10

2.4K 289 64
                                    

Jimin

Eu estava confusa e com raiva.

Fazia exatamente duas semanas que Talibã sequer olhava na minha cara, não respondia minhas mensagens e até mesmo trocava de calçada ao me ver.

— Tem que fazer com calma — mamãe murmurou abrindo a massa de mochi — requer paciência e delicadeza.

— Coisa que não tenho — Danda murmurou fazendo desajeitada sua massa — tia, me chama quando tiver pronto beleza?

— Nada disso mocinha — minha mãe pegou Danda pela orelha a fazendo voltar a mesa — termine, com calma e delicadeza — sorriu meiga fazendo a mais nova bufar e voltar a abrir a massa.

Enquanto elas conversam minha cabeça não saia de Jungkook.

— Mãe, preciso sair — disse me levantando decidida.

— Para onde filha?

Olhei para Danda como um pedido de ajuda e ela negou incrédula.

— Ela vai pegar meu celular que ficou lá em casa tia — sorriu — afinal, quero aprender a fazer essa porcaria!

— Porcaria não! isso é mochi.

Rir saindo e deixando as duas discutindo entre morango ou sorvete, o sol estava mocando a cabeça, fui na direção da boca pois sabia que o homem iria estar lá.

— Cofoi Jimin — Lael sorriu — tá perdida parcera?

— Talibã tá aí?

— Tá — coçou a cabeça — mas acho melhor tu num entrar aí não.

Meu coração já logo disparou ao pensar no que estaria acontecendo naquela sala, sem esperar, abri a porta tomando um susto ao ver homens armados, mulheres parcialmente nuas e muita maconha, sendo fabricadas e usadas.

Logo avistei Talibã sentado na mesa de Ney enquanto falava com alguém em seu telefone.

— Talibã — o chamei perto da mesa fazendo sua atenção vir pra mim.

— Que porra tu tá fazendo aqui?!

— A gente precisa conversar — disse com os olhos cheios de lágrimas — por favor.

— Jimin num é uma boa hor...

— Eu não saio daqui até você me escutar.

Sentei de braços cruzados no sofá e cruzei as pernas, fazendo os caras me olharem com a malícia e dizer gracinhas.

— Neguinho quer morrer hoje — Talibã disse dando uma encarada séria nos homens que voltaram a trabalhar.

15:39

Me sentei na mureta olhando a bela vista do morro da Penha.

— Eu te amo Jungkook — comecei fazendo ele rir nasal — eu não sinto nada pelo Matheus, você sabe disso, eu sempre fui louca por tu.

— Tu diz que me ama mas quase beijou outro — riu sacana — eu vi todas as mensagens, os flertes, áudios e os caralho Jimin.

— Mas isso foi antes de finalmente eu ter a sua atenção — disse desesperada tentando tocar em seu braço — Matheus e eu já tivemos sim um caso, porém é passado.

— Passado meu piru! tu ia gostar de eu rendendo moral pra uma piranha que já comi? porra, eu sou todo teu, quantas já não renderam e eu descartei por causa de que só tu me basta? — perguntou irritado — daí o puto do Matheus tu num consegue nem bloquear, ficar longe, aaah ow dá um tempo!

Talibã se afastou indo para sua moto, o homem se sentou nela, e ficou olhando a vista do morro com cara fechada.

— Eu admito que ainda me sinto balanceada com Matheus.

Talibã me olhou indignado.

— Mas isso não significa que meu sentimento por você não é real — murmurei indo até o homem — eu não quero nada com ele mais, eu quero somente você — disse sincera — é você quem me faz feliz, você quem mexe com minha cabeça e com meu coração.

— Tu tem certeza mermo? — me olhou desconfiado coçando a barba por fazer.

— Absoluta — sorri mordendo os lábios ao ver seus olhos, antes escuros, agora com um brilho significativo.

— Jae — disse suspirando e me puxando para um abraço, fechei meus olhos sentindo o cheiro do homem, Talibã fez um carinho em meus cabelos me fazendo sorrir — eu num posso mandar nos teus sentimentos, tá ligado? se tu sente alguma coisa por aquele merda, num posso fazer muita coisa, só posso te conquistar pra tu o esquecer de vez.

O olhei desentendida.

— Mas eu nã...

— Eu sei que sim — suspirou me soltando — já percebi o jeito que tu olha pra ele, mas é isso pô, cada um com sua cruz. — ditou sério — sobe ai, vô te levar pra tua casa.

— Mas... mas e a gente? — perguntei sentindo uma vontade absurda de chorar por aquele momento parecer uma despedida.

— Não tem "a gente" — disse me fazendo encolher — nós começou do jeito errado, e eu quero fazer certo dessa vez.

Assenti e, confusa subi em sua moto, Talibã me levou até a rua de cima e na nossa despedida me deu apenas um beijo na cabeça.

PRIMEIRA DAMA | JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora