que aprenderia com meus erros e que me tornaria uma versão melhor de mim mesma. Não seria fácil deixar para trás as cicatrizes emocionais que aquele episódio deixou, mas estava determinada a transformar minha dor em força, minha fraqueza em coragem.

E assim, guiada pelo amor e apoio das minhas amigas, embarquei em uma jornada de autodescoberta e redenção, sabendo que, no final, emergiria mais forte e resiliente do que nunca. O futuro ainda era incerto, cheio de desafios e possibilidades, mas eu estava pronta para enfrentá-lo de cabeça erguida, pronta para abraçar cada nova experiência com coragem e determinação.

- Não chora Cecília. - Kiara enxuga as minhas lágrimas.

- Você não precisa dele, Cecília, você tem a nós 3. - Verônica diz confiante.

- Você não teve culpa de nada Cecília, ele apenas te enganou. - Clarice diz enquanto segura as minhas mãos.

- Eu realmente me sinto melhor tenho vocês aqui, obrigada por todas estarem aqui, se você não estivesse aqui eu estaria até agora me culpando.

- Você agora tem a gente. - Kiara me abraça.

- Diferente dele, nós estaremos aqui. - Verônica me abraça.

- Sempre será nós 4. - Clarice me abraça.

Nós ficamos abraçadas enquanto eu desabei em lágrimas e todas as 3 me abraçaram, naquele momento eu me senti acolhida pois essas meninas sempre estão comigo.

Estamos indo a caminho do aeroporto, hoje iremos para Paris, irei me despedir dessa cidade que só me trouxe situações complicadas, e irei me despedir desses homens que só me usaram.

***

- Nós vamos pra Paris! Nós vamos pra Paris! - Kiara fica cantarolando enquanto fica segurando a minha mão.

Desde o carro até aqui, essas 3 estão tentando me distrair o máximo possível, eu me sinto bem com isso pois eu sempre desejei que alguém se preocupasse comigo, agora eu tenho 3.

- Cuidado pra você não cair, kiara! - Verônica grita de uma loja de comida.

- Eu não vou cair tá!? - Kiara grita de volta.

- Como está sendo a experiência de ir para Paris? - Aleksander aparece de repente.

- Oh, Aleksander...

- Eu não tinha te visto aí. - Digo sem jeito.

- Não se preocupe, eu acabei de chegar! Fui falar com o piloto sobre a aeronave que vamos decolar.

- Já estamos prontos?

- Ele disse que podemos entrar já, então me mandou chamar todas vocês!

- Kiara, pode chamar a Verônica e a Clarice?

- Pode deixar comigo! - Kiara diz empolgada enquanto vai na direção das meninas.

- Eu realmente estou cansada desse dia, quero chegar logo no avião para poder dormir.

- O que aconteceu? - Ele pergunta confuso.

- São só problemas, não se preocupe, logo eles passaram.

- Se você diz, espero que sejam mesmo problemas passageiros.

- Vamos Gente! - Kiara diz empolgada enquanto Clarice e Verônica estão atrás dela.

- Vamos logo antes que a Kiara fique mais inquieta do que já está. - Verônica suspira.

- Vamos logoooo! - Kiara responde.

- Ta, tá. - Verônica pega a Kiara pela mão e elas vão na frente.

- Essas duas não tem jeito mesmo né? - Clarice sorriu e pegou na minha mão.

- Está nervosa?

- Muito, em algumas horas estaremos em Paris, isso não é loucura!? - Respondo clarice.

- Realmente, eu estou louca para comer os doces de lá! - Clarice diz empolgada.

Enquanto estávamos prestes a subir na escada rolante eu escuto um grito alto, parece que os seguranças estavam segurando um homem que estava causando uma comoção, quando olho para trás ele parece não parece familiar pois não consigo reconhecê-lo já que estávamos subindo as escadas rolantes. Agora tenho que me concentrar na minha prioridade que é a viagem para Paris.

- Você viu? O homem que estava causando comoção estava batendo na própria mulher! - As senhoras atrás de mim falam de maneira baixa.

- Sim, os seguranças do aeroporto estão tentando impedir ele de bater na mulher enquanto ligam pra polícia.

É eu estava errada, não tinha chance alguma de ser ele...Parece eu continuo me iludindo achando que ele iria vir atrás de mim, que grande ironia do destino.

Se Você ainda tem Humanidade, Devolva Minha LiberdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora