06 - Passos ate a decisão.

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"As vezes o amor não é suficiente
e a estrada se torna difícil
eu não sei o por quê."
- Lana del rey

Daniel Marques.
Eu nunca havia me relacionado com ninguém, mas por escolha minha. Sempre ouvi meu pai contar o quanto um casamento é especial, como se as almas se tornassem uma só. Por isso, nunca fui desesperado em encontrar alguém, quando as garotas vinham falar comigo e conversavam sobre coisas fúteis e o quanto queriam me beijar; eu deixava de lado. Queria alguém que quisesse mais que isso. Quando vi Sofia no corredor da casa, minha respiração perdeu o foco. Mas não pensei em o quanto queria ela, era algo momentâneo. Mas quando conheci seu lado brincalhão, que gostava de conversas e quadros, que se interessava pela minha cor favorita, pensei o quanto tava disposto em conhecê-la e ver o que poderíamos se tornar. Algo já dizia que ela seria minha.

- Não sei o motivo de estar tão chateado, você conhece ela a algumas semanas! - Pedro dizia enquanto andava pela sala. Quando sofia me deixou para trás, um calafrio subiu em todo meu corpo, pensei que ela não me quisesse mais.

- Você não pode se esforçar um pouco pra me entender? qual é, Pedro! você é meu melhor amigo e tá agindo como meu pai. - Falei decepcionado, como uma carta aberta. O moreno suspirou e sentou ao meu lado.

- Você está agindo na emoção.

- E por quais motivos eu não tenho direito disso? eu posso agir na emoção, pensar que estou apaixonado e pedir para me casar com ela essa noite. Não é você que pode me proibir de viver. - O menino suspirou, passou as mãos nos olhos como se quisesse acordar de um transe.

- Desculpa. Eu só acho que ela não é o tipo de garota que te faria bem.

- Você não a conhece como eu. - Olhei em seus olhos.

- Você também não a conhece. - O garoto falou em meio a uma risada irônica.

- Eu sinto que sim. Você não teve as nossas conversas, guerra de tinta, não descobriu que seu filme favorito é velozes e furiosos, ou que seu apelido é fia. Não notou que quando ela sorri faz um movimento estranho com o nariz e quando quer chorar, pisca os olhos rapidamente o suficiente para lhe endoidar. Eu sei que conheci ela a algumas semanas. Mas eu estava de olho nela antes mesmo de trocarmos se quer uma palavra. Não como se estivesse obcecado, apaixonado. É como uma necessidade de conhece-lá. Como se Deus me mandasse um sinal de que é ela, e tenho que fazer dar certo com ela. Posso estar maluco, mas senti isso. - Falei sem pausas, o que fez com que meus pulmões buscassem por ar na última palavra. Pedro ao menos teve oportunidade de falar, mas parecia pensar em mil coisas ao mesmo tempo. Como flashback's.

- Sabe que o amor não salva tudo, né? Se vocês algum momento se amarem, tem seu pai, o pessoal da igreja, a personalidade dela e sua vida totalmente diferente.

- Eu estou disposto a tentar. Mesmo que possa no fim dar errado, que não seja pra ser, que ela não se apaixone, que meus pais não apoiem. Eu prefiro me arrepender do que não arriscar.

- Você tá me deixando louco!

- Eu já estou.

- Ela tá deixando tudo mais difícil.

- Nossa vida nunca foi fácil. - Sorri, e o garoto gargalhou como resposta.

- Eu vou te apoiar. Mas, lembre de tudo que eu te disse. Não quero te dizer que avisei quando algo der errado.

- Não há pra que se preocupar.

- E o que vai fazer?

- Quero me resolver com ela, explicar que não há pra que esse medo. Preciso que ela me escute, me de uma chance. Mas preciso que você esteja ao meu lado. Que não seja o tipo de pessoa que me dedure para o meu pai.

Oitavo pecado capital. - Daniel Marques Onde histórias criam vida. Descubra agora