Depois do episodio da boate, se passaram mais alguns dias e Maria Luísa veio me evitando em todos eles.
Ela ignorou todas as minhas tentativas de aproximação, até mudou seu horário de almoço para não dividir a refeição ao meu lado. Mesmo que eu busque em minha memoria o que pode ter causado isso, não consigo entender, acreditei mesmo que pudéssemos ser bons amigos, pelo visto estava completamente errado.
- Papaizinho? - Ana bate na porta do meu quarto - Posso entrar?
- Pode minha princesa - sorrio quando a vejo. Ela corre e pula no meu colo, beijo seu rosto e a sento na cama junto comigo.
- Você está namorando? - a encaro confuso.
- Não, não estou namorando, qual o motivo da pergunta?
- Ouvi a tia Rosa no telefone, ela disse para a vovó que o senhor esta suspirando pela casa e isso é sinal claro de paixão - me fala dedurando a fofoqueira da tia - Paixão não é quando tem namorada?
- Isso minha filha, mas o papai não esta suspirando ou apaixonado - trato de explicar.
- O que é suspirando? - franze o cenho.
- É uma reação que alguns apaixonados tem - explico mais ou menos - Mas eu não estou apaixonado.
- Tá bom papai, eu já entendi - ela fala e da risada. Acho que fiquei desesperado demais com essa ideia e quis deixar claro que não tem ninguém apaixonado aqui.
Ana passa alguns minutos comigo e depois se entedia, avisando que vai ir novamente atrás de sua tia, para brincar de cabelereira. Assim que ela deixa o quarto, meu celular começa a tocar.
- Pronto.
- Fala Max maravilha.
- Vai se foder Gabriel - ele gargalha - O que você quer?
- Vamos em um barzinho? - convida.
- Cara, hoje...
- Sem ¨ah cara¨ - me corta - Vamos nos divertir, farrear, encher a cara.
- Sua esposa sabe dos seus planos? – dou risada.
- Claro imbecil, ela vai junto - avisa.
- E desde quando um homem que quer farrear, leva a mulher junto? - debocho.
- Um homem que é casado com a Paloma - explica o obvio e eu dou risada.
- Você vai sair com sua esposa e quer me levar no rabo da saia, vou fazer o que junto de vocês, porra?
- Vai se divertir, encher a cara, ver mulher - fala animado - Parece que não entende, vou desenhar da próxima vez.
- Eu não vou sair para ficar de vela, caralho - ralho e ele ri.
- Deixa de viadagem - zomba - A Malu vai também.
- E eu com isso, Gabriel? - me sento na cama - Vocês querem que eu seja amigo dessa louca, mas ela se quer fala comigo - expresso minha frustração referente a ela.
- Você deve ter feito alguma coisa para ela não gostar de você - aponta - Porque a Malu é muito de boa, ela gosta de geral.
- Eu conheci essa mulher a pouco mais de cinco meses, como poderia fazer algo para ela? - falo indignado - E mais, quando nos vimos pela primeira vez, ela quem derrubou café em mim, eu tenho motivos para não gostar dela, não ao contrario.
- Acho que sei onde essa historia vai dar - dá risada.
- Foda-se – ralho irritado.
- Vamos Max, para de ser um velho encrenqueiro? - insiste.
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Vidas traçadas
RomanceAté onde o amor pode te levar? Até onde o amor pode suportar? Uma ferida do passado pode acabar com seus sonhos, pode espalhar sofrimento e assim causar estragos que talvez não tenha perdão. Mas não podemos saber até onde esses estragos vão, até pa...