Inseguranças

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Nessa altura, a Carol já falou para Natalia que neguei para o Giovanni que somos alguma coisa além de amigas. Acredito que a Natalia não vá gostar muito de saber disso, mas não posso afirmar ser uma coisa que não foi conversada. Cheguei em casa com o Giovanni e o coloquei para tomar banho. Meu pai estava viajando e a empregada da casa estava de folga, afinal, feriado de Carnaval. Fui preparar alguma coisa para almoçar enquanto Giovanni vestia a roupa. Procurando algo na geladeira para fazer, escuto meu celular tocar, era a Madeleine. Prontamente atendi.

H: Boa tarde.

M: Boa tarde, Helena. Queria saber se posso passar aí para te buscar às 20, pode ser? 

H: me buscar? Pensei que a gente fosse se encontrar lá.

M: não tem o porquê de levar dois carros. Vamos em um só e colocamos a conversa em dia, pode ser?

H: pode ser sim. As 20 estarei pronta.

Desligo o telefone, vejo Giovanni olhando para mim e rindo. 

H: que foi? 

G: Tá namorando.
Ele ficou cantarolando e rindo. Não me contive e tive que rir também.

H: não estou namorando. Mas pode ficar tranquilo que se um dia eu namorar, você vai ser o primeiro a saber.

G: Você podia namorar a tia Carol, ela é muito bonita e gosta dos meus quadrinhos favoritos.

H: não é simples assim meu filho.

Coloquei um prato de comida para ele e fui montar o meu. Não parava de pensar nas noites passadas, já estava sentindo falta da minha 5° série favorita e da minha nerd. Respirei fundo e terminei de almoçar. Pedi para que Jonas ficasse com Giovanni enquanto eu jantava e que, após o jantar, eu buscaria Giovanni na casa dele. Assim foi feito. Estava pronta à espera de Madeleine quando desci para entregar Giovanni para Jonas.

J: Boa sorte no negócio novo.

H: obrigada

G: pai, mamãe tá namorando.

Jonas me olhou, eu olhei Giovanni e não sabia onde colocar minha cara.

H: é mentira.

G: né não. Ela tá namorando a tia Natália.

J: quê? 

H: ele cismou com isso desde que viajamos juntas. 

Jonas riu, colocou ele sentado no banco de trás e foi embora. 
Ainda fiquei esperando algum sinal delas, mas não apareceram. Madeleine chegou e eu entrei no carro. Nós cumprimentamos e fomos em direção ao restaurante. Conversamos sobre muitas coisas, uma delas foi a minha separação. Pasmem, ela era casada com uma mulher e se separou no mesmo ano que eu. Senti uns olhares dela para mim, mas preferi fingir que não entendi. 
Chegando ao restaurante ela pediu a mesa que tinha reservado para gente, já tinha um vinho a nossa espera.

H: tem certeza que isso é só uma reunião de trabalho? 

M: depende de você 

H: de mim? 

M: depende do que você quer.

Sorri para ela e sentei, ela sentou à minha frente e começamos a falar sobre a Heláne. Ela falou que irá se mudar para o Rio. Quer começar uma nova vida, em um lugar onde não conheça ninguém. Entre muitos papos, taças de vinho, Madeleine parou me olhando e colocou meu cabelo por trás da orelha. 

M: Você é muito bonita
 
H: obrigada 
Respondi com um pouco de vergonha.

Ela sorriu e pegou minha mão. O clima ali não era mais de reunião ou amizade. O clima estava indo para uma coisa mais séria. Quando olhei para o salão do restaurante, vi Carol e Natália entrarem. Não vou negar que fiquei com ciúmes, mas, ao mesmo tempo, eu sabia que nos três era apenas sexo e nada mais. Elas me olharam e viram de mãos dadas com a Madeleine. Assim que reperai que elas viram, eu soltei. Madeleine não entendeu muito o que estava acontecendo. Mas não fez perguntas. Nossa janta chegou.
A Natalia não parava de olhar para minha mesa. Estava vendo a hora dela vir até mim. Também não sabia se elas ainda queriam falar comigo. Afinal, depois que voltamos de viagem, elas não falaram mais comigo. Dei um sorriso para Natalia e Madeleine, reparou e olhou também para a mesa delas.

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