🍁CAPÍTULO 12🍁

115 31 6
                                    

🍁Jonas

Depois que Juan saiu, levantei-me com dificuldade, quase perdendo o equilíbrio ao colocar os pés no chão. Eles estavam rígidos, resultado de tanto tempo deitado. Após me apoiar na bancada, dei meu primeiro passo, usando uma bengala para me ajudar. Havia passado tempo demais em um leito de hospital, e nada me impediria de sentir o sol em minha pele novamente. Eu precisava ver o mundo lá fora, respirar a liberdade que me havia sido tirada.

Caminhei até a janela e deixei que o sol me envolvesse. A luz quente e dourada fazia minha pele clara brilhar, e eu me senti vivo, como se o fogo do sol estivesse queimando as sombras de minha recente dor. Fechei os olhos, absorvendo aquela sensação, até que, ao abri-los, percebi que não estava em um hospital, mas em uma casa. Uma casa. O pânico começou a tomar conta de mim. O que eu estava fazendo ali? Com aquele homem?

Quando ouvi passos subindo as escadas, meu coração disparou. Tranquei a porta do quarto e me afastei dela, o medo me consumindo. Juan havia mentido; ele não era médico. Devia estar a serviço do meu pai, tentando me prender pelas denúncias que fiz. A maçaneta girou, e meu coração parecia um tambor ensandecido. Os monitores que me cercavam começaram a apitar, ecoando meu desespero.

— JONAS! O QUE ESTÁ ACONTECENDO? — Ele gritou, batendo na porta com tanta força que quase caiu sobre mim. A porta permaneceu firme, mas eu me afastei, correndo para o banheiro, as lágrimas escorrendo pelo meu rosto. Não queria morrer. Não mais.

Quando percebi que a porta do banheiro não tinha fechadura, sentei-me no chão frio e chorei, a sensação de impotência me dominando. Eu não merecia essa vida.

O tempo passou, e o silêncio tomou conta do quarto. Quando pensei que tudo estava calmo, uma sombra se ergueu, e vi Juan, o homem da mesa oito, me observando. Ele deveria ter entrado pela janela. O medo me paralisou, e a dúvida me invadiu: ele realmente era capaz de me fazer mal?

— Me deixa ir embora... — minha voz saiu embargada, cheia de desespero. Ele olhou para mim com ternura, abaixando-se até ficar na minha altura, seus movimentos hesitantes.

— Ok! Deixe que eu lhe explique tudo, por favor... — disse ele, e, com cuidado, me abraçou, evitando o gesso do meu braço. Ele me apoiou na banheira do banheiro e começou a limpar minhas lágrimas com um gesto suave.

— Me explique — pedi, fungando como um gato resfriado. Ele me pediu para voltar para a cama, e, cansado, concordei. Meu corpo estava exausto, e cada movimento exigia um esforço colossal.

Ele se sentou na cama, puxando-me para seu peito, acariciando meu cabelo enquanto começava a contar sua história. Falou sobre a primeira vez que me viu na cidade, como tinha ido lá para conhecer os pontos históricos. Ele me achou interessante, mas não teve coragem de se aproximar. Depois, mencionou a segunda vez, na Starbucks, e como ficou apavorado ao ver o acidente acontecer. E então, veio a revelação que me deixou atordoado: eu era o seu ômega destinado.

— Quer dizer que eu e você somos uma só alma? — perguntei, olhando nos olhos dele, buscando a verdade.

— Sim, de agora e para sempre — ele afirmou, beijando meus cabelos com um carinho que me fez sentir seguro, como quem era lavado com um rio de paz eu passei a conversar com ele e juntos passamos a tarde toda se conhecendo, ele me trouxe todos os exames e disse que em breve eu poderia voltar a minha rotina normal, até por que ele de fato era um médico e agora o meu alfa.

Continua...

JONAS, O FILHO DO PASTOROnde histórias criam vida. Descubra agora