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𝗧𝗥𝗜𝗦𝗧𝗘𝗭𝗔 𝗘 𝗥𝗔𝗜𝗩𝗔 𝗘𝗥𝗔𝗠 as emoções que mais predominam em mim neste momento. O jeito que Patrick me enganou e me fez achar que ele sentia pelo menos algum micro sentimento por mim foi perfeitamente elaborado e bem calculado. Eu poderia muito bem ficar com raiva da Julie por ter cedido ao beijo dele, mas quando foi na minha vez eu também cedi. Mesmo com toda essa dor no meu peito, ainda passava na minha mente meus momentos com Patrick e no quanto passar tempo com ele estava me fazendo bem. Seu sorriso, seu toque, tudo era tão perfeito e mágico, mas estava tudo tão bom pra ser verdade. Lívia se enganou. Patrick realmente beijaria uma garota pensando em outra.
Me levanto da minha cama, cujo travesseiro estava molhado de tantas lágrimas que já tinham escorrido no mesmo. Vou até o banheiro e vejo como o meu rosto está inchado e meu nariz está vermelho, que já era normal de acontecer quando eu chorava. Encaro o espelho profundamente e olho para o pequeno armário que havia no mesmo. Eu encarava aquela pequeno armário profundamente, até que tomo coragem e pego a lâmina do meu antigo apontador que continha ali.
No ano passado devido a tantos acontecimentos péssimos e a morte do meu pai ainda doer mais que tudo em mim, eu usava como escapatória o corte em meus braços para aliviar tamanha dor. Eu tinha conseguido superar tudo isso, mas sempre que acontecia algum desastre desse tipo, eu voltava pra lâmina e meus braços a sentiam novamente. Meus braços tinham cicatrizes que eu escondia todos os dias com bandanas ou blusas de manga longa, assim ninguém ia descobrir como eu aliviava a minha dor. Sempre que eu deixava um resquício de sangue devido ao corte no banheiro, eu usava a desculpa que estava menstruada e isso sempre funcionava. Desde então, ninguém nunca soube do que há por trás das blusas de manga longa e bandanas.
Pego a lâmina e passo lentamente sob o meu braço, fazendo um corte novo. Era um corte profundo e que sangrava lentamente, escorrendo para o chão. Quando mais fundo o corte era, mais tal acontecimento havia me machucado, e esses cortes nunca mais tinham sido tão profundos desde a morte do meu pai, mas Patrick me fez sangrar novamente. Eu pensava que ele tinha cicatrizado as minhas dores e desenhado estrelas sob as minhas cicatrizes, mas agora estou sangrando novamente.
O sangue escorria sob os meus braços, logo o fazendo ficar todo vermelho e forte. Se cortar para fugir dos problemas era um caminho sem saída, e eu estava presente nesse ciclo sem fim há anos, e parecia um túnel sem saída, como quando a Alice entrou no país das maravilhas, mas nesse caso eu estava no país do horror.
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𝗖𝗢𝗕𝗥𝗜 𝗠𝗘𝗨 𝗡𝗢𝗩𝗢 corte com a minha bandana e caminhei até o lado vila para tentar esquecer tudo que eu estava sentindo. Sei que ir para o lado oposto não era uma boa opção, já que os dois indivíduos moravam por aqui, mas a calmaria e as flores desse lugar me faziam esquecer de tudo. Eu me perguntava o que eu fiz pra merecer tanto sofrimento do amor, mas eu não obtive resposta. Cheguei na conclusão que tive que aprender com os erros das pessoas pra amadurecer de verdade.
