05 - se arrependimento matasse...

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"Eu não tô de palhaçada, vamo lá pra casa

Bora, que o cafofo hoje é brasa

E nesse tanto de curva, eu me arrisco até na contramão

Deixa eu te apresentar pro meu colchão

Não tô falando de amor, tá doida?"

INTENÇÃO | Marília Mendonça ft. Gaab

Assim que o motorista acelerou o carro, me arrependi do que tinha dito por impulso e eu poderia, facilmente, culpar o alto nível de álcool no meu corpo por conta do mé pela decisão que tinha tomado, mas pensando por cima, não sei se Leonardo tem "...

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Assim que o motorista acelerou o carro, me arrependi do que tinha dito por impulso e eu poderia, facilmente, culpar o alto nível de álcool no meu corpo por conta do mé pela decisão que tinha tomado, mas pensando por cima, não sei se Leonardo tem "parceiros" assim tão cuidados com ele em rolês como esse, já que ele ficou horas e horas pela AgroParty atrás de duendes e não vi ninguém indo atrás dele para resolver o problema ou mandá-lo direto para casa.

Mas talvez isso seja um teste do destino ou coisa do tipo, naquele nível de: estou fazendo uma boa ação e a partir de agora ele vai ter que ser grato a mim e parar com essa birra estranha e sem sentido.

Não sei o endereço dos Raggi, provavelmente é em um dos condomínios fechados da cidade, então o único lugar para onde iremos é a minha casa. O que me leva ao segundo problema: eu queria mesmo trazer esse filho da mãe para o local onde mais me sinto seguro? E não tenho nem bateria para avisar a minha mãe da surpresa que estou levando.

Essa parece a viagem mais longa que já fiz em um carro de aplicativo e o peso da cabeça dele em meu colo parece piorar a situação.

Quando o motorista para em frente de casa, sei que vou ter que enfrentar a realidade a partir de agora. Pago a corrida com o meu cartão de crédito e, não que eu seja pão-duro, mas assim que meu celular carregar já mando a chave PIX para Ruth Queiroz me ressarcir. Não sou contra trepadas, mas tem que ser uma trepada consciente sem precisar foder com o combinado.

— Valeu. — agradeço ao motorista e chacoalho Leonardo no meu colo. — Chegamos, vem.

— Sem duendes? — murmura.

— Uhum, sem eles, Xuxa. — tiro uma com a cara dele, mas ele nem vai se lembrar disso depois.

Leonardo se arrasta para fora do sedan e mal fica com o olho aberto enquanto empurro o portão de casa e caminhamos em direção a entrada.

— Preciso que faça silêncio, entendeu? — olho para ele, enquanto falo em um tom ameno, sem ser tão ríspido, talvez ele entenda mais fácil assim. — Isso que eu tô fazendo não é um start para sermos amigos, não quero isso, só tô te ajudando porque você tá na merda essa noite.

— Tá.

— Então você vai ficar aqui até ficar mais sóbrio.

— Beleza.

Cowboy Like Me (em andamento)Onde histórias criam vida. Descubra agora