Capítulo 13

107 19 67
                                    

E mais um domingo chegou. Tudo bem por sugadoras de contos? Assim como vocês eu também estou ficando animada com o rumo dessa história. E é claro, o apoio e comentários de vocês ajudam muito nesse processo. Continuem assim leitoras. Muuuuito obrigada pelo carinho de vocês. Sério, ajuda demais, principalmente nos dias que estou desanimada. Isso aconteceu muitas vezes durante este mês. Então vamos lá.

Bora para mais um capítulo!!

°°°

Ato XIII

Taeyang era o que eu tinha de mais próximo de um pai neste momento, e às vezes seu carinho é tão grande que eu fico assustada. Após o almoço e a apresentação da Bora, ainda aguardava pelo que viria ao longo deste domingo. Foi quando meu padrasto de repente apareceu abraçado a um teclado, todo sorridente.

- Filha, olha só o que eu consegui pra você. Toca uma música pra gente? - Pediu e eu não consegui recusar. Não depois de ver o brilho em seus olhos.

Olhei ao redor e a expectativa me pressionou a caminhar até onde ele havia montado o teclado com o suporte, sentei no banquinho de madeira e deslizei meus dedos sobre as teclas sentindo a emoção e o medo de tocar novamente depois de muito tempo. Ouvi alguns cochichos demonstrando surpresa e outros interessados no que eu poderia fazer. Ali, eu sentia que qualquer coisa que eu tocasse iria impressioná-los, mas quando encontrei os olhos de Bora, um sentimento diferente se apossou de mim. Algo como orgulho. Eu queria mostrar a ela, melhor, a todos ali que não sou alguém patética, comum e nem mesmo sem talento algum.

Dedilhando lentamente, sentindo com cuidado a sensação de tocar aquela música novamente, fui absorvendo o sentimento e deixando fluir através dos meus dedos para então correr pelo meu corpo. E então eu não enxergava mais o mundo ao redor de mim, era apenas a música e eu. A harmonia tocante, dilacerante que crescia e explodia no refrão com tanta dor e delicadeza, ao mesmo tempo consumia minha alma. E novamente estava em declínio.

Era como estar subindo uma montanha íngreme e difícil, a cada passo uma lufada de esperança me deixava mais perto do topo, mas de repente a ventania empurrava meu corpo alguns passos para trás, mas quando alcanço meu objetivo posso vislumbrar o mais belo cenário, ainda que uma pesada neve cubra a paisagem.

Às vezes prendia o ar, pois sentia a dificuldade juntamente das notas graves e sua densidade, em seguida desmoronar. Por fim, não durava muito, a música era embalada pela gentileza em deixar respirar e seguir lentamente para a parte final. Tecla por tecla. Como um acalento, um sussurro fraco que lentamente perde suas forças e termina com um último suspiro, sem desespero.

O fôlego se perde na última nota retomando aos meus pulmões com um suspiro profundo e pesado. A saudade me preenche de maneira tão cruel, que transborda em meus olhos.

- Me desculpa. - Digo, antes de levantar e sair dali sem olhar para ninguém.

Corro para dentro da casa da senhora Mei, e acabo desabando no sofá da sala com o rosto entre as mãos. As lágrimas simplesmente saem, eu não consigo controlar. Assim como as memórias de onde eu vim, tudo o que eu tinha e não sei se vou voltar a ter, era como se a ficha só tivesse caído agora, que estou tão longe de casa, sem um lugar para me sentir segura, que tudo o que me resta é o medo, incertezas e muitas perguntas.

Alguém me abraça de repente sem dizer nada. Sou levada pelo seu calor e a proteção de braços fortes. Mesmo sem ver eu sei quem é, e não meço esforços para me aninhar em seu colo como uma criança. Sinto seus lábios tocarem meus cabelos e suas mãos dar batidinhas nas minhas costas.

Nossos dias ensolaradosOnde histórias criam vida. Descubra agora