Cap. XIV

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- Rodolffo,  eu e a Inês,  estamos indo embora.  Levas a Juliette?

- Sim, pai.  Eu pego um Uber, deixo ela e depois regresso na minha moto.

- Porque ela não regressa já connosco?

- Porque a festa não terminou, Inês.   Deixa ela aproveitar a festa dela.  Vamos.
Rodolffo!  Dorme lá em casa e amanhã vais.

- Melhor não,  pai.  Eu vou hoje mesmo, não te preocupes.

Depois que eles foram embora, Rodolffo respirou aliviado.  Agora sim, ia aproveitar a festa.

- Vamos dançar?

- Vamos, Ju.

- Eu achei que tu estiveste tenso toda a noite.  Que aconteceu?

- Nada demais, depois eu conto.  Hoje eu só quero aproveitar a festa.
Já disse que estás muito linda.

- Não digas isso que eu fico encabulada.

- Mas é verdade.  Não vou mentir.

- Tu também.   Porquê a gravata dessa cor?

- Para combinar contigo.  Ficou bonitinho, não é?

- Parecemos um casal de namorados combinando roupa.

- Não somos se tu não quiseres.

- Tem gente contra.

- Eu sei, mas essa gente importa?  Para mim não.   Vem lá fora conversar.  Aqui está muito barulho.

A àrea externa do pavilhão onde decorria a festa era um lindo jardim.  Rodolffo levou Juliette e sentaram-se num banco.

- Tu contaste à Inês sobre nós?

- Eu contei que nós gostávamos um do outro.  Ela não gostou.

- Eu sei.  Ela deixou isso claro antes de virmos para cá.

- Foi sobre isso que vocês foram conversar antes de vir?

- Sim, mas a opinião dela para mim não conta.  Tu queres ser minha namorada?

- Quero muito.

- Eu disse-lhe que ia respeitar-te, mas no dia em que fizeres 18 anos vou buscar-te para morares comigo.  Se ainda quiseres, claro.

- E até lá como ficamos?

- Eu não vou aparecer muito lá em casa.  Só de vez em quando.  Não quero confusão para o teu lado, mas não vou deixar de ver o meu pai.

- Agora eu tenho motinha.   A gente combina um sítio para se encontrar.

- Promete que vais ter cuidado com a moto.  Não quero a minha garota machucada.

- Eu sou muito cuidadosa.

- Chega de conversa.  Vem cá que eu estou com um desejo danado de te beijar desde que te vi descer as escadas lá de casa.  Aliás não é de hoje que eu espero este beijo.

Juliette sentou-se no colo dele e meteu os braços ao redor do pescoço dele.  Ele por sua vez segurou-a pela nuca e uniram suas bocas.

Foi necessário respirar para de novo recomeçarem.   Rodolffo há muito que o desejava.  Ela também apesar da pouca idade.

Rodolffo não sabe explicar quando se apaixonou por ela.  Crê que foi no primeiro dia em que a viu, na ingenuidade dos seus 12 anos.  Para lutar contra isso passou anos a judiar dela, mas não teve jeito.  O amor falou mais alto.

Juliette deitou a cabeça no ombro dele e deixou-se ficar no melhor abraço que alguma vez experimentara.

Planos desfeitosOnde histórias criam vida. Descubra agora