Capítulo 8

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Cheguei sugadoras!!! Domingo passado não teve capítulo, porque estava muito cansada, teve muita correria no trabalho e também escrevi dois capítulos de Mr. Intense, meus neurônios pifaram kkk. E já que vocês foram tão pacientes, nesse final de semana cheguei mais cedo.

Bora ler?

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Ato VIII

Não conseguia enxergar absolutamente nada, nem mesmo  para onde ir, tudo era de uma escuridão sem fim. Era frio e o silêncio ensurdecedor deixava tudo ainda mais assustador. Meu coração batia forte no peito, conseguia ouvir claramente  minha respiração. Comecei a andar sem rumo algum, a fim de encontrar qualquer saída, um ponto de luz. Então, em meio ao abismo ouvi o som de uma voz cantarolando baixinho uma música que me pareceu familiar. Foi aquilo que me guiou.

Continuei procurando seguir aquela voz, quando vi bem longe um feixe de luz. Quanto mais me aproximava, mais nítido ficava o lugar. A varanda dos fundos da casa da minha mãe, onde se estendia um lindo jardim de flores coloridas. Era enrolado, como a paisagem de um quadro no meio da tarde. Pude sentir a brisa beijar meu rosto. Um ambiente calmo, bonito, que transmitia muita paz.

Olhei ao redor e vi uma mulher sentada com os pés para fora da varanda um pouco mais alta de onde começava o jardim. Seus cabelos escuros eram longos e caiam como uma cortina sobre seu ombro, escondendo parcialmente seu rosto. Ela olhava fixamente para o bebê embrulhado em seus braços.

Meus olhos se encheram de água absorvendo aquele momento, que não sei dizer se realmente aconteceu e é uma lembrança, ou é uma fantasia da minha cabeça.

— Não tenha medo, pare de chorar… me dê a mão, venha cá. Vou protegê-lo de todo mal. Não há razão para chorar.  — As lágrimas desciam pelo seu rosto. Meu coração ficou apertado ouvindo sua voz tão doce. — No seu olhar eu posso ver, há força para lutar e vencer. O amor nos une para sempre. Não há razão pra chorar. Pois no meu coração, você vai sempre estar… O meu amor contigo vai seguir…

Um homem surgiu ao seu lado e primeiro acariciou o cabelo ralo do bebê, para em seguida sorrir e beijar a testa da minha mãe. Aquela pessoa eu reconheci como meu pai, muito mais jovem e muito melhor fisicamente, ele não parecia exausto, nem mesmo existia uma verruga de estresse em seu rosto. Ele transmitia serenidade e um amor que nunca vi em seu olhar.

Eles estavam felizes. Viviam bem. O que aconteceu que transformou essa paz em um inferno?

De repente ouvi gritos, muitos gritos. O cenário havia mudado, tudo voltou a ficar escuro outra vez. Muitas vozes falavam por cima da outra, parecendo uma briga.

Eu não conseguia enxergar nada, mas sentia a angústia, o desespero e a ternura naquela voz que tentava me proteger. O ar me faltou, cai de joelhos no chão jurando que iria morrer ali.

Abri os olhos de repente, suada e sem fôlego. Puxei o ar com tanta força que engasguei e tossi, completamente assustada. Com o sonho ainda fresco na memória, sentei na cama agarrada aos joelhos, levando um momento para realmente acordar. O som da voz da minha mãe ainda reverbera na minha cabeça como se ainda pudesse ouvi-la cantando aquela mesma música, uma letra que toca meu coração, mexe comigo e com minhas memórias. Um pedaço de mim, um fragmento que perdi e não sei como, nem onde encontrar.

Deixo um suspiro frustrado escapar entre os lábios, arrastando os cabelos para trás e prendendo em um coque mal feito. Já era de manhã e a chuva havia parado, mas o tempo friozinho permaneceu. Olhei ao redor e Namjoon dormia de bruços em cima do cobertor, com o rosto escondido no meu travesseiro, mas o que realmente chamou minha atenção foi a tatuagem em números romanos - XVII-V - próxima do seu ombro. O que será que significa? Uma data importante? Um número da sorte?

Nossos dias ensolaradosOnde histórias criam vida. Descubra agora