Cap. XXVIII

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Artur e Clara depois de alguns meses resolveram assumir uma relação.
Estavam verdadeiramente felizes.  Clara estava grávida.  Devido à idade foi aconselhada a ter cautela na gravidez, mas ela tudo faria para que chegasse ao fim.

Rodolffo e Juliette mudaram-se para a casa dele e cumpriam o ritual antigo de todos os finais de semana irem almoçar com o pai.

De Inês a única notícia que tiveram foi logo de início que ela teria pedido demissão da policia.  Não se conhecia outra profissão e muito menos paradeiro.

Juliette estava deitada na sua cama.  Rodolffo trazia uma bandeja com chá, fruta e uns biscoitos sem açúcar.

- Não quero esses biscoitos.  Não sabem a nada.

- Amor, a médica disse que tivesses cuidado com o açúcar.  Podes apanhar diabetes durante a gravidez.

- Deitada a maior parte do tempo, comer tudo sem sabor... ainda bem que não me proibiu de ir às aulas.

- São só os primeiros meses.  Já completaste três e vais a meio do quarto.  Logo ficas liberada.

- Eu sei, amor.  Desculpa ser resmungona.

- Eu te amo assim mesmo.

Hoje vamos fazer um ultrassom e saber o sexo do nosso filho.  Entretanto Clara ligou ontem para Juliette e disse que vai ter uma Luisinha.

Ficámos contentes por eles.  O meu pai  não cabe em si de tão contente que está.  Diz que a esta altura devia sentir-se mais avô que pai, mas que vai desempenhar os dois papeis com muito amor.
Os nossos filhos deverão nascer com pouco tempo de diferença e vai ser lindo assistir ao crescimento dos dois em conjunto.

- Dos três Juliette.   Não sonhaste com dois filhos?  É isso que nós vamos ter.

- Tu acreditas em sonhos, Rodolffo?

- Acredito.  Nalguns acredito, principalmente se me convêm.

Riram os dois.  Juliette era mais céptica na questão de sonhos, mas a ideia de ter gémeos não lhe desagradava totalmente.

Chegaram à clínica e depois de todos os procedimentos a médica colocou o gel na barriga da Ju e perguntou:

- Qual é o palpite dos pais, menino ou menina?

- Os dois, respondeu imediatamente Rodolffo o que fez Juliette soltar uma gargalhada.

- E a mãe diz o quê?

- Menino, doutora.

- Que menino, Ju?  E a menina?  São dois.

- Está bem.  São dois.  E se não forem não vais ficar decepcionado,  prometes?

- Prometo, mas eu tenho certeza.  Então doutora, já dá para ver?

- Ðá.  Muito interessante.  Estão a ver estes dois círculos que eu fiz?

- São dois bébés. - disse Rodolffo.

- São dois sim, pai.  Estava certo. Vamos ver se o palpite quanto ao sexo também se confirma.

- Vês amor?  O teu sonho é real. - e deu-lhe um beijo levemente nos lábios.

- Temos então aqui um menino.  Eles não vão ser gémeos idênticos pois tem duas bolsas, mas sim, é um casal.  Aqui deste lado está a menina.

Rodolffo olhou para Juliette e ambos estavam de lágrimas nos olhos.  Ele beijou a mão dela e não conseguiu dizer mais nada até Juliette se levantar e vestir.

Ouviram as recomendações da médica e saíram abraçados e sorridentes.

Planos desfeitosOnde histórias criam vida. Descubra agora