Os dias pareciam cada vez mais turbulentos e incertos na clareira, Gally estava impaciente e descontente com a falta do envio de suprimentos há cerca de alguns dias. No entanto, tudo parece a piorar, quando uma garota asiática, de sotaque forte, com...
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Era ele. Como poderia ser ele? Eu pensei que estivesse morto, a última vez que o vi fora quando esteve em uma missão com meu irmão. Nenhum dos dois voltou, e eu sabia exatamente o que tinha acontecido. Um deles foi levado à um laboratório, tentaram consertar a própria merda que haviam feito e apenas pioraram tudo, então sacrificaram minha única família. Foi assim com Moon, e eu pensei que o mesmo tinha acontecido com...
— Hiro? — Meus lábios tremularam, dei um passo para trás, quase cambaleando, talvez eu não conseguisse encarar seu rosto agora. O que éramos antes daqui deveria estar em um passado que eu procurei esquecer durante todo esse tempo, mas ao que parece, o garoto estava bem vivo, e com as memórias tão intactas — Eu preciso de um pouco de ar.
Falei sentindo um choro entalado em minha garganta, afastando-me da multidão, passando dentre os diversos garotos que se amontoavam encima da caixa. Segui diretamente até o dormitório, acidentalmente batendo a porta com força, me arrependendo no mesmo instante por estar tão ansiosa diante de algo que deveria ser bom. Passei um bom tempo sentada no chão, com a cabeça recostada na parede, tentando me sentir mais calma, tentando evitar ao máximo a raiva crescente em meu ser, o desespero, o medo. Hiro. Era tudo que eu conseguia pensar. Eu me senti culpada por não ter sido enviada em seu lugar na missão, e acreditei fielmente que ele havia sido morto, exatamente como me disseram, morto em combate. E como se não bastasse isso, foram 365 dias sem vê-lo, e enquanto eu encontrava maneiras de superar o luto, ele ainda me via como seu amor.
Não chegamos a terminar, mas o meu amor por ele definitivamente mudou nesse período. Nunca deixei de amá-lo ou de pensar nele com carinho, Hiro sempre foi, acima de meu namorado, meu melhor amigo, mas definitivamente eu não posso continuar sendo para ele o que eu já fui um dia. Os dias passaram e eu me tornei um novo alguém, talvez por isso fosse tão desconcertante encará-lo, mas era necessário, já tive tempo o suficiente para refletir e acredito que agora poderia encarar o rosto que tão dolorosamente avassala meus pensamentos, com os dias em que chorei incessantemente e sofri com sua morte, que nunca aconteceu. E assim que saí do dormitório, novamente notando todos reunidos à fogueira, que tradicionalmente era como "boas-vindas" aos novatos, aproximei-me, abrindo um sorrisinho ao vê-lo sentado em torno do fogo, com os mesmos olhos contendo o brilho apaixonado. Porra, como explicar que minha paixão... Desapareceu?
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