A visita ao museu foi revigorante, foi como voltar para casa após muitos anos longe, porém faltou algo muito importante para que se tornasse a melhor visita que eu já tive, a presença da minha avó.
Eu quase podia ouvi-la ao meu lado falando sobre cada uma das obras, contando suas histórias, e o que ela mais gostava em cada uma. Naquele momento não me senti triste, pelo contrário, me senti feliz pois eu sabia que ela sempre estaria ao meu lado.
Assim que saímos da galeria vi o momento exato que um carro bateu num poste de luz e na sequência o Robin apareceu prendendo os dois homens e logo resgatando uma garotinha, em Londres não acontece muito isso e na maioria das vezes é no centro da cidade.
Foi interessante ver um dos heróis de Gotham em ação, ao meu lado percebi Dick com uma expressão estranha, parecia pensativo ao mesmo tempo em que seus ombros expressaram sua tensão.
- Gotham é agitada, não? - Uma pergunta boba para descontrair.
- Sim, muito agitada. - Depois de me deixar na porta da mansão, Dick despediu-se logo indo embora.
Andando pelos corredores senti o delicioso cheiro de comida, sem conseguir me conter fui até a cozinha avistando Alfred cantarolando enquanto cozinhava, ao me aproximar reconheci a melodia de imediato, era um canção antiga que minha mãe cantava na hora de dormir para mim.
- Foi o senhor quem ensinou essa música para a minha mãe? - Alfred não pareceu surpreso por me ver ali.
Sorrindo ele incentivou minha aproximação e quando o fiz pude notar a sorriso iluminar seus olhos, ele está feliz. Observando-o cozinhar me impressionei com a destreza com que prepara cada prato, mesmo sem olhar sei que meus olhos estão brilhando tamanha a minha admiração.
- Você gosta de cozinhar? - Alfred a olhava de esguelha, muito interessado na resposta da neta.
Era perceptível a admiração no olhar de Andrea, um forte indicativo de que a mesma entendia de culinária.
- Pretendo estudar culinária na faculdade. - Sem que Alfred dissesse algo Andrea começou a ajuda-lo nos preparativos.
- Boa escolha. - O clima entre eles estava tranquilo e muito agradável.
- Não respondeu a minha pergunta. - Andrea era uma garota curiosa, a curiosidade era a marca registrada de Marie.
- Sim, eu cantava para Jully antes de dormir. - O brilho no olhar dela indicava que sua filha tinha seguido seu exemplo.
- Sente falta delas? - A pergunta pegou o velho mordomo desprevenido.
- Desde o dia que foram embora. - As lembranças ainda doíam.
Às vezes, Alfred repassava na mente todos os momentos que deixou sua família de lado para cuidar do jovem Bruce após a morte de seus pais.
Marie entendia que o menino via Alfred como um pai, e por várias vezes foi compreensível, até mesmo quando Alfred esqueceu momentos importantes como o aniversário da filha, os passeios aos domingos no parque, o aniversário do casamento deles.
Ela relevou tudo isso, mas a gota d'água foi quando a filha sofreu um acidente de carro quando voltava para casa no ônibus escolar, assim que recebeu a notícia Marie correu para o hospital enquanto tentava contactar o marido. Mas ele não atendeu nenhuma de suas ligações, pois estava auxiliando Bruce, na época adolescente, em uma reunião das empresas Wayne.
Marie passou a noite velando o sono da filha no hospital, e no outro dia de manhã ligou novamente para o marido, dessa vez sendo atendida.
A reação de Alfred ao saber o acontecido não foi o esperado por Marie, logicamente ele perguntou acerca do bem-estar atual da filha, mas pediu desculpas por não poder ir de imediato. Marie tentou argumentar, no entanto Alfred lhe disse que Jully estaria em boas mãos com ela, já que ele precisava ajudar Bruce.
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A Garota Pennyworth
FanfictionAndrea viu sua vida ficar de ponta cabeça quando precisou ir morar em Gotham City com seu avô materno Alfred Pennyworth após uma tragédia familiar. Agora ela terá que viver na mansão Wayne rodeada dos mistérios que envolvem a família para a qual seu...