Max.

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Depois de Mércia, eu nunca pensei que alguma mulher me deixaria a beirada da loucura.

Até beijar Maria Luísa Sandini.

Ela está me deixando completamente sem eixo, desejo aquela maldita vinte e quatro horas por dia e a todo instante, lembro da quentura de sua pele em meus dedos.

Eu teria ido muito além se aquela merda de telefone não tivesse nos interrompido.

- Kaio, qual será a sua? - resmungo após me lembrar o que empatou minha foda.

Ficou mais do que claro que ele não precisava da Malu naquele momento, ela a chamou porque queria estar perto dela. Porque está interessado nela.

- Não no meu terreno.

O caminho todo de volta para casa eu me senti frustrado, por não conseguir vê-la outra vez e terminar o que começamos.

De uma hora para outra a emergência virou um caos e precisei me dedicar totalmente aos pacientes.

Após chegar e tomar um banho, me tranquei no escritório para rever alguns documentos. Entre eles, estava minha certidão de casamento e com ela em mãos, percebi que hoje estaria completando mais um ano de casado e como em todos os anos, pude sentir meu coração despedaçar dentro de mim.

Vou até o cofre e digito a senha, dentro dele tem uma caixa com fotos e recordações de uma vida que eu achava ser perfeita.

- Você mentia tão bem - sussurro deixando as foto de lado.

Pego a caixinha de veludo onde guardo minha aliança. Porque eu ainda guardo essa merda? Gosto de me torturar, simples.

Com receio pego o anel deslizando no meu dedo, sorrindo ao lembrar de um dos dias mais felizes da minha vida.

" - Essa aliança é a prova do meu amor e da minha fidelidade - ela diz sorrindo após colocar o ouro em meu dedo - Max, eu te amo e agora eu sei que contos de fadas existe, obrigada por ser meu príncipe.

- Você que merece os agradecimentos meu amor, você me faz enxergar a vida, querer acorda a cada manhã, obrigado por me amar.

- Eu vou amar para sempre.

- Para sempre - repito e beijo seus lábios"

- Mentirosa - rosno irritado e jogo a caixa para longe.

Sinto raiva por ainda sentir a dor desse abandono, sentir a frustração de não ter vivido a vida que planejamos, por egoísta dessa desgraçada.

- Essa merda tem que passar - rosno outra vez.

Ouço dois toques na porta e antes que eu possa gritar para me deixar em paz, ela se abre e Ana aparece saltitante, vindo em minha direção.

- Papaizinho lindo - sorri daquele jeito que me fascina.

- Oi minha princesa - disfarço o meu verdadeiro humor.

- Vamos no mercado comprar coisas para a tia Rô fazer bolo de chocolate? - seu olhos chegam a brilhar.

- Agora? - arqueiro uma sobrancelha.

- Agorinha - concorda e junta as mãos - Por favor, papaizinho, estou com vontade.

- Tudo bem, vamos ao mercado - incapaz de negar isso a ela, eu concordo.

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Malu.


Como todos já devem saber, eu não tenho uma vida muito tranquila.

Vidas traçadasOnde histórias criam vida. Descubra agora