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— Jimin.

Tudo parou naquele exato momento, onde o homem de aparência velha, sabia meu nome perfeitamente.

— Então — Miguel o olhou, agora sem seu sorriso divertido, fazendo o homem bufar — vai nos contar o que tá acontecendo ou o que?!

— Moleque abusado! — murmurou retirando arma da cintura, pondo na mesa, e logo puxou uma cadeira para se sentar.

Talibã vendo meu estado de choque, puxou uma cadeira ficando ao meu lado, segurando minha mão com força.

— Eu não estou entendendo o que está acontecendo aqui — respirei fundo tentando não chorar.

— Reunião de família pelo visto — Miguel sorriu ácido para o pai.

— Mais uma gracinha eu acabo com tua raça — ameaçou rude e logo suspirou relaxando os ombros — eu disse para sua mãe que esse dia, um dia, iria chegar — massageou as têmporas.

— Então... então é verdade? eu tenho um irmão gêmeo e um... pai? — perguntei com dificuldade fazendo ele me olhar, parecia estar aliviado.

— Sim. — disse por fim me fazendo soluçar, fora quando notei as lágrimas que caíram em abundância — sua mãe engraviu na adolescência, tivemos um caso curto, até sua avó nos separar.

— Vovó? — perguntei incrédula ao me lembrar da mais velha dizendo que meu pai fugiu de suas responsabilidades.

— Aquela velha maldita fez sua mãe escolher entre abortar ou dar os filhos para a adoção — disse vermelho, provavelmente pelo ódio, enquanto meu coração se desfazia em pedaços — sua mãe, por ser uma jovem cristã, não teve coragem de abortar, eu queria ter vocês, nunca fui capaz de pensar nos meus filhos com outro pai e mãe — disse o mais sincero possível — então ela me deu vocês.

— C-Como assim?

— Quando tua mãe completou vinte e um, me procurou, tava um caco — riu sem humor lembrando da cena — pediu vocês de volta, passou por cima da mãe e voltou atrás do erro.

— M-Mas... você poderia ter a acolhido — disse sem conseguir pensar — poderia ter... ter a abrigado.

— Era tudo o que eu queria, Jimin, ter uma vida com tua mãe e vocês — olhou para mim e Miguel que estava igualmente uma pedra — mas tua mãe sempre foi uma filha da puta egoísta — riu, não falou com raiva, e sim com carinho — me humilhava a todo custo por eu ser dessa vida errada, tu tá ligada — olhou para Jungkook que estava tão surpreso quanto eu — ela tem aversão a bandido, mas num pensou duas vezes antes de começar a se envolver comigo — bufou passando as mãos no rosto — então fizemos um acordo contra minha vontade, você iria com ela e Miguel ficava comigo — disse me fazendo sentir um amargo em minha boca — ela não queria que você soubesse que teu pai é um traficante, então sumiu contigo.

Olhei para Miguel que baixou a cabeça, uma mistura de mágoa e raiva estava estampada em sua cara, me fazendo ficar mais atormentada.

Como ela pôde negar um filho?

— Nunca deixei de te acompanhar Jimin — me olhou com um sorriso fraco — sempre dei todo o direito que você tem perante a justiça, cada caminhar teu foi observado por mim.

— E-Eu...

— Te ver crescer de longe doeu pra caralho, mas não tive opção, ou era isso ou nunca iria ver tu.

Mordi os lábios sem conseguir segurar mais as lágrimas, me desabei no colo de Jungkook, que me abraçou com força.

20:38

Joguei com força um vaso na parede enquanto meu peito subia e descia.

— VOCÊ NÃO TINHA ESSE DIREITO!

— F-Filha...

— VOCÊ É UM MONSTRO! — gritei quebrando a casa — O MIGUEL CRESCEU SEM A PORRA DE UMA MÃE E EU SEM UM PAI — chorei chutando com força uma almofada que voou para longe — COMO VOCÊ PÔDE SER TÃO EGOÍSTA E RUIM COM NÓS TRÊS?! Como? COMO?!!

O choro alto da mulher, que estava no sofá me olhando com medo e arrependimento, inundou a sala agora em silêncio.

— Eu nunca irei te perdoar.

Sai da casa com minha mala e fui em uma única direção.

A casa de Talibã.

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⏰ Última atualização: Jul 03 ⏰

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PRIMEIRA DAMA | JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora