Aquele agroemo (Felipe X Leitora) - Entre Laços e Amassos

Paz? (cap. 12)

Felipe e eu interrompemos o que estávamos fazendo e instintivamente olhamos para a TV. Do outro lado da tela se encontrava Mateus, sentado em uma poltrona como qualquer outra de programas de televisão. Sua expressão é séria, chegando à preocupação. Ele encara a tela por alguns instantes, e então começa a dizer seu pronunciamento.

Mateus – Oi. Alguns de vocês já me conhecem, mas, para aqueles que não, meu nome é Mateus, e eu sou um cantor de sertanejo aqui de Goiânia. Recentemente, veio à tona que eu estava em um relacionamento. Pois bem, devido a alguns problemas pessoais, gostaria de dizer que esse relacionamento acabou.

Olho para Felipe, que esboça um sorriso de satisfação. Ele me abraça de lado, e olha para mim como se dissesse "enfim, paz". Mateus, então, continua o discurso.

Mateus – Peço para que vocês não ataquem a ela ou seu namorado atual – nessa hora, Felipe sorri e diz "viu, eu apareci na TV indiretamente!" – e respeitem a privacidade de todos nós nesse momento. Obrigado.

Após essa última fala, o programa corta para outra coisa. Nos entreolhamos com leves sorrisos.

(S/N) – Bom, depois disso, ou nós teremos paz, ou nossa vida vai virar um inferno.

Felipe – Ou os dois.

Olhamos em volta e lembramos do bolo que estávamos fazendo antes de... nos perdermos em outras coisas. Voltamos às nossas tarefas então, juntando os ingredientes e batendo-os até virar uma massa, tudo isso enquanto trocamos olhares amorosos e roubamos beijos um do outro. Colocamos a massa no forno, enfim, e tínhamos um tempo para esperar. Felipe se aproxima de mim, com um sorriso malicioso agora já conhecido. Inclinando sua cabeça em direção à minha orelha, ele sussurra:

Felipe – Ei, o que eu tinha falado antes... sobre eu não ligar de ser anti-higiênico... é verdade.

(S/N) – Felipe... a Alice vai matar a gente.

Felipe – E quem disse que a Alice vai ficar sabendo?

(S/N) – Você é uma péssima pessoa.

Felipe – Nem você mesma acredita nisso... vem cá.

Ele puxa meu corpo contra o seu, sorrindo e me puxando para um beijo delicado. Sinto seus lábios contra os meus, com um desejo imenso, porém contido. Sua mão viaja até minha nuca, acariciando meus cabelos, também dando leves puxões. O beijo foi se intensificando, e antes que eu percebesse, minha mão desliza por baixo de sua camisa, arranhando seu tronco. Felipe me pressiona contra a parede, e a essa altura o beijo já está voraz. Minhas mãos instintivamente abrem o moletom de Felipe, e sua boca passeia entre meus lábios e minha nuca, chegando até meu pescoço.

Felipe – Vem cá, vou te colocar num lugar mais... apto. – Felipe sorri, me erguendo gentilmente e me pondo sobre a ilha da cozinha. Meus pés não tocam o chão, e agora eu e ele estamos na mesma altura.

Desabotoo sua camisa lentamente, olhando no fundo de seus olhos, que estão nitidamente repletos de desejo. Jogo sua camisa no chão da cozinha, enquanto Felipe me ajuda a retirar minha camiseta. Entre beijos e mãos que passeiam por toda parte de nossos corpos, logo estamos despidos, envoltos por uma aura lasciva. Passo meus dedos por seu tronco, sentindo arrepios em cada curva de músculo, sincronicamente à Felipe, que está beijando cada centímetro do meu pescoço fervorosamente. Logo, estamos nos movimentando em harmonia, conectando meu corpo ao dele no nível mais íntimo. Felipe parece estar gostando da adrenalina de fazer isso em um local diferenciado, pois sorri maliciosamente para mim entre seus movimentos. Vamos nos aproximando ao ápice da relação, com abundância de beijos e carícias. Terminando, nos olhamos afetuosamente, mas logo nos demos conta de onde estávamos.

(S/N) – Acho melhor a gente limpar isso aqui...

Felipe ri. – É... e se mandar, antes que alguém veja nosso estado.

Colocamos nossas roupas, limpamos tudo a ponto de ser imperceptível o que tinha acontecido há apenas alguns minutos, e fomos para o quarto, rindo da situação. Deitamo-nos na cama e passamos o resto da noite conversando sobre assuntos aleatórios, enquanto abraçados. Esse tipo de momento só me faz pensar em como nossos sentimentos não mudaram desde o momento que começamos a namorar. Somos apaixonados, enlouquecidos, vorazes. E, penso comigo mesma, isso é amor.

Acordamos e logo vamos à cozinha para ajudar Alice. Chegando lá, ao ver Alice cozinhando tão alegremente, sem imaginar o que havia ocorrido apenas algumas horas antes, não consigo conter um sorriso sigiloso. E, olhando pra Felipe, vejo que ele faz o mesmo.

Alice – Oi pessoal!

(S/N) / Felipe – Oi, Alice.

Alice – Me conta o babado que tá rolando! Acordei com um monte de site de notícia falando de um tal pronunciamento do Mateus...

(S/N) – O Felipe deu um pequeno chacoalho no Mateus pra gente conseguir sair como um casal normal.

Felipe – Você devia ter visto, Alice. Eu fui O CARA! – o emo fala, com um sorriso irônico.

Alice ri. – Não acredito! Quer dizer que, uma vez na vida, o Mateus ouviu o que você falou?

Felipe – Pois é... espero que eu e a (S/N) finalmente tenhamos paz.

Alice – Assim esperamos.

E assim passamos o tempo, entre conversas e preparativos para o café da manhã. Após o término, fomos todos comer. O clima estava bom, com apenas Mateus demonstrando um pouco de tensão. Terminado o jantar, Felipe me chama para um canto.

Felipe – Quer aproveitar nossa liberdade agora?

(S/N) – me segue e você vai ver.

Felipe me guia até fora da fazenda, onde seu carro estava estacionado. Ele abre a porta para mim e logo em seguida entra no carro, colocando um rock para tocar no rádio.

Felipe – Agora você vai ter a sorte de aproveitar uma curta viagem com minha ilustre presença.

(S/N) – olha como eu sou sortuda.

Felipe passa o trajeto inteiro cantando as letras das músicas para mim, batucando o ritmo em minha coxa. Quando me dei conta, estávamos no centro de Goiânia.

Felipe – Chegamos. Vamos à tarde de compras com a minha linda namorada. – Ele sorri, fazendo carícias em meu rosto.

Ele sai do carro e abre a porta pra mim. Começamos a andar no centro com as mãos entrelaçadas, procurando alguma loja interessante, quando ouvimos uma voz atrás de nós.

? – Ei! Aquela não é a ex do Mateus, que traiu ele com o primo?