03 - cria de calourada

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"Sabe que quem tem o mel é nóis

Que quando pega, nóis destrói"

SILVERADO | Luan Pereira

Pelo menos pelo resto da semana, Leo Raggi não me incomoda mais e Ruth já espalha a notícia que Raquel melhorou — parece que a irmã é intolerante à lactose e vive se esquecendo disso

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Pelo menos pelo resto da semana, Leo Raggi não me incomoda mais e Ruth já espalha a notícia que Raquel melhorou — parece que a irmã é intolerante à lactose e vive se esquecendo disso.

No estágio, acho que a mãe do Miguel não vem esquecendo do medicamento do filho, porque não teve nem um outro dia como o primeiro, mas uma coisa que ela continua esquecendo é de ir buscar o filho dela no horário certo... tive que conversar com a coordenação do colégio no começo da semana e a coordenadora me garantiu que conversaria com a mãe do pequeno.

E claro que eu não iria sozinho na AgroParty e Ruth nem ficou me fazendo tantas perguntas quando a chamei para ir comigo, apenas deu um sorriso largo e soltou um:

— Bora!

Mas logo depois já reclamou que a Alfabéticos não promoveu nada ainda para o próprio curso e só divulgarem com um ou outro stories a festa da Gradeada — até o fim do semestre sinto que Ruth vai achar um jeitinho de se enfiar na diretoria da atlética do nosso curso, sinto isso.

— Ai meu Deus, a sua primeira calourada, meu filho. — mamãe apareceu na porta do meu quarto enquanto escolhia a minha roupa para a tortura social do sábado à noite.

— Nem é grande coisa para a senhora falar assim... — sorrio. — Não exagera, mãe, por favor.

— Não tô exagerando, Kaká. — ela sorri. — Mas saiba que nessas festas universitárias acontecem... muita coisa, entendeu?

Hummm... já sou crescido e já fui em várias outras festas.

— Eu sei, eu sei, mas... — ela limpa a garganta. — É uma calourada de agronomia, então me preocupo com isso.

— Nada de ruim vai acontecer, mãe, relaxa. — solto um sorriso para ela. — Apesar de... o que a senhora sabe sobra as calouradas de agronomia?

— Eu conheci seu pai numa dessas, né. — ela dá de ombros. — Era um caos naquela época, mas hoje as coisas podem estar diferentes, então... juízo acima de tudo, Kaká.

— Pode deixar, mãe. — me aproximo dela e dou um beijo em sua bochecha. — Quando foi que eu te deixei dormir com dor de cabeça?

— Quando você quase foi preso naquele protesto...

Esse assunto vem me rondando nos últimos dias mesmo, por Deus!

— Hoje é sem polícia, relaxa. — continuo sorrindo, tentando tranquilizá-la.

Minha mãe nunca foi uma fera para me deixar sair, então é até estranho vê-la tão preocupada comigo antes deu ir para uma festinha — nem com o Kevin, que é menor de idade, ela se preocupa tanto assim quando ele vai nos eletrofunks com os amigos dele (e é óbvio que meu irmão apronta mais do que eu quando tinha a mesma idade que ele, mas não quero fazer minha mãe sofrer uma taquicardia contando alguns desses fatos para ela).

Cowboy Like Me (em andamento)Onde histórias criam vida. Descubra agora