{12} De volta a Hogwarts

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Narrador on 

- Tenho ainda o doloroso dever de informar que este ano não realizaremos a Copa de Quadribol entre as casas.

- Quê? — exclamou Harry. Ele olhou para Fred e Jorge, seus companheiros no time de Quadribol.

Xingaram Dumbledore em silêncio, aparentemente espantados demais para falar. Dumbledore continuou

- Isto se deve a um evento que começará em breve e irá prosseguir durante todo o ano letivo, mobilizando muita energia e muito tempo dos professores, mas eu tenho certeza de que vocês irão apreciá-lo imensamente. Tenho o grande prazer de anunciar que este ano em Hogwarts...

Mas neste momento, ouviu-se uma trovoada ensurdecedora e as portas do Salão Principal se escancararam.

Apareceu um homem parado à porta, apoiado em um longo cajado e coberto por uma capa de viagem preta. Todas as cabeças no Salão Principal se viraram para o estranho, repentinamente iluminado por um relâmpago que cortou o teto. Ele baixou o capuz, sacudiu uma longa juba de cabelos grisalhos ainda escuros e começou a caminhar em direção à mesa dos professores.

Um ruído metálico e abafado ecoava pelo salão a cada passo que ele dava. Quando alcançou a ponta da mesa, virou à direita e mancou pesadamente até Dumbledore.

Mais um relâmpago cruzou o teto. Sn prendeu a respiração. O relâmpago revelou nitidamente as feições do homem e seu rosto era diferente de qualquer outro que já vira. Parecia ter sido talhado em madeira exposta ao tempo, por alguém que tinha uma vaguíssima ideia do aspecto que um rosto humano deveria ter, e não fora muito habilidoso com o formão.

Cada centímetro da pele do estranho parecia ter cicatrizes. A boca lembrava um rasgo diagonal e faltava um bom pedaço do nariz. Mas eram os seus olhos que o tornavam assustador.

Um deles era miúdo, escuro e penetrante. O outro era grande, redondo como uma moeda e azul elétrico vivo. O olho azul se movia continuamente sem piscar, e revirava para cima, para baixo, e de um lado para o outro, independentemente do olho normal, depois virava de trás para diante, apontando para o interior da cabeça do homem, de modo que só o que as pessoas viam era o branco da córnea.

O estranho chegou-se a Dumbledore. Estendeu a mão direita, que era tão cheia de cicatrizes quanto o rosto, e o diretor a apertou, murmurando palavras que Sn não pôde ouvir. Parecia estar fazendo perguntas ao estranho, que abanava negativamente a cabeça, sem sorrir, e respondia em voz baixa. Dumbledore assentiu com a cabeça e indicou ao homem o lugar vazio à sua direita.

O estranho se sentou, sacudiu a juba grisalha para afastá-la do rosto, puxou um prato de salsichas para si, levou-o ao que restara do nariz e cheirou-o.

Tirou então uma faquinha do bolso, espetou a salsicha e começou a comer.

Seu olho normal fixava as salsichas, mas o olho azul continuava a dar voltas na órbita registrando o salão e os estudantes.

- Gostaria de apresentar o nosso novo professor de Defesa contra as Artes das Trevas — disse Dumbledore, animado, em meio ao silêncio. — Professor Moody.

Era normal os novos membros do corpo docente serem recebidos com aplausos, mas nem os colegas nem os estudantes bateram palmas, exceto Dumbledore e Hagrid. Os dois juntaram as mãos e bateram palmas, mas o som ecoou tristemente no silêncio e eles bem depressa pararam. Todos pareciam demasiado hipnotizados pela aparência grotesca de Moody para ter qualquer reação exceto encarar o homem.

- Moody? — murmurou Harry para Rony. — Olho-Tonto Moody? O que o seu pai foi ajudar hoje de manhã?

- Deve ser — disse Rony baixo, em tom de assombro.

- Que aconteceu com ele? — cochichou Hermione. — Que aconteceu com a cara dele?

-Não sei — cochichou Rony em resposta, mirando Moody, fascinado.

Moody parecia totalmente indiferente à recepção quase fria que tivera. Ignorando a jarra de suco de abóbora à sua frente, o homem tornou a enfiar a mão no interior da capa, puxou um frasco de bolso e bebeu um longo gole. Quando levantou o braço para beber, sua capa se elevou alguns centímetros do chão e Sn viu, por baixo da mesa, um bom pedaço de uma perna de pau, que terminava em um pé com garras.

Dumbledore pigarreou outra vez.

- Como eu ia dizendo — recomeçou ele, sorrindo para o mar de alunos à sua frente, todos ainda mirando Olho-Tonto Moody, paralisados —, teremos a honra de sediar um evento muito excitante nos próximos meses, um evento que não é realizado há um século. Tenho o enorme prazer de informar que, este ano, realizaremos um Torneio Tribruxo em Hogwarts.

- O senhor está BRINCANDO! — exclamou em voz alta Fred Weasley.

A tensão que invadira o salão desde a chegada de Moody repentinamente se desfez. Quase todos riram e Dumbledore deu risadinhas de prazer.

- Não estou brincando, Sr. Weasley — disse ele —, embora, agora que o senhor menciona, ouvi uma excelente piada durante o verão sobre um trasgo, uma bruxa má e um

Leprechaun que entram num bar...

A Professora Minerva pigarreou alto.

- Hum... Mas talvez não seja hora... Não... Onde é mesmo que eu estava? Ah, sim, no Torneio Tribruxo... Bom, alguns de vocês talvez não saibam o que é esse torneio, de modo que espero que aqueles que já sabem me perdoem por dar uma breve explicação, e deixem sua atenção vagar livremente.

- O Torneio Tribruxo foi criado há uns setecentos anos, como uma competição amistosa entre as três maiores escolas europeias de bruxaria. Hogwarts, Beauxbatons e Durmstrang. Um campeão foi eleito para representar cada escola e os três campeões competiram em três tarefas mágicas. As escolas se revezaram para sediar o torneio a cada cinco anos, e todos concordaram que era uma excelente maneira de estabelecer laços entre os jovens bruxos e bruxas de diferentes nacionalidades, até que a taxa de mortalidade se tornou tão alta que o torneio foi interrompido.

-Taxa de mortalidade? — sussurrou Hermione, parecendo assustada. Mas, aparentemente, sua ansiedade não foi compartilhada pela maioria dos alunos no salão, muitos murmuravam entre si, excitados, e o próprio Harry estava bem mais interessado em saber mais sobre o torneio do que em se preocupar com o que acontecera centenas de anos atrás.

- Durante séculos houve várias tentativas de reiniciar o torneio — continuou Dumbledore - mais esse ano sera diferente. Agora vamos dar boas vindas as adoráveis moças da academia de magia Beauxbatons e sua diretora Madame Maxime

Meninas de no mínimo 16 anos entram no salão, todas de azul com borboletas ao redor. Aras uma mulher extremamente alta aparece, e vai em direção a Dumbledore

-e agora nossos amigos do norte recebam a delegação de Durmstrang e seu diretor Igor Karkaroff

E de novo a grande porta e aberta, agora vários garotos com certeza maiores de idade entram, e logo em seguida Karkaroff com Vitor Krum ao seu lado

- Caramba e ele, Vitor Krum - Rony diz animado com um super fã 

- Ansiosos como eu sei que estarão para ganhar a Taça para Hogwarts — disse ele —, os diretores das escolas participantes, bem como o Ministério da Magia, concordaram em impor este ano uma restrição à idade dos contendores. Somente os alunos que forem maiores, isto é, tiverem mais de dezessete anos, terão permissão de apresentar seus nomes à seleção. Isto — Dumbledore elevou ligeiramente a voz, pois várias pessoas haviam protestado indignadas ao ouvir suas palavras, e os gêmeos Weasley, de repente, pareciam furiosos — é uma medida que julgamos necessária, pois as tarefas do torneio continuarão a ser difíceis e perigosas, por mais precauções que tomemos, e é muito pouco provável que os alunos abaixo da sexta e sétima séries sejam capazes de dar conta delas. Cuidarei pessoalmente para que nenhum aluno menor de idade engane o nosso juiz imparcial e seja escolhido campeão de Hogwarts. — Seus olhos azul-claros cintilaram ao perpassar os rostos rebelados de Fred e Jorge. — Portanto peço que não percam tempo apresentando suas candidaturas se ainda não tiverem completado dezessete anos.

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