𝐁𝐎𝐑𝐍 𝐓𝐎 𝐃𝐈𝐄 • cato hadley

𝗖𝗛𝗔𝗣𝗧𝗘𝗥 𝗧𝗛𝗥𝗘𝗘 • 𝗧𝗛𝗘 𝗧𝗥𝗜𝗕𝗨𝗧𝗘𝗦 𝗣𝗔𝗥𝗔𝗗𝗘

[✓] CAPÍTULO REVISADO: 12-10-24

Seanna cerrou os dentes quando sua equipe de preparação decidiu esfregar sua pele pela terceira vez, deixando-a vermelha e formigante. Estava no Centro de Remodelagem há quase duas horas e até aquele momento não havia conhecido sua estilista. Aparentemente, ela não tinha interesse de conhecê-la até que estivesse devidamente pronta.

Quando sua maca foi levada para uma sala separada, Seanna agradeceu mentalmente. Não estava mais aguentando aquela pequena sessão de tortura. Nunca pensou que tivesse tantas coisas para serem corrigidas esteticamente, mas a Capital era muito imprevisível. Sentou-se na beirada da maca, um pouco desconfortável pela falta de roupa. 

Subitamente, a porta da sala abriu-se, revelando uma figura feminina. Diferente do restante das moças da Capital, Madeline Ross era simples porém elegante. Elegante de um jeito não exagerado. Trajava um terninho cor de creme e saia reta da mesma tonalidade. Seus cabelos cacheados e volumosos estavam soltos, dando um charme a mais.

— Srta. Vessel. É um prazer conhecê-la. — A mulher disse em tom cordial. — Meu nome é Madeline, e serei sua estilista durante os jogos. Só me dê um minuto, está bem? Preciso tomar nota de alguns detalhes.

— Este é seu primeiro ano nos jogos? — Seanna questionou.

— Sim, de fato é. Eles me ofereceram o Distrito Quatro e fiquei mais do que feliz em aceitar a proposta. — Madeline assentiu com a cabeça. Após anotar alguma coisa em seu caderninho, guardou-o no bolso do terno e sorriu de novo. — Por não coloca seu robe e batemos um papo?

Puxando seu robe, Seanna seguiu-a por uma porta que dava acesso à sala de estar, surpreendentemente. Três paredes estavam vazias, a quarta era feita completamente de vidro, dando-lhes uma visão bonita.

— Muito bem. Sobre o seu traje para a cerimônia de abertura. Meu parceiro, Jaxon, é o estilista do seu companheiro de tributo. E nosso pensamento atual é vesti-la com um traje igualitário. — A mulher começou a explicar. — É comum refletir o tema do distrito.

— Claro. — Ela respondeu. — O que tem em mente?

— Eu dei uma olhadinha nos trajes dos anos anteriores e não pude deixar de notar o quão básicos eram. — Madeline revirou os olhos discretamente. — Vamos fazer algo novo, está bem? Que chame a atenção. Então, minha querida, me diga: você acredita em sereias?

Algumas horas depois, Seanna estava vestida no que seria ou o traje mais sensacional ou o mais chamativo das cerimônias de abertura. A roupa consistia-se em um vestido constituído de camadas, cada uma seguindo uma paleta de cores derivada do azul. Em seus pés estavam lindos saltos de cristal, entretanto, firmes o suficiente. Seu cabelo foi cuidadosamente trançado e, no topo de sua cabeça, uma coroa feita de conchas. Não havia dúvidas de que estava exuberante. Perfeita.

Alguns tributos não paravam de encará-la, o que era uma coisa boa. A atenção que Seanna estava recebendo a deixava bem, e sabia que seria sempre assim depois que ganhasse os Jogos Vorazes. Mal podia esperar para ser aclamada não só como tributo, mas como vitoriosa.

— Ainda mal posso acreditar em como estou bonita. — Seanna admitiu, admirando sua imagem no espelho que mão que segurava. 

— Pois deveria. — A voz de Wave soou, aproximando-se de onde a equipe de preparação estava. Ele estava acompanhado de Madeline, que havia dado alguns ajustes em seu traje. Assim como o se sua parceira de tributo, a rapaz usava a mesma paleta, porém suas roupas remetiam a um tritão. — Caramba, Vessel. Você está deslumbrante.

— E você também não está nada mal. — Elogiou.

Voltando-se involuntariamente para o lado, pôde reparar os tributos do Distrito Doze. Quase sentiu pena deles, uma vez que seus trajes eram praticamente desprezíveis. Capas de couro, penteados indecorosos. Seanna soltou uma pequena e maldosa risada. Olhou para Wave.