𝟬𝟬𝟵. 𝗢́𝗱𝗶𝗼 & 𝗧𝗿𝗮𝗯𝗮𝗹𝗵𝗼

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❝ If you hate me, I will hate you even more, but if you love me, I will be devoted to your love

Meus olhos ardiam pelo choro agressivo que finalmente escapara de meus olhos, um aperto grande em meu peito devastava-me, tirando-me o fôlego

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Meus olhos ardiam pelo choro agressivo que finalmente escapara de meus olhos, um aperto grande em meu peito devastava-me, tirando-me o fôlego. Acho que pela primeira vez, um misto de emoções negativas perseguiu-me em uma fração de segundos que me fizera cortar minhas próprias mãos. Moon estava aqui. Passei toda a minha infância e a adolescência com a imagem de seu rosto mórbido e fúnebre, encarando-me já sem vida. Eu não conseguia entender o que poderia ter acontecido, não conseguia compreender como todas as pessoas que pareciam ter sido enterrada em meu passado, voltavam com vida e dilacerando-me por dentro.

Talvez tenha sido mais um teste. Eles queriam que eu me tornasse uma máquina, e eu o fiz. Eu estava devastada pela dor da perda, e ainda que fosse apenas uma criança na época, uma sede por vingança tomava-me por completo, e eu lutei para me tornar um soldado que vingaria a morte de minha irmã, e então, eles cumpriram com seu objetivo, tornar-me um monstro, testar absolutamente todo meu desgaste mental, ver até onde eu poderia chegar.

Passei horas sentada no chão do quarto, debulhando-me em lágrimas, sem ao menos ter a coragem de encarar minhas próprias mãos. Outra vez, como se eu não pudesse esperar que acontecesse de novo, fiquei cega pelo ódio, e acabei me sobressaltando tanto que pensei que machucaria alguém. Gally foi um maldito idiota, ainda que estivesse em partes, certos, era tão doloroso ouvir que eu estava com medo daqueles que me colocaram aqui. Foi como um pesadelo reviver as memórias do tempo em que estive lá. Muitos experimentos, testes e mortes à minha volta, e ainda aquele maldito loiro tirando de mim minha pureza, tornando-me tão suja quanto ele. Maldito seja.

Finalmente entrei debaixo do chuveiro, procurando limpar o sangue presente entre meus dedos, que agora percorriam a água corrente como um rio avermelhado. Eu tinha cortes e cicatrizes por todo o corpo, afinal, não era a primeira vez em que saía de minha própria razão, não era a primeira vez que eu me machucava. E sem as medicações, eu me sinto como uma bomba-relógio, uma fodida imprevisível, infantil e talvez uma grande filha da puta. Apoiei minha mão na parede, mordendo meus lábios, contendo um grito doloroso enquanto a água passava pelo corte em minha outra mão. Fora mais profundo do que o esperado, e talvez eu teria que fazer pontos.

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Depois de alguns minutos, finalmente saí do banho, já vestida com roupas novas e limpas, longe de qualquer resquício de sangue, até então. Logo coloquei a toalha sobre o ombro e sequei meus cabelos, enquanto andava na direção da cama, mas meus passos rapidamente cessaram quando vi Alby sentado na cama, parecia que estava exatamente me esperando. Porra, talvez eu seja punida por isso, ainda que eu não tenha agredido Gally, eu estava a ponto de fazer isso. 

— Devia cuidar disso — Ele disse olhando para minhas mãos e eu apenas as coloquei atrás do corpo, não precisava de sua pena ou de sua preocupação, eu me viraria sozinha — Vai infeccionar, se não cuidar.

𝗦𝗢 𝗔𝗠𝗘𝗥𝗜𝗖𝗔𝗡 || 𝐌aze 𝐑unner - GallyOnde histórias criam vida. Descubra agora