Room 28

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Sou acordado pela freada brusca do carro e quase xingo Paul, meu motorista e segurança desde que me conheço por gente. Abro os olhos lentamente e encaro o prédio extremamente velho, que honestamente parecia que desmoronaria com um único pingo de chuva.

-Pelo amor de deus Paul, você não pode me deixar aqui sozinho, eu te imploro pra me levar pra Las Vegas de novo - suplico me apoiando no seu banco de motorista.

-Acredite, dói mais em mim do que em você... Suas chances de sobrevivência são mínimas. Tente não dar muitos pitis em um dia só, ou vai morrer antes dos 30.

-Muito engraçado Paul, muito engraçado.

Saio do carro e sinto um vento cortante contra meu rosto, estou acostumado com o calor de beverly hills. Deixei a Inglaterra quando tinha apenas 5 anos, e agora 12 anos depois, meus pais me mandam de volta para cá, para um internato medonho, so por que saí um pouco da linha. Isso é patético. É claro que por algum motivo ainda tenho o forte sotaque britânico, e escolhi manter por que sempre foi meu diferencial na California, é extremamente charmoso. Paul sai do carro e tira do porta mala minhas duas malas, da Louis Vuitton obviamente. Agradeço a ele e respiro fundo antes de entrar no castelo mal assombrado, meu único pensamento era que aquele lugar estava extremamente fora de moda.

Os corredores estavam vazios por algum motivo, e eu tentava achar meu dormitório o mais rápido possível por que cada passo ali era um novo tipo de bactéria nos meus sapatos da Gucci, esse chão estava imundo e provavelmente a ultima vez que viu um esfregão foi no século passado.

Finalmente chego na pequena porta de madeira com o número "28" pregado nela. Suspiro fundo e abro a porta, vendo a presença de uma pessoa la dentro, que honestamente não presto muita atenção.

-Já pode ir, obrigado. - Assumo que devia ser um empregado e então começo a reparar no quarto, tentando calmante não sair correndo dali.

-Não vou a lugar algum, aqui é meu quarto, e você deveria bater antes de entrar...Imagina se eu estou pelado.

-Com certeza não seria uma situação agradável, mas de qualquer jeito, esse quarto é meu, não tem por que você esta aqui- Ergo meus olhos para o garoto, ele era baixo, tinha cabelos castanhos e olhos extremamente azuis. Era de fato bem apessoado, mas estava irritado de mais com a situação pra prestar muita atenção nele.

-Bom, isso é um internato, as pessoas dividem quartos...E eu fui avisado que um aluno novo chegaria hoje- Ele fecha o livro que estava lendo e ergue os olhos pra mim, estendendo sua mão em minha direção - Acredito que o desprazer de dividir quarto é mútuo, meu nome é Louis.

-Tanto faz, sou Harry. - aperto sua mão rapidamente e começo a entrar o pânico ao ver a situação precária do quarto.

Era um cômodo de no máximo 40 metros quadrados, com duas camas de solteiros em uma parede que continha a janela. As paredes estavam pintadas de branco enquanto o carpete era Azul marinho. Ao lado da porta havia uma única cômoda de 4 gavetas e na ultima parede uma porta com o que eu assumi ser o banheiro. O lado do garoto, Louis, estava terrívelmente bagunçado. Sua mesinha de cabeceira estava abarrotada de livros, e sua cama tinha camisetas viradas do avesso e meias emboladas no edredom bagunçado.

-Esse lugar é pior do que eu esperava. - Suspiro triste sentando na cama para ver se era confortável. Nada comparado a minha king size, mas acho que pode servir.

-Não crie expectativas, tudo pode piorar. - Louis diz ironico e pisca para mim, se levantando para a cômoda. - Esse é nosso guarda roupa, duas gavetas pra mim e duas pra você.

-Não cabe nem meus sapatos em duas gavetas. - Bufo e cruzo os braços.

-Bom, vai ter que caber...As aulas começam em 20 minutos, melhor se arrumar.

Boarding School | L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora