Namoro falso, namoro verdadeiro (cap. 4)

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Felipe – (S/N), você quer namorar comigo?


(S/N on)

Imediatamente senti uma explosão em meu peito. Não esperava que Felipe tomaria uma decisão tão repentinamente, mas a certeza de que sou tão importante para ele me deixa imensuravelmente feliz. Por um instante, penso em Mateus e meu namoro de fachada, mas logo tudo isso se esvai, dando lugar à pura satisfação que as últimas palavras daquele emo me causaram. Não me importo em colocar tudo em risco, este é o momento que eu quero estar, aqui e agora. Nem preciso pensar na resposta.

(S/N) – É tudo que eu mais quero na vida, Lipe.

Vi seu rosto instantaneamente se transformar no sorriso mais bonito que já vi na vida. Seus trejeitos indicavam certa inabilidade de lidar com a situação, mas sua inevitável satisfação era quase que palpável.

Felipe – É sério?

(S/N) – Sim, seu bobo! Você é a pessoa mais especial desse lugar para mim, e eu não quero estar em nenhum lugar além do seu lado.

Em um impulso, talvez sem saber muito bem o intuito desse movimento, ele se levanta da cadeira e vem em direção a mim. Ele se senta ao meu lado na cama, seu sorriso fofo transformando-se em um malicioso.

(Felipe on)

Sentei-me na cama ao seu lado e meus pensamentos decolam. Admito que minha ansiedade e falta de experiência me deixam receoso de começar algo, mas é tudo o que eu quero. Dar um passo a mais. Me sentir integralmente pertencente a ela. E é só isso que importa no momento.

Puxo-a para um beijo, e no momento que seus lábios tocam os meus sinto-me no paraíso. Suas mãos agarram minha blusa enquanto as minhas se encaixam em sua cintura, puxando-a para mais perto. Nosso ritmo foi se tornando mais intenso e acalorado, ao passo que suas mãos se direcionam para o zíper da minha blusa, abrindo-a. Ela, em um movimento suave, ela se deita na cama, e eu, instintivamente, me debruço por cima, minhas pernas entre as suas. Desço minhas palmas até seu busto, e repentinamente estou repleto de desejo. Não tento esconder, e nem acho que seja possível. Entre beijos, meu olhar se encontra com o seu, e o estímulo visual me deixa, de certa forma, desconcertado, no bom sentido, porém. Inevitavelmente, meus dedos se dirigem aos botões de sua calça, desabotoando-os. Ela entende o sinal e faz o mesmo. Logo, poucas roupas nos cobrem. Já não mais me contenho, beijando-a apaixonado e entusiasmadamente, de um jeito que nem eu sabia que conseguia. Minhas mãos passeiam livremente por seu corpo, e as suas fazem o mesmo com o meu. O próximo passo é óbvio, entretanto por alguns segundos eu ouso hesitar. Ela percebe minha inquietação.

(S/N) – Tudo bem, Lipe?

Felipe – Tudo... É só que... eu nunca... fiz isso antes.

(S/N) – Felipe, tudo bem. Se você não quiser ir além, eu entendo. Mas saiba que, se você quiser, eu vou fazer de tudo para que seja bom e especial para você.

Minha resposta foi beijá-la ainda mais enamoradamente do que antes, logo após tirando sua peça de roupa final. E, logo após, pela primeira vez na vida, me senti realmente pertencente a alguém. Nossos corpos se uniram em um ritmo só, em uma sintonia inexplicável. Ao chegarmos ao final, atingimos um estágio de intimidade antes desconhecido por mim. Cansado, porém fascinado, rolo para o lado dela na cama.

Felipe – Isso foi... incrível.

(S/N) – Vai se acostumando.

Ela me abraça e assim ficamos, por horas, até o horário do almoço. Ao descermos para a mesa, percebo que Mateus lança um olhar estranho para nós. E nesse momento eu me lembro que ela está em um namoro de fachada, não podendo sumir com outro homem sem explicações. E, por um instante, sinto-me contrariado, até mesmo enciumado, pois ao propor um namoro para a (S/N) a ideia de ter de dividir sua atenção não passou pela minha cabeça. Pior ainda, teremos de esconder nosso namoro real, enquanto ela tem um "namoro" público com meu primo, que não é muito discreto. Para não causar tanto alarde, pego meu almoço e vou para o meu quarto, sozinho.

(S/N on)

Essa manhã foi... mágica. Me senti totalmente conectada com o Felipe, e tenho certeza de que ele reconheceu isso também. Em tão pouco tempo conhecendo-o, ele mudou minha rotina completamente. Hoje, ele tornou-se uma das pessoas mais importantes da minha vida.

Sentei-me na mesa para comer, e quando olho para Mateus, reparo que ele está me encarando. Levanto as sobrancelhas, e ele murmura:

Mateus – Precisamos conversar depois.

Essas palavras fazem um calafrio descer por minha espinha. Finalmente noto as possíveis repercussões que manejar um namoro real e um falso podem ter. Isso, combinado à situação constrangedora que eu e Mateus passamos na última vez que estivemos sozinhos, me faz ter o pressentimento de que essa conversa não pode ser algo bom.

Termino de comer e espero Mateus na porta. Ao me encontrar, ele me leva a um quarto reservado para conversarmos. Ele me lança um olhar consternado.

Mateus – Princesa, ocê sabe que num namoro, nóis não pode ficar de gracinha com outras pessoas, né? O propósito disso tudo é ser sério.

(S/N) – Sim... onde você quer chegar com isso? – Perguntei, sabendo exatamente onde ele queria chegar.

Mateus – O que ocê tava fazendo no quarto com meu primo por horas? Todo o pessoal aqui da fazenda reparou, ficou ruim pra mim, princesa.

Mesmo esperando, meu coração erra uma batida ao ouvir essa pergunta. Não posso pular fora do namoro falso agora, eu dependo dele me mantendo. Mas, ao mesmo tempo, sinto que estou injustiçando a mim mesma e ao Felipe com esse jogo de faz de conta.

(S/N) – Eu... estava... jogando com ele, só isso, Mateus.

Mateus – E que o negócio é que ocê nunca faz nada comigo, (S/N). Parece até que ocê é namorada dele, não minha.

(S/N) – Eu posso te ajudar algum dia na fazenda, que tal? Aí sua imagem fica melhor com o pessoal daqui.

Mateus – Não é assim, princesa. Eu quero que ocê queira fazer as coisas comigo. Ocê sabe que eu tenho um carinho especial por você.

(S/N) – Não dá para forçar as coisas, Mateus. Se um dia eu realmente quiser fazer algo com você, eu vou te procurar.

Mateus – Ok. E, princesa, tem mais uma coisa.

(S/N) – Fala.

Mateus – O show que eu vou te apresentar, é hoje. Se apronta.

Aquele agroemo (Felipe X Leitora) - Entre Laços e AmassosOnde histórias criam vida. Descubra agora