Um dia sem luz - 01

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O brilho do sol invadiu meu quarto, despertando-me de um sono superficial. Por um momento, fechei os olhos, deixando-me envolver pelo calor reconfortante que o sol trazia. Mas logo a realidade voltou a me atingir: mais um dia na Escola Salvatore.

Levantei-me da cama com um suspiro, sentindo o peso da solidão que me acompanhava todas as manhãs. O ritual matinal era o mesmo de sempre, mas hoje havia uma expectativa no ar, uma tensão que me deixava inquieta. Era o dia das visitas dos familiares dos alunos, acontecia toda vez no primeiro dia do mês, e isso nao servia nada para mim  a nao ser que só servia para destacar ainda mais o vazio em minha vida.

Enquanto me arrumava, senti uma pontada de ansiedade crescendo em meu peito. Será que hoje seria diferente? Será que minhas tias finalmente viriam me visitar, mesmo que fosse apenas uma vez? Essa esperança frágil me acompanhou enquanto eu me juntava aos outros alunos na sala de estar principal.

O ambiente estava carregado de emoção, os sorrisos dos outros alunos, por finalmente verem seus familiares outra vez. Enquanto esperávamos pelas visitas, eu procurava ansiosamente entre a multidão por um rosto familiar, um sinal de que eu não estava sozinha no mundo.

Mas conforme o tempo passava, a esperança começava a diminuir. Os minutos se arrastavam lentamente, e eu me sentia cada vez mais isolada no meio da multidão. Até que, finalmente, veio o anúncio: as visitas estavam prestes a começar.

Enquanto os outros alunos se reuniam com suas famílias, eu permanecia sozinha no meio da sala, observando em silêncio. A ausência de minhas tias doía mais do que nunca. Tentei convencer a mim mesma de que não me importava, que estava acostumada a passar esses dias sozinha. Mas a verdade era que cada visita perdida era como uma facada em meu coração.

Desisti de procurar por elas entre a multidão e me afastei silenciosamente, buscando refúgio nos cantos vazios da escola. Lá, longe dos olhares curiosos dos outros alunos, permiti que as lágrimas caíssem livremente. A solidão me envolveu como uma sombra, e eu me perguntei se algum dia seria capaz de escapar dela.

(...)

um pensamento atravessou minha mente. Lembrei-me da última mensagem deixada por meu pai, uma mensagem que ecoava em minha mente com uma clareza dolorosa. Ele disse que eu encontraria um amor, mas que o perderia. Óbvio que ele estava me dizendo isso porque ele, perdeu o seu amor.
Mas quem seria esse amor?

Enquanto mergulhava em meus pensamentos sobre quem poderia ser o amor perdido mencionado por meu pai, o som estridente do meu celular quebrou o silêncio ao meu redor. Era uma ligação de meu tio Kol, interrompendo meus devaneios.

Com um suspiro, atendi a ligação,

Do outro lado da linha, a voz de Kol soou com uma mistura de preocupação e carinho.

"Hey, querida. Como você está? Suas tias apareceram para a visita hoje?"

"Oi, tio Kol", respondi, forçando um sorriso em minha voz. "Não, elas não vieram. Apenas mais um dia na normal na Escola Salvatore."

Houve uma pausa do outro lado, seguida por um suspiro pesado. "Sinto muito por isso, Hope. Eu queria poder estar aí com você, mas algumas coisas surgiram do meu lado e... bem, você sabe como é."

Eu assenti, mesmo sabendo que ele não podia me ver. "Eu entendo, tio. Não se preocupe comigo. Eu estou bem."

"Você sabe que pode me ligar a qualquer momento, certo? Eu estou aqui para você, sempre."

Essas palavras trouxeram um conforto momentâneo, apesar da distância entre nós. "Obrigada, tio Kol. Significa muito para mim."

"Haverá mais visitas no próximo mês. Quem sabe, talvez suas tias apareçam então, vou tentar ir ai."

"Espero que sim", murmurei, desejando secretamente que essa esperança se tornasse realidade.

Após mais algumas palavras de encorajamento e promessas de manter contato, desligamos a chamada. Enquanto o silêncio voltava a envolver meu quarto, eu me senti um pouco menos sozinha, sabendo que, apesar de tudo, ainda tinha meu tio Kol.

(...)

- AS VISITAS JA ACABARAM,POR FAVOR ALUNOS SE ARRUMEM E COMPARECE AS SUAS DEVIDAS AULAS.
Era voz de Caroline a diretora no alto falante.

ainda tinha vinte minutos antes da minha aula começar. Decidi que precisava de um momento só para mim, então me levantei da cama e fui até o banheiro.

Eu me encarei no espelho e vi meus olhos vermelhos e inchados das lágrimas que derramei a horas atras.

-eu sou uma tola de me permitir pensar que elas iam vir,sempre foi assim e sempre será.
Falo para mim mesma

Decidi que não queria levar essa dor comigo para o dia. Fechei os olhos por um momento, respirei fundo e deixei a água quente do chuveiro me envolver, lavando não só meu cansaço físico, mas também minhas preocupações emocionais.

Depois do banho, me envolvi em uma toalha felpuda e me sequei rapidamente. Vesti meu uniforme escolar, ajustando cada peça com cuidado,pentei meu cabelo. Me senti um pouco mais forte, pronta para enfrentar o dia.

Verifiquei minha bolsa para ter certeza de que tinha tudo que precisava e saí do dormitório, trancando a porta atrás de mim. Com passos firmes, segui em direção à minha aula, determinada a deixar minhas preocupações para trás e focar no que importava agora.

Entro na sala de aula e me encaminho para o meu lugar habitual, sentindo os olhares curiosos dos meus colegas enquanto passo por eles. Sento-me e coloco minha bolsa ao lado, me preparando para a aula que está prestes a começar.

Antes que o professor entre, a porta da sala se abre com força e Caroline entra com uma expressão estranha no rosto. Seus olhos passam rapidamente pela sala enquanto ela chama alguns alunos pelo nome, sem parar para explicar o que está acontecendo. Sinto um nó se formar no meu estômago ao vê-la tão agitada,assim que termina ela sai com os alunos depressa.

AVISOS♡》

GENTE EU TENHO OUTRAS DUAS FANFICS,SE VC ESTAO GOSTANDO DESSA DEEM UM PASSADA NAS OUTRAS.

ESTÃO GOSTANDO?
ESPERO QUE SIM,É ISSO TCHAU MEU POVO👋

Eles estão voltando Onde histórias criam vida. Descubra agora