Não te amo

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"(Eu juro eu não te amo, eu só bebi demais)
...

A rua vazia, molhada de chuva
O banco do meu carro me lembra da tua nuca
Um copo de bebida queimando na garganta
Eu fui a tua vida, agora eu sou lembrança"

Não te amo - Jão☆゚⁠.⁠*⁠・⁠。゚

Antes
31 de Dezembro de 2009 (12:27)
Copacabana, Rio de Janeiro, RJ - Brasil

        Passo pelas pessoas da festa, já não me importo em pedir licença, apenas sigo em direção a porta

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Passo pelas pessoas da festa, já não me importo em pedir licença, apenas sigo em direção a porta. Preciso sair daqui. Corro para o elevador e aperto qualquer botão no painel sem nem mesmo olhar. Só quero um pouco de paz.

Ouço o barulho avisando que o elevador parou, saio e vejo o indicador do andar que estou. O último, as vezes o universo realmente sabe das coisas.

Abro a porta que dá pro terraço, é realmente uma ideia tentadora, desistir de tudo, noto um sorriso se formar em meu rosto.

Se eu relatasse minha mais nova ideia pro meu terapeuta, ele com toda certeza diria que "existem várias pessoas que iriam sofrer muito pela minha perda". Acho ingenuidade da parte dele acreditar que tantas pessoas dependem de mim assim.

Meu pai nem ia se importar, talvez se preocupasse com "futuro da empresa". Pra minha mãe, bem, ela não ia perder os dois filhos, ainda restaria meu irmão, ele deve ser uma boa distração pra sua tristeza. Meu amigos, os mais importantes perdi contato, e não tenho animais de estimação dependendo de mim.

Essa escolha é apenas minha e de mais ninguém, outras pessoas não deveriam tentar interferir nela, e ninguém está interferindo, mas por algum motivo, a minha mente insiste em me relembrar de conversas idiotas com pessoas tentando me convencer que eu posso decidir meu futuro, mas não se isso significar que eu não queira um.

Pura hipocrisia.

Me abaixo e sento na beira do terraço, olhando para os carros e pessoas passando lá embaixo, a cidade esta acesa. Centenas de luzes estão brilhando e piscando por todo o horizonte. Sinto uma súbita vontade de gritar, de me fazer ser notado por todas aquelas pessoas, que elas parem as suas vidas por um único momento pra me ouvir. Quero por toda a minha raiva pra fora, não quero morrer com rancor guardado.

Talvez eu só queira um último pedido da ajuda.

Tento gritar, a principio é quase impossivel, me reclino pra trás, deitando no chão.

E então, eu choro, choro como nunca chorei a muito tempo, como se eu fosse uma criança novamente.

O som da porta do elevador se abrindo distrai a minha atenção dos carros barulhentos lá embaixo, e guia meu olhar até, quem quer que seja, que passa pela porta do terraço se batendo nas paredes, ouço barulhos de risada.

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⏰ Última atualização: Jul 24, 2024 ⏰

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