ELA É A ÚLTIMA

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Apesar de também estar bastante curiosa, Sara logo sai de onde estava é tentar abrir caminho para dar uma olhada - os corpos estavam espremidos demais uns contra os outros.

Mas ela tinha dado uma olhada nela antes de alguns dos meninos entrarem em sua frente.

Ela era delicada, porém não pequena demais.

Talvez tivesse um metro e sessenta e cinco de altura. Pela aparência devia ter uns quinze ou dezesseis anos, e o seu cabelo era preto como breu.

Mas a coisa que mais lhe chamou a atenção foi a pele dela: clara, branca como as pérolas.

Newt e Gally arrastaram-se para fora da Caixa depois dela, então abriram caminho até o corpo sem vida da garota, o agrupamento tornando a se fechar atrás, impedindo a visão de Sara.

Só alguns segundos depois, o grupo abriu-se de novo e Newt apontou para Thomas.

Newt:_ Fedelho, venha cá
*disse, não se incomodando em ser educado*

Sara dá um suspiro revirando os olhos

Sara:_ quantas vezes vou ter que falar que ele não tem nada haver com isso?..
*Ela fala aparecendo na multidão*

Thomas se forçou a se aproximar, procurando parecer inocente, sem agir como alguém que fosse culpado e estivesse tentando parecer
inocente.

Thomas:_ “Fique calmo"
*disse a si mesmo um pouco baixo”

Os garotos alinhados no caminho que levava até Newt e a garota fuzilaram-no com o olhar quando passou, como se ele fosse o responsável por toda aquela bagunça do Labirinto, da Clareira e dos Verdugos.

Thomas recusou-se a fitar qualquer um deles, temendo parecer culpado.

Ele se aproximou de Newt e Gally, que estavam ajoelhados ao lado da garota.

Thomas, sem querer encontrar o olhar deles, concentrou-se na garota.

Apesar da palidez, ela era muito bonita.

Mais do que bonita. Linda. Cabelo sedoso, pele lisa, lábios perfeitos, pernas longas.

Gally:_ Conhece esta garota, trolho?
*indagou Gally, parecendo dar-lhe uma reprimenda*

Thomas ficou chocado com a pergunta.

Thomas:_ Conhecer ela? Claro que não conheço ela. Não conheço ninguém. A não ser vocês.

Gally:_ Não é isso…
*começou Gally, depois parou com um suspiro de frustração*
_ Quero dizer se ela lhe parece familiar de alguma maneira. Tem alguma impressão de já tê-la visto antes?

Thomas:_ Não. Nada.
*Thomas mudou de posição, baixou os olhos para os pés, depois voltou-se novamente para a garota*

Gally franziu a testa.

Gally:_ Tem certeza disso?
*Ele parecia não ter acreditado em uma só palavra do que Thomas*

Thomas encarou Gally e respondeu do único modo que sabia.

Thomas:_ Sim. Por quê?

Gally:_ Mértila
*murmurou Gally, voltando a olhar para a garota no chão*
_. Não pode ser uma coincidência. Dois dias, dois Fedelhos, um vivo, um morto.

Então as palavras de Gally começaram a fazer sentido e o pânico se espalhou em Thomas.

Thomas:_ você não acha que eu…
*Nem sequer conseguiu terminar a frase*

Newt:_ Corta essa, Fedelho
*disse Newt*
_ Não estamos dizendo que você matou a garota, droga.

A mente de Thomas girava.

Ele tinha certeza de que nunca a vira antes... Mas então uma vaga sugestão de dúvida surgiu nos seus pensamentos.

Apesar disso, falou:

Thomas:_ Eu juro que ela não me parece familiar de maneira nem uma.
*Ele fala cansado da tantas acusações*

Newt:_ Você está...
*Antes que Newt pudesse terminar, a garota elevou-se de um ímpeto até sentar-se*

Enquanto sugava uma grande porção de ar, seus olhos se abriram e ela piscou, olhando para o grupo ao
seu redor.

Gally deu um grito e caiu para trás.

Newt ofegou e deu um pulo, recuando e afastando-se dela.

Thomas não se mexeu, o olhar fixo na garota, congelado de medo.

Sara deu alguns passos para trás com o susto mas de imediato foi para frente com outros passos é ficando de frente com a garota.

Os ardentes olhos azuis da garota iam de um lado para o outro ao mesmo tempo que ela respirava vezes seguidas.

Os lábios vermelhos tremiam enquanto ela murmurava sem parar umas palavras, algo indecifrável.

Então falou uma frase - a voz impessoal e assombrosa, mas nítida.

Garota:_  Tudo vai mudar.

Sara observou aturdida quando ela rolou os olhos para o alto e caiu de costas no chão.

O seu punho direito projetou-se para o ar enquanto ela caía, permanecendo rígido depois da queda, apontado para o céu.

Preso dentro da mão dela havia um pedaço de papel amassado.

Newt correu até ela e abriu-lhe os dedos, agarrando o papel.

Com as mãos trêmulas o desdobrou, depois caiu de joelhos,
abrindo o bilhete no chão.

Thomas aproximou-se deles por trás e deu uma olhada.

Rabiscadas no papel em grossas letras pretas viam-se quatro palavras:

ELA É A ÚLTIMA

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