Capítulo 6 (25/03)•

5 1 0
                                    

A partir desse cap, a formatação da fic irá mudar ;)

☆ ★ ✮ ★ ☆

(25/03 ~ 00:07)

Depois daquilo, eu e Tsukishima voltamos para o restaurante como se nada tivesse acontecido, seria ruim para ambos os lados caso soubessem do nosso "desentendimento". O tempo passava de uma forma que não percebia, Akaashi desistiu e foi embora quando Bokuto e Hinata começaram a fazer futebol de guardanapo e Kageyama falava sozinho com os olhos fechados.

Akaashi pediu desculpas por ter que ir tão cedo mas não me incomodei, como poderia? Ele tinha que levar três bêbados para suas respectivas casas e tomar cuidado para não vomitarem no caminho.

Tsukishima, felizmente também não ficou muito tempo, demorou uns cinco minutos depois que o restante foi embora para levar Yamaguchi consigo. Então ficamos eu, Kuroo e Kenma. Ambos conversavam comigo como se também fosse um amigo de infância, Kuroo era estranhamente caloroso e Kenma parecia muito confortável com tudo isso.

Como isso é possível?

Nesse momento, pensei em implorar para que eles me matassem antes que eu matasse Kenma, queria implorar para que depois de me matarem pudessem correr e esconder meu corpo. Porque não quero ser encontrado pelo Pai mesmo após a morte.

Porque pela primeira vez, desde sua partida, não me sinto um peso para os seres humanos.

Mas fiquei calado, como sempre; nenhum grunhido foi capaz de sair da minha garganta. E me senti incompetente, como sempre.

— Shindou... — Escuto Kuroo me chamar por trás de sua voz rouca de cerveja — Disse para os meus pais que iria passar a noite na casa deles hoje... você poderia acompanhar o Kenma até o prédio?

Kuroo pede em um tom de sobriedade assustadora, ele não parava de beber durante duas horas e está agindo como se tivesse tomado apenas três copos. Isso é impressionante.

— Claro, pode deixar — respondo com um sorriso.

Kuroo se levanta e parece chamar um motorista pelo telefone, olho para Kenma que estava mexendo no celular também estranhamente sóbrio. Chego perto do mesmo e ele me olha depois de uns instantes, ele parece vulnerável ao mesmo tempo que parece perigoso.

— Já quer ir? — Pergunto torcendo para que a resposta seja "sim".

— Por favor — Kenma se levantou da cadeira e foi em direção de Kuroo para se despedir. Kuroo olhou para Kenma e bagunçou seu cabelo de maneira carinhosa e acena em minha direção, também se despedindo.

Ando para perto de Kozume, observando se ele precisaria de ajuda para andar, mas isso não foi necessário. Quando saímos, Kenma tirou uma máscara do bolso e a colocou no rosto, a noite está extremamente linda. As estrelas brilham muito mais que as luzes da cidade, e a lua parecia um segundo Sol. Faz tanto tempo que não vejo uma noite tão pacífica e aconchegante...

— Eu sempre levo uma dessas... meu rosto esquenta mais rápido — disse o falso loiro apontando para o pano em seu rosto. Acabo de descobrir o que a bebida faz com Kenma, o deixa mais conversante. Tenho certeza que se não fosse pelas cervejas ele nunca teria tocado no assunto.

Por não saber o que responder, dou uma pequena risada forçada e aceno com a cabeça. Volto minha atenção para a calmaria da estrada, não havia ninguém a essa hora, deixando eu, Kenma e o frio sozinhos enquanto eu tenho um dever a ser cumprido.

Essa é a hora.

Procuro no meu bolso a pequena corda e a encontro no mesmo instante, meu coração começa a ficar acelerado por conta da adrenalina e meu corpo consegue se esquentar. Porém, não encontro nenhuma luva, não posso deixar rastros digitais. Puta que pariu Yukiro, você é realmente um imprestável, você tem literalmente uma missão e nem consegue fazer isso.

Nosso pouco tempo - KenmaOnde histórias criam vida. Descubra agora