Capítulo 7 (26/03)•

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(09:25)

Pulo do sofá em um salto quando escuto meu celular tocar, não dormi bem novamente essa noite. Quando acordei de madrugada por conta do pesadelo, demorei muito tempo pra voltar a dormir. Olho para a tela do meu dispositivo e vejo o número dele, do famigerado insuportável, e uma onda de ira cresce dentro de mim.

Recuso a ligação e vou direto ao banheiro, tomo um banho relativamente demorado, pretendia deixar minhas preocupações irem embora com a água no ralo, mas não foi possível. Depois de sair do chuveiro olho meu reflexo no espelho... não me reconheço mais.

Quem é Yukiro com seu cabelo vermelho e olhos pretos? Mesmo sem as lentes, ainda vejo as orbes pretas em meus olhos ao invés das azuis cristais. Mesmo as cicatrizes pelo meu corpo não indicam que eu sou eu...

Meus pensamentos são interrompidos com um baque forte na minha porta, visto uma calça moletom qualquer e a primeira camiseta que alcancei. Suspiro fundo e forço um sorriso antes de abrir a porta, será que dessa vez é finalmente Kenma?

Abro-a e meu coração para e minha respiração prende. Takashi. Quem batia a minha porta, era Takashi.

A fecho em um piscar de olhos, criando um grande estrondo. Minhas pernas tremem, não de medo, mas de ódio. Esse cuzão não me deixa em paz nem por um segundo, e aquele sorriso sarcástico em seu rosto me dá vontade de arranca-lo na base de socos.

— Que falta de educação! — Escuto Takashi fingir decepção por trás da porta, cerro meus dentes e punhos, o que desvia meu ódio mesmo que um pouco.

— Sai daqui seu filho de uma puta!! Por que não se joga na frente de um carro e morre?! — Grito tomado pela raiva que tinha em relação àquele nojento.

— Para de drama e abre essa merda — consigo sentir seus olhos revirando, e minha vontade foi de abrir essa porra e o socar até ficar inconsciente — Também não viria até aqui por vontade própria.

Sua última fala me deixa intrigado, então ele veio por demanda de terceiros?

Abro a porta e encaro Takashi com nojo, sem intenção de esconder meu desgosto pelo mesmo. Não vou convida-lo para entrar, não sou estúpido a esse ponto.

— Se explique — demando.

— Hah! Você tá parecendo um idiota! — Takashi ri quando viu minha nova aparência. Eu o olho com ódio, acho que ele percebeu porque colocou as mãos no bolso e grunhiu frustrado — Se você acha que seu pai confia em você, indico cair na real — meu, infelizmente, primo diz com aquele sorriso sarcástico que tanto odeio.

Já sabia que isso iria acontecer alguma hora, estou demorando mais do que de costume. Olho Takashi de cima a baixo e dou uma risada leve, porém sarcástica. Ele é a pessoa que menos merece me chamar de idiota.

Não consigo dizer que somos primos, não só por conta do meu desgosto pelo mesmo, mas também pelas aparências distintas. Seu cabelo é liso e preto — oposto do meu branco e enrolado — e sua pele tem uma tonalidade mais escura, não tanto quanto a de Kuroo, e possui uma pinta logo abaixo do olho esquerdo. Que, de alguma forma, virou sua marca.

A única coisa que poderia nos relacionar é seus olhos verdes originais, que tem aquele brilho que parece serem de vidro, que nem os meus. Porém ele estava usando lentes de contato pretas, iguais as que estava usando.

Takashi nem sempre foi assim, e isso é o que mais me irrita. Só de pensar que aquela criança feliz e agitada, que sempre que podia me acompanhava pra casa da árvore, se transformou no ser que mais abomino. Eu nunca vou o perdoar, e não me arrependo disso.

— Não vai me convidar pra entrar?

— Não. — Me apresso a dizer. A rispidez no meu tom de de voz deixou claro pra Takashi que não estava brincando, então o mesmo grunhi irritado.

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⏰ Última atualização: Jun 17 ⏰

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