𝟬𝟬𝟴. 𝗢𝗱𝗲𝗶𝗼 𝗲𝘀𝘀𝗮 𝗴𝗿𝗶𝗻𝗴𝗮

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                  ❝ You look beautiful, and I
                        hate to think about it ❞

                  ❝ You look beautiful, and I                         hate to think about it ❞

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É simplesmente impossível crer que ela está tentando agir como se fosse a certa da história. Absolutamente tudo relacionado a ela era estranho, suspeito e questionável. Sou o único trolho dessa porra de lugar que vê que de inocente ela não tem nada? Daon claramente se lembra de coisas que não deveria lembrar, ou talvez, esteja aqui propositalmente pra nos confundir. E esses outros seriam o que? Peças desse quebra cabeça sem fim?

— Eu me acho o dono da porra toda? Tem certeza que está falando de mim? — Questionei, franzindo o cenho. — Se olha no espelho antes de apontar o dedo na cara de outra pessoa, você anda por aí com esse nariz empinado como se soubesse de tudo. Acha que por ter memórias tem mais chance nesse lugar do que nós? Pois saiba que todo mundo aqui está ferrado igual — sentia meu sangue ferver enquanto a encarava e meu coração batia com força. Não me importava quem estivesse olhando, eu sentia uma imensa vontade de esganá-la agora, mas não o faria. — Pra começo de conversa a pessoa que me tratou com ignorância aqui foi você. E agora acha ruim porque eu te trato da mesma maneira ridícula que você me trata? Estou pagando na mesma moeda, você começou essa situação, não eu.

Os barulhos ao meu redor pareciam ter cessado, senti uma mão segurar meu braço porém puxei com força sem olhar quem era. Não quero que ninguém interrompa nós dois, acho que demorou tempo o suficiente para iniciarmos essa maldita discussão, tempo o suficiente pra que ela arrancasse um namorado de merda e outra amiguinha. Porra, estou começando a achar que detesto asiáticos.

Eu odiei a forma como meu nome foi praticamente cuspido dos lábios dela. Odiava a forma que ela me olhava, como se eu fosse a porra de um monstro que ela projetou. Está extremamente enganada se ela pensa que pode despejar todo o ódio que ela tem da vida medíocre dela em cima de mim e esperar que eu a trate com beijos e abraços. E eu juro por Deus que se esse babaca que ela estava se esfregando se aproximar eu vou quebrar o rosto dele em um milhão de pedaços.

— Se eu sou um covarde, você é uma covarde igual. E pior, você aponta o dedo na minha cara dizendo que eu sou marrento, mas olha pra você... — Estendi as mãos, apontando para todo o corpo dela, uma risada de escárnio escapando dos meus lábios. — Não passa de uma ratinha que no fundo está morrendo de medo pelo que te fizeram, e não adianta agir como a maioral porque aqui você não é nada. A única hipócrita aqui é você. Não é nada mais do que ninguém, então não me venha com essa sua arrogância de merda porque não vou abaixar minha cabeça pra você, Daon — Mordi o lábio com força, tentando não perder a cabeça de vez. Passei minhas mãos pelo rosto com força, Proferi seu nome com certo desdém, assim como ela havia feito com o meu. — Cuidado pra não beber muito, alguém do seu tamanho não parece aguentar tanta bebida, ratinha.

Eu conseguia perceber os punhos dela se fechando com força, sua pose tensa e, principalmente, seu olhar furioso em mim. Ela estava cega de ódio, assim como eu. No fundo, creio que sejamos bastante parecidos nesse quesito, nenhum de nós sequer aguenta estar perto um do outro sem que uma raiva fulminante comece a borbulhar em nós. Queimávamos juntos.

A garrafa que estava na mão dela tinha tido o destino que imagino que ela estivesse desejando pra mim, foi jogada contra o chão com força e se espatifou em vários pedaços.

— Acha que sabe alguma coisa sobre mim, americano desgraçado? — Perguntou enquanto rangia os dentes, tenho certeza que ela me socaria se pudesse. E isso sequer faria diferença agora, palavras ou socos, qual a diferença? — Não somos nada. Todos aqui, não tem importância. Nos colocaram aqui pra morrer, nos descartaram como lixo de laboratório. Então não diga que minha vida vale menos que a sua, que é tão miserável quanto. Estamos todos na porra do mesmo buraco — Afirmou com rispidez, mordendo seus lábios inferiores com tanta força que até mesmo fez um corte.

Meu maxilar estava trincado com uma força descomunal, chegava a doer. Mas a raiva que tomava o meu ser não podia ser considerada algo comum. Olhei para a garrafa de vidro quebrada no chão, absorvendo cada palavra que ela dizia, deixando ainda mais claro seu ódio por mim. Em tão pouco tempo consegui fazer com que alguém me odiasse, talvez isso fosse um novo recorde. Engoli a seco, voltando a encará-la, não tinha vontade alguma de dizer mais nada, não quero prolongar aquela situação ainda mais.

— Isso não te torna menos filho da puta que eu, americano. Você só me odeia porque sou seu próprio reflexo. E por isso que te odeio tanto. Eu já disse e reafirmo — Falou respirando fundo, ela parecia estar sem ar. Franzi o cenho e pude ver suas mãos ensanguentadas. Não quero e nem vou admitir que ela está certa quando ao quesito de sermos um reflexo, não darei esse gostinho a ela nunca. — Se deixar de ser um grandessíssimo filho da puta, vou fazer o mesmo. Mas aparentemente você é orgulho demais pra isso. Acha que vai perder algo se for menos pau no cu?  — E então murmurou, dando um suspiro frustrado. — Idiota.

Minhas sobrancelhas franziram ainda mais enquanto eu via o sangue escorrer por sua mão, só fui interrompido desse ato porque Daon saiu dali. Posso sentir o olhar de Alby sobre mim, aquele olhar de reprovação e desgosto, eu sei que acabei de fazer merda. Droga de bebida. O lugar ficou em um silêncio ensurdecedor, Caçarola e a novata me olhavam com um ar assustado. Eu respirei fundo, tentando usar o resto de controle que ainda tinha.

— O show acabou, não tem nada pra vocês verem aqui — Disse mais áspero do que gostaria. Caminhei para sair dali, não indo na direção dos quartos para não ter que trombar com Daon. Isso não está certo, isso não vai dar certo. Íamos acabar matando um ao outro se ficássemos no mesmo ambiente por tanto tempo. Escutei meu nome ser chamado por alguém, porém não estava com cabeça para olhar. Senti a mão em meu ombro e então me virei de uma vez, encarando Alby. — Olha, de verdade, não estou com cabeça nenhuma pra sermões agora.

— Essa situação não pode continuar assim, Gally, sabe disso.

— Assim como? — perguntei, ainda estava alterado. — Com nós dois agindo feito cão e gato? Não se preocupe, Alby, não vou encostar um dedo nela. Agora, saiba que não vou me responsabilizar por futuras brigas, se pra você está tudo bem ela estar nos construtores, saiba que é um risco.

— Você tem que aprender a se controlar, não é mais uma criança. Assuma seu erro.

Meu erro.

Eu sou o único errado?

— Tá, Alby, agora me deixa em paz. Melhor cuidar dos machucados da mão da gringa, foi feio.

 Melhor cuidar dos machucados da mão da gringa, foi feio

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𝗦𝗢 𝗔𝗠𝗘𝗥𝗜𝗖𝗔𝗡 || 𝐌aze 𝐑unner - GallyOnde histórias criam vida. Descubra agora