01 - Acampamento.

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• Peço que leiam os avisos antes de começar a fic! ❤️

Não sei em qual momento da vida me tornei a ovelha negra da família. Ser irmã mais velha è ser vista o tempo todo como erro principal onde os próximos testes tem que ser corrigidos para não ser igual. E algum momento da vida, eu aceitei isso, parei de me importar em todo momento ser a boa filha e só comecei a viver minha vida se tornando tudo aquilo que meus pais não queriam. Graças a mim, minha irmã Clarice, era vista como a filha perfeita. E por mais que eu tivesse passado dos limites, como ter batido o carro do meu padrasto em uma aposta, não acredito que merecia tanto desprezo.

- Você perdeu a noção! Não da mais. - minha mãe gritava assim que fechamos a porta da casa. A policia tinha nos deixado em casa já que o carro só voltaria daqui a semanas.

- Amor, calma. Ela è uma adolescente, não tem o que fazer. - Meu padrasto, Elias, falava. Havia muitos motivos para eu ser rebelde, minha terapeuta disse isso e desde então eu usava como desculpa para as merdas que eu fazia. Meu pai morreu quando eu tinha 15 anos, mas ele se tornou ausente mesmo quando pegou minha mae o traindo com Elias. Minha mãe aparentava me odiar, talvez ela odiasse mulheres no geral. E meu padrasto era só um idiota completo que as vezes eu pegava me olhando. Então talvez eu realmente tivesse motivos para ser uma idiota. Mas não foi nisso que eu tava pensando quando aceitei uma corrida, era nas tres garrafas de vodka que eu com certeza ia ganhar se não fosse o caminhão na contra mão.

- Fodase, simplesmente ela tá impossível. - Ela dizia enquanto eu tirava as botas com cacos de vidro.

- E o que você quer fazer? ela è sua filha! - Meu padrasto dizia enquanto seguia minha mãe pela cozinha. Essa era décima vez que tinham essa conversa durante a semana. Vale lembrar, que eu nem sempre fui assim. Mas minha mãe me odiava igualmente em todos os anos e todos os dias. Uma coisa è não gostar dos pais, você não tem muita escolha. Mas se você não gostar dos filhos, aí a culpa è toda sua.

- Eu estive conversando com as vizinhas, elas notaram o comportamento da Sofia. - Como se as vizinhas não fossem fofoqueiras o bastante. - Falaram sobre um acampamento, da igreja, a filha da socorro foi... a Elisa.

- O que? tá de brincadeira né? - Falei levando do sofá e indo até eles. A Elisa era minha melhor amiga de infância, mas se afastamos quando meus pais se separaram. Depois de um tempo ela sumiu, e foi quando descobri que ela estava nesse acampamento.

- Vai ser melhor para todos nós, Sofia. Eu não suporto mais você, nem você nos suporta. Lá pelo menos alguém vai ser pago pra lhe aturar. - minha mãe dizia pegando tomates para o jantar.

- È, talvez seja bom. Pelo menos não vou ter que aturar você falando merda o dia todo e a porra do seu marido que da encima de todas as mulheres da rua. - falei subindo as escadas e indo para o meu quarto. Tem dias que você atinge o limite do cansaço mental. E discutir não è mais opção já que não suporta nem falar.  E isso acontecia muito. Eu sempre contrário minha mãe nas atitudes, mas na hora de explicar ou de escutar toda a raiva que ela tinha a dizer, eu nunca respondia. Pois o cansaço mental já tinha chegado e a última coisa que eu queria era dialogar com ela.

- Você vai para um acampamento? - Minha irmã mais nova, de 12 anos, perguntou. Ela era totalmente oposto a mim. Olhos castanhos mas cabelos loiros que pareciam iluminar uma sala. Nunca odiaria Clarice, mas a invejava as vezes.

- Talvez. Sua mãe enlouqueceu e tá falando aí. Mas não me importo, prefiro lá do que aqui. - Disse sentada na cama lhe olhando, enquanto ela caminha e senta ao meu lado.

- Vai me deixar só? - Perguntou encostando a cabeça em mim.
- Por um tempo, amor. Mas você não tá só, seus pais são ótimos pais para você, e você tem muitos amigos. - Falei lhe abraçando. - È só enquanto não tenho pra onde ir, estou me planejando para sair daqui. E pelo menos, não vai ter mais briga. - Disse enquanto ela deitava na minha cama e adormecia.

quebra de tempo.

Quando se tratava de me mandar para longe, minha mãe era rápida. Ela comprou passagens em dois minutos quando minha tia perguntou se queria que eu morasse com ela, conseguiu dinheiro para gasolina quando meu avô disse que poderia dormir na casa dele se pagassem a gasolina para me buscar e arrumou as papeladas em um dia quando o acampamento me aceitou para salvar minha alma dos pecados. Meus colegas, ficaram surpreso em eu aceitar essa ideia maluca, mas qualquer lugar è casa longe dela, e claro que eu consigo transformar esse acampamento em algo divertido. Deus que me perdoe.

- Suas malas já estão no táxi. Tem duzentos reais no bolso da frente se precisar de algo. Eu coloquei uma bíblia na mochila caso Deus faça um milagre. - minha mãe dizia enquanto descíamos os degraus da escada. - e se precisar, não ligue. - falou abrindo a porta do táxi.

- Vou sentir sua falta. - Clarice dizia me abraçando.

- E eu a sua. - deixei um beijo na sua testa. - Fiz para você.  - Uma pulseira com um pingente de maçã vermelha, por causa da nossa princesa favorita. - Te amo.

- Eu também. - falou voltando para ao lado dos seus pais. Quando entrei no táxi. O local do acampamento era em outra cidade, a uma hora da minha casa. E eu pensava no caminho em dez formas diferentes de fugir ou de cometer um pecado por lá. Deus que me perdoe. Afastado de tudo, o local era no interior do interior. E observando todas as casinhas e igrejinhas no caminho, acabei adormecendo.

- Chegamos, moça. - O motorista me chamou. - Levantei do banco e segui até a mala do carro, onde peguei as duas malas. Observando as meninas do acampamento, me sentia bastante... nua. Eu usava um vestido acima do joelho preto e meias até a coxa. Foi o que mais achei... crente?

- Seja bem vinda. Minha mãe avisou que viria, mas achei fora da realidade. - Elisa disse pegando uma das malas.
- Você esta linda! - falei lhe abraçando. - E bem... certinha. Eu não vi com a roupa certa.

- Foi notável. È bom trocar antes que o alguém da família do padre veja. - disse andando com uma das malas até o portão da casa.

- Elisa! estava lhe procurando. Meu pai quer sua ajuda com as campistas novas. - Uma voz masculina dizia mas a cortina da janela o cobria. Quando finalmente pude vê-lo. Nunca fui a favor do pecado, mas meu Deus! colocar esse garoto aqui era como um teste diretamente do inferno. Acho que meus olhos faziam tantos zigszags por ele que o garoto ficou tonto. Mas eu, estava em outra realidade.

- Essa è Sofia, a nova campista. - Elisa dizia percebendo os olhares.

- Roupa bem questionável para o local, Sofia. - O garoto dizia me olhando nos olhos.

- Você achou? - Falei me aproximando.

- È. Se meu pai pegar você assim...

- Ele não vai. - eu disse.

- Esse è o Daniel Marques, Sofia. Ele è filho do padre. - Ela falou no meio de nós dois.

- Padre pode ter filho?

- Eu te explico isso melhor depois. - Ele disse, sorrindo. Maldito!

- Vou ficar esperando. - Falei, seguindo para o quarto.

Talvez, minha mãe tenha finalmente feito algo que preste.

Episódio corrido pois pra mim a parte deles criarem uma "amizade" é sempre a mais cansativa e chatinha de ler.
Amo ler os comentários de vocês e to fazendo as correções dos episódios já! ❤️

Oitavo pecado capital. - Daniel Marques Onde histórias criam vida. Descubra agora