Brooke
- Em antigas relações digo.
- Ah ok faz sentido. - respondo em tom de brincadeira. Ele responde-me com um sorriso subtil. - Obrigada mais uma vez.
- Era o mínimo que podia fazer depois do que já me ajudaste e a propósito disso desculpa lá a cena de há bocado sobre a Kourtney.
- Na boa, eu entendo perfeitamente a tua posição. É só que enquanto estudante de direito tentamos ver sempre os dois lados da moeda.
- Tu és demasiado boa pra' eu te ter conhecido.
- O que é que te faz pensar isso? - rio.
- A forma como fazes tudo bem.
- Agradeço, mas eu não faço tudo bem, nem de longe nem de perto.
- Continuas a ser demasiado boa pra' mim de qualquer forma.
- Os amigos somos nós que escolhemos, portanto se eu permiti que hoje em dia fizesses parte da minha vida é porque vi algo em ti.
- Bom saber. - oferece-me um sorriso suave. - Bem é melhor eu ir andando. Assim também não te atrasado.
- Vemo-nos logo então.
Mason
Pedi-lhe uma cerveja.
- Acabou o stock em casa?
- Não sei.
- Então porque é que 'tás no Deanner's em pleno dia de folga?
- Apeteceu-me espairecer. - distraio-me passando os dedos na superfície de mármore.
- No local onde passas 60% do teu dia...
- Não tinha sítio melhor pra' 'tar.
- Ok mano o que é que se passa?
- É só isso precisava de uma cerveja e de alguma figura masculina.
- Foda-se isso 'tá a parecer aqueles discursos de masculinidade tóxica.
- No fundo às vezes resulta.
- Cheira-me a síndrome de problemas com miúdas.
- Como é que sabes quando curtes de uma gaja?
- Pois eu conheço-te demasiado bem. - ausenta-se por uns segundos, voltando com uma garrafa na mão e base para copos. - GIP? - dou aos ombros.
Sabia perfeitamente ao que ele se referia com «GIP»: quando algum de nós tem cenas mais fodidas com que lidar, eu, o Spence e o Richie formamos uma espécie de reunião, ao que chamamos "G.I.P — Gajos Identificados com Problemas".
Antigamente ocorriam quase semanalmente — quando eu namorava (tosse). Hoje em dia são menos frequentes. Até agora.
O meu melhor amigo convoca o membro em falta e assim se inicia mais uma sessão de GIP.
- 'Tamos a falar do que? Guito? Porrada? Chavalas? - questiona o moreno.
- A última.
- Eu não disse que era a última. - respondem em coro:
- É óbvio. - retiro a minha atenção da base para copos e encaro-os a ambos.
- É por causa da que veio aqui no outro dia?
- A - o Richard fala por cima:
- Brooke. - olho para ele novamente.
- 'Tás com carinha que tenha sido mesmo ela. - alega o Spencer.
- Vá mas preciso de mais detalhes, o que é que se passou puto?
- Ele perguntou-me «como é que sabes quando curtimos de uma gaja». - acrescenta o loiro.
- Eia bem... - peço-lhes:
- Só respondam.
- Meu, quando eu conheci a Madeline a cena foi meio instantânea. Hoje em dia olho pra' trás e acho que me apaixonei quase no momento em que a vi.
- Ya aqui parece-me tratar-se da mesma cena. - afirma o Spence.
- A primeira interação também é uma merda preponderante... - revelo:
- Isso já é mais complicado de explicar.
- Ui? Porquê? - interroga o meu colega de casa, visivelmente surpreendido.
- Tecnicamente a minha primeira interação com ela foi um beijo.
- Puta que pariu! - denoto o choque dos dois com a última informação.
- Mano podes por favor esclarecer isso? - ambos se desatam à gargalhada.
- Foi naquela noite que eu mandei mensagem pro grupo a perguntar se algum de vocês 'tava de carro pra' me vir buscar perto da NE 45th St.
- Continuo sem perceber como é que uma coisa foi desencadear outra. - diz o loiro ainda num tom super divertido.
- Basicamente eu liguei-vos porque me tinham mandado ir prestar declarações em relação áquilo que vocês já sabem. Chegou um ponto que os gajos 'tavam praticamente a acusar-me daquela merda toda então eu bazei. A cena é que eu não sabia que não podia simplesmente sair, portanto eles vieram atrás de mim e eu pros' despistar bati contra uma miúda e beijei-a. - agora sim eles partem-se a rir.
- Puto que cena de filme!
- Mas já agora o que é que sentiste?
- A língua. Tudo na verdade. - o Richie volta a rir-se:
- Não, o que eu queria saber é o que é que sentiste nesse momento.
- Não sei...
- Sê sincero, curtiste não custiste? - pergunta-me o Spencer. Dou um longo gole na cerveja.
- Curti.
- Agora, curtiste do beijo e da língua e de tudo, ou curtiste dela?
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O meu único crime foi apaixonar-me
RomanceRomance escrito em português de Portugal. Brooke Peters, uma reservada estudante de Direito, é abordada uma noite por um suposto criminoso que lhe pede ajuda. Ela não o conhece de lado nenhum e o que Mason não sabe é que o caso que lhe propõe é um t...