Malu.

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Sento na minha cadeira totalmente exausta.

- Diana, preciso de um café bem forte, por favor - peço por telefone.

- Claro, oh minha senhora – zomba e desliga.

Ignoro o deboche dessa criatura e encosto a cabeça na cadeira, fechando os olhos por uns instantes. Minha cabeça ameaça a dor e o corpo começa a cobrar o peso da noite mal dormida. Escuto a porta abrir e abro os olhos lentamente, observando Maximiliano Zanata em minha frente,

- Posso ajudar em alguma coisa? - cruzo meus braços.

- Apenas vim lhe parabenizar.

- Por qual motivo? - arqueio uma sobrancelha.

- Como assim, por qual motivo? - senta na cadeira a minha frente - Você foi incrível no parto, fiquei surpreso com a sua calma com a situação.

- E porque a surpresa? - apoio as mãos na mesa - Achou que eu não fosse capaz? Que eu fosse incompetente? Pois bem, estudei para ser boa, se não fosse, esse cargo não seria meu.

Ele me analisa por um bom tempo e depois sorri achando graça em alguma coisa que não entendo.

- Piada interna? - pergunto incomodada.

- Você é bem petulante.

- E você é bem arrogante - sorrio.

Diana entra com o meu café e sorri quando vê o Max, faz uma dancinha escrota enquanto está atrás dele e eu nego com a cabeça, deixando claro como a acho patética.

- Doutor, não sabia da sua visita, deseja um café? - pergunta segurando o riso.

- Não, obrigado - nega sem tirar os olhos dos meus.

- Algo mais chefe? - pergunto para mim.

- Não Diana, obrigada - sorrio forçado querendo mostrar o dedo do meio em sua direção.

Ela se afasta rindo e antes de fechar a porta, pisca e faz o sinal de ¨joia¨ com o dedo. Já disse que odeio essa garota?

Max continua me olhando, eu não suporto ser observada assim, me sinto invadida. Deixo a xicara de lado e respiro fundo quanto ergo o queixo.

- Preciso trabalhar e acho que o senhor também - aponto para a porta.

- Me expulsando? - levanta sorrindo.

- Pode apostar que sim - falo e o vejo partir, ainda com aquele maldito sorriso nos lábios.

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O restante do dia passei atendendo as emergências que apareceram, e não foram poucas, no final do dia eu estava desesperada para chegar em minha casa e conseguir dormir um pouco. 

- Já estou indo, Diana - aviso - Você pode ir também.

- Vou terminar de digitalizar essa fichas e já vou.

- Certo, até mais, beijos.

- Beijos chefinha - bate continência e eu sorrio.

Quando chego no térreo, me aproximo da recepção e peço para chamarem um táxi para mim. Me sento em um dos bancos no lado de fora e fico olhando o céu estrelado e aproveitando o ar fresco.

- Está fazendo o que? - olho para o lado e vejo Paloma, Gabriel e Max me analisando como se eu fosse louca.

- Estou esperando um táxi - dou de ombros. 

- Não tem plantão hoje amiga?

- Não, o meu é amanhã, graças a Deus, preciso dormir um pouco - confesso. 

Vidas traçadasOnde histórias criam vida. Descubra agora