Cap. XII

60 12 8
                                    

Aniversário de Juliette...

Pela primeira vez pedi a minha mãe que não houvesse festa no meu aniversário.   Eu não estava com espírito de festa.

- O que se passa, Juliette? 

Minha mãe veio ao meu quarto e quis saber.

- Podes falar qualquer coisa.   Há muito tempo que noto diferença no teu comportamento.   E não quereres festa,  isso é muito esquisito.

- São coisas minhas, mãe!

- E não as podes partilhar comigo?  Não fomos sempre amigas e confidentes?

- Desta vez é diferente.  O assunto é mais delicado.

- Conta-me.  Podemos resolver juntas.

- Eu gosto de um menino, mas não devo.

- É normal na tua idade.  Vais completar 15 anos.  Nesta idade muitas jovens já namoram.

- Eu sei, mas eu não posso.  Eu sei que tu e o pai não vão ficar satisfeitos e não vão deixar.

- Porquê Juliette?  Acaso ele é algum mau carácter,  bandido ou coisa assim?

- É o Rodolffo.

- O quê?  Repete que eu não ouvi bem.

- Sim.  Eu gosto do Rodolffo e ele também gosta de mim.

- Vocês não podem.  São irmãos.

- Não somos nada.  Não temos nenhuma ligação.

- O Rodolffo não.   Eu não quero.

- Eu sabia.  Porquê?

- Porque não e não quero ouvir falar mais nisso.

Inês saiu do quarto e deixou Juliette a chorar.  Nessa noite ela não desceu para jantar e Inês disse a Artur que ela estava indisposta.

Acordei no dia seguinte, dia dos meus 15 anos.  Desci para tomar café e o meu pai veio dar-me um beijo de parabéns.

- Estás melhor?  Porquê esses olhos vermelhos?  Acaso estiveste a chorar?

- Estou um pouco constipada, pai.  Não é nada.

- A mãe disse que não querias festa.  Nem um bolinho?  Porquê,  filha?

- Não quero, pai.

- Olha filha.  Desculpa, eu sei que é tua vontade, mas eu preparei uma pequena festa de 15 anos.  Era para ser surpresa, mas agora não podes deixar de ir.

- O Rodolffo vai?

- Claro.  Ele é que me ajudou a preparar tudo e a convidar os teus amigos.

- E a mãe também sabe?

- Sabe.  Agora anda lá que eu vou dar-te já o teu presente.

Juliette não ganhou uma moto potente como a do Rodolffo,  mas uma eléctrica que ela poderia conduzir sem habilitação.

- Obrigada pai.  Amo-te.

- Fui eu que escolhi.

- Obrigada mãe.  Também te amo.

- E nós a ti, meu amor.  Agora anda lá experimentar o vestido que comprámos para a tua festa.

Juliette ficou um pouco mais animada com o presente e também com a festa.  Saber que Rodolffo tinha ajudado deixava-a contente mas também apreensiva.  Não sabia como a mãe ia reagir ao ver Rodolffo  depois do que ela lhe contara.



Planos desfeitosOnde histórias criam vida. Descubra agora