Artur e Clara depois de alguns meses resolveram assumir uma relação.
Estavam verdadeiramente felizes. Clara estava grávida. Devido à idade foi aconselhada a ter cautela na gravidez, mas ela tudo faria para que chegasse ao fim.Rodolffo e Juliette mudaram-se para a casa dele e cumpriam o ritual antigo de todos os finais de semana irem almoçar com o pai.
De Inês a única notícia que tiveram foi logo de início que ela teria pedido demissão da policia. Não se conhecia outra profissão e muito menos paradeiro.
Juliette estava deitada na sua cama. Rodolffo trazia uma bandeja com chá, fruta e uns biscoitos sem açúcar.
- Não quero esses biscoitos. Não sabem a nada.
- Amor, a médica disse que tivesses cuidado com o açúcar. Podes apanhar diabetes durante a gravidez.
- Deitada a maior parte do tempo, comer tudo sem sabor... ainda bem que não me proibiu de ir às aulas.
- São só os primeiros meses. Já completaste três e vais a meio do quarto. Logo ficas liberada.
- Eu sei, amor. Desculpa ser resmungona.
- Eu te amo assim mesmo.
Hoje vamos fazer um ultrassom e saber o sexo do nosso filho. Entretanto Clara ligou ontem para Juliette e disse que vai ter uma Luisinha.
Ficámos contentes por eles. O meu pai não cabe em si de tão contente que está. Diz que a esta altura devia sentir-se mais avô que pai, mas que vai desempenhar os dois papeis com muito amor.
Os nossos filhos deverão nascer com pouco tempo de diferença e vai ser lindo assistir ao crescimento dos dois em conjunto.- Dos três Juliette. Não sonhaste com dois filhos? É isso que nós vamos ter.
- Tu acreditas em sonhos, Rodolffo?
- Acredito. Nalguns acredito, principalmente se me convêm.
Riram os dois. Juliette era mais céptica na questão de sonhos, mas a ideia de ter gémeos não lhe desagradava totalmente.
Chegaram à clínica e depois de todos os procedimentos a médica colocou o gel na barriga da Ju e perguntou:
- Qual é o palpite dos pais, menino ou menina?
- Os dois, respondeu imediatamente Rodolffo o que fez Juliette soltar uma gargalhada.
- E a mãe diz o quê?
- Menino, doutora.
- Que menino, Ju? E a menina? São dois.
- Está bem. São dois. E se não forem não vais ficar decepcionado, prometes?
- Prometo, mas eu tenho certeza. Então doutora, já dá para ver?
- Ðá. Muito interessante. Estão a ver estes dois círculos que eu fiz?
- São dois bébés. - disse Rodolffo.
- São dois sim, pai. Estava certo. Vamos ver se o palpite quanto ao sexo também se confirma.
- Vês amor? O teu sonho é real. - e deu-lhe um beijo levemente nos lábios.
- Temos então aqui um menino. Eles não vão ser gémeos idênticos pois tem duas bolsas, mas sim, é um casal. Aqui deste lado está a menina.
Rodolffo olhou para Juliette e ambos estavam de lágrimas nos olhos. Ele beijou a mão dela e não conseguiu dizer mais nada até Juliette se levantar e vestir.
Ouviram as recomendações da médica e saíram abraçados e sorridentes.