𝗖𝗛𝗔𝗣𝗧𝗘𝗥 𝗧𝗪𝗢 • 𝗧𝗛𝗘 𝗝𝗢𝗨𝗥𝗡𝗘𝗬

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[✓] CAPÍTULO REVISADO: 12-10-24

Seanna esperou em seu pequeno quarto até o momento pelo qual Fleur lhe chamou para o almoço. A mesa no vagão restaurante estava abarrotada de comida de todos os tipos: Uma espessa sopa de cenoura, salada verde, costeletas de carneiro e purê de batata, queijo e fruta, um bolo de chocolate. A garota sabia que a Capital comia bem, mas nunca pensou que fosse tanto. Nunca passou fome no Distrito Quatro, mas isso estava em outro nível. Era simplesmente surpreendente, saboroso.

Após a refeição, ambos os tributos decidem se dirigir à sala de TV, afim de assistir as colheitas daquele ano. O cômodo, assim como o restante do trem, era bastante luxuoso. As paredes de veludo combinando com o carpete macio. Um grande sofá dispunha-se encostado em uma parede, de frente para a grande televisão. No meio, uma mesinha com um pote de vidro cujo dentro havia doces embrulhados em papel chamativo.

Wave liga a televisão. Seanna analisou com cuidado o rosto dos carreiristas daquele ano. O par do Distrito Um, ambos tinham um ar estranho. A garota não parecia ter experiência alguma e o garoto era meio atrapalhado. Voluntários, afinal de contas. Esperava que suas habilidades compensassem suas feições pascácias. O Distrito Dois, no entanto, era exatamente o que havia pensado. A garota, apesar da baixa estatura, tinha um olhar sanguinário como se fosse capaz de te matar a qualquer segundo, quando você menos estivesse esperando. Feroz.

E, por fim, o garoto.

Quando ela o viu pela primeira vez, se voluntariando no meio dos rapazes de sua idade, sentiu seu coração falhar uma batida, como se tivesse sido nocauteada durante uma sessão de treinamento. Ele tinha cabelos loiros, olhos azuis e transmitia arrogância. Seus músculos eram nítidos, assim como a fúria em seu olhar. Ele era lindíssimo.

— Desculpe atrapalhar seu sonho acordado com o garoto do Dois, mas... — Wave disse, quebrando o silêncio. — Precisamos continuar com isso.

Seanna piscou algumas vezes, de fato saindo de seu transe. Para encobrir seus pensamentos, tratou de exibir uma expressão emburrada, como se estivesse ofendida. Virou-se no sofá, tomando o controle remoto para si. Finalmente, depois disso, voltou a falar algo.

— Não estava sonhando acordada com ele. — Revirou os olhos. — Eu estava pensando em estratégias que poderíamos usar para...

— Fugirem quando ninguém estiver olhando e transar em algum lugar?

— Cale a boca! — A garota exclamou enquanto o rapaz ria como maluco. Para silenciá-lo, jogou uma almofada em sua direção. Após o pequeno susto, ele fez o mesmo, o que desencadeou uma briga infantil.

De repente, passos foram ouvidos. Ambos cessaram a pequena brincadeira, voltando-se à porta do cômodo. Um homem de vinte e pouco anos, cabelos loiros, pele bronzeada e olhos verdes. Ele não estava vestido de maneira formal, mas isso não era um impedimento para sua notável beleza. Tão bonito quanto Cato.

Ela o conhecia, afinal, como não fazê-lo? Quando não estava na Capital, Finnick Odair era seu vizinho na Vila dos Vitoriosos. Quase nunca se falaram, mas ela admirava-o bastante. Ganhou os Jogos com quatorze anos de idade, o mais jovem da história. Isso era um grande feito.

— Pelo visto estão assistindo as colheitas. — Finnick disse, adentrando o cômodo e sentando-se ao lado de Evan, que ajeitou sua postura no sofá. — Sou Finnick Odair, mentor de vocês.

Após um rápido aperto de mãos, Seanna disse:

— Vimos apenas as colheitas dos carreiristas.

— Excelente. — O homem assentiu. — Siga para o Distrito Três.

Seanna queria perguntar o por que de terem que assistir o resto, sendo que somente os primeiros lhe interessavam. Porém decidiu permanecer calada; um mentor era mais experiente que si, talvez tivesse conselhos para dar ao recorrer do vídeo. Portanto, tratou de prestar atenção.

Algumas pessoas se destacaram em sua cabeça além dos carreiristas. Uma menina de cabelos ruivos do Distrito Cinco, um garoto com um pé inválido do Distrito Dez. Todos pareciam ser muito fáceis de matar, o que era bom. Wave pareceu pensar o mesmo pois, a cada novo rosto, seus olhos se estreitavam, como se já soubesse o que fazer para atacar. Ele somente não o fez quando viu o garoto do Distrito Onze, um rapaz alto e tão musculoso quando o do Dois. Talvez ele fosse um problema.

Quando a câmera focou, ainda no Distrito Onze, no tributo feminino, o rapaz soltou uma risada anasalada que chamou a atenção dos presentes no recinto. A garota tinha, no máximo, doze anos. Tinha um aspecto inocente e olhar assustado, tremendo ao subir no palco.

— Isso vai ser fácil. — Ele disse.

O Distrito Doze foi o último a ser anunciado. Primeiramente, uma garotinha foi chamada. Assim como a menina do Onze, não parecia ter mais que doze anos. Ela caminhou até o palco a passos curtos, porém não conseguiu subi-lo. Alguém correu à frente e se voluntariou em seu lugar. A garota era mais velha, seu nome era Katniss Everdeen.

O rapaz foi chamado logo em seguida. Ele tinha uma feição um tanto estúpida, e parecia estar em choque. Ao subir no palco, ambos apertaram as mãos antes de serem escoltados para dentro do Edifício da Justiça. Eles não pareciam ser grande coisa, exceto pelo fato do voluntariamento. Isso era algo que não podia se ignorar.

— Certo. — Finnick desligou a televisão. — Quais são suas armas?

— O que quer dizer? — Wave questionou.

— Suas armas de melhor manuseio, é claro. — Explicou. — Aquelas com as quais vocês treinaram na academia. Espadas, foices... Machados?

— Tridente. — Seanna respondeu, orgulhosa de si. — Sei manuseá-lo muito bem, então seria bom tê-lo comigo na arena. Também me dou muito bem com armadilhas, elas sempre funcionam.

— Excelente. — Odair comentou. — E você, Wave?

— Machados, como você disse. — Respondeu. — Tanto em lutas corpo a corpo como também atirá-los, eu nunca erro um alvo sequer.

O trem finalmente começou a diminuir de velocidade e de repente uma luz brilhante inundou o compartimento. Ela não pôde evitar. Wave e Seanna correram para a janela para ver o que tinham visto apenas na televisão, a Capital, a cidade governante de Panem.

As câmeras não tinham mentido sobre sua grandeza. De fato, elas não tinham capturado o bastante de toda a magnificência dos edifícios cintilantes em um arco-íris de cores que se erguiam ao ar, os carros reluzentes que andavam nas largas ruas pavimentadas, as pessoas vestidas de forma estranha com cabelos bizarros e faces pintadas.

Aquelas pessoas começaram a nos apontar avidamente enquanto reconheciam um trem de tributos entrando na cidade. Wave continuou lá, contente pela atenção que estava recebendo. Solastra, por outro lado, deu um passo para trás. Queria que sua chegada fosse algo para ser lembrado, portanto ajeitou os cabelos e respirou fundo.

Estava finalmente acontecendo, o momento pelo qual havia esperado.

𝐁𝐎𝐑𝐍 𝐓𝐎 𝐃𝐈𝐄 • cato hadleyOnde histórias criam vida. Descubra agora