Após quase dois anos separados por circunstâncias além de seu controle, Richard e Anna se reencontram: ele, um talentoso jogador de futebol; ela, uma dedicada fisioterapeuta que trabalha no mesmo time. O que começou como uma amizade no passado, agor...
Fui contratada oficialmente pelo Flamengo como fisioterapeuta, mas infelizmente não durou 1 ano.
Acabei me envolvendo com um jogador, Erick Pulgar, e foi a pior coisa que fiz. Foram 4 meses maravilhosos, que se transformaram nos piores em apenas 1 dia.
O Flamengo não quis abrir mão do jogador, que estava indo muito bem. Tentaram me convencer em permanecer, mas seria de mais para mim olhar todos os dias para o cara que acabou com uma vida.
O clube não queria seu nome vinculado a mais polêmicas, então conseguiram me indicar a uma vaga de fisioterapeuta no Palmeiras.
E pra mim, exposição na mídia e dinheiro nenhum traria o que é meu de volta. Depois de tudo que vivi, só queria paz e por mais que a vaga fosse em outro estado e longe da minha família, também era longe dele, então eu aceitei.
Faziam 3 meses que estava morando em São Paulo e trabalhando para o Palmeiras. Eu era grata demais ao que aquela instituição em pouco tempo estava me proporcionando.
Tenho o apoio da minha família mesmo a distância, além de Leila e Raphael Veiga, os únicos que sabem do que aconteceu comigo no antigo clube.
Estou a caminho do CT do Palmeiras. O dia seria longo com a reapresentação dos jogadores ao clube, após o recesso de final de ano.
Já tinha meu notebook aberto com uma aba para cada jogador. Aos poucos eles iam chegando e se apresentando para as avaliações.
- Pronto. Liberado Rapha. - Falei digitando algumas informações na ficha dele.
- Como você tá, Anna? - Sabia bem do que ele estava falando.
- Vivendo um dia de cada vez. - Sorri de canto.
- Sabe que estou aqui sempre que precisar né? - Ele levantou meu queixo, me fazendo o olhar.
Assenti e senti seus lábios tocarem minha testa.
Disse um obrigado a ele que saiu como um sussurro.
Podia sentir um bolo de formar em minha garganta.
Não tinha um dia que não chorasse pensando em como minha vida teria sido diferente se eu nunca tivesse iniciado aquele estágio no Flamengo, se eu nunca tivesse aceitado ser oficialmente efetivada.
Infelizmente algumas decisões que tomamos afetam nossas vidas para sempre.
No fim do dia já tinha minhas tarefas do dia seguinte engatilhadas, gostava de estar sempre organizada para tudo.
Passei na sala ao lado da minha para me despedir de Tomas, também fisioterapeuta do club, e segui para casa.
Ao chegar em casa encontrei meu cachorrinho, um golden retriever, dormindo no sofá.
- Dixon. - Chamei batendo palminhas e ele levantou todo destrambelhado, se batendo em minhas pernas. - Meu Deus, parece com a mãe. - Ri sozinha.
Atendi meu celular que começou a tocar e coloquei no viva voz, indo pra cozinha preparar meu jantar.
- Oii, mãezinha. - Falei assim que escutei sua voz do outro lado da linha. - Como está a senhora e o papai?
- Estamos ótimos. E morrendo de saudades.
- Também. - Deixei um suspiro escapar dos meus lábios, ao ouvir a tristeza em sua voz.
- Também estou com saudades, mas assim que puder compro uma passagem para vocês virem me visitar, vão amar conhecer o clube, em especial a Leila e o Rapha, eles cuidam muito bem de mim.
- Não tenho dúvidas. Sou muito grata a eles por isso.
Me despedi da minha mãe e pedi que ela desse um alô para meu pai por mim, já que ele tinha ido no mercado.
Como todos os dias jantei com na presença do Dixon, assistimos nossa série favorita e dormimos.
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