01 ➵ Coréia, 1820

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Blood and Hell | Hyunlix

O SOM das carruagens o acordaram

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O SOM das carruagens o acordaram. De jeito, o cheiro de pão sendo assado, o fedor do esterco dos cavalos e os gritos incessantes de uma prostituta naquele beco não eram o melhor jeito de acordar naquela maldita manhã chuvosa, onde seu estômago roncava e sua boca tinha um gosto amargo pelo vinho mal feito da taverna.

Apertou-se mais no seu casaco velho e puído, onde com algum conforto, a couraça velha poderia ter dar alguns minutos a mais de sono.

Mas não deu.

Hyeonsu suspirou profundamente e se ergueu, em tempo de ver a carruagem daquele homem nobre que ali o esperava.

Misterioso, assombroso e taciturno.

Ele procurou jeitos de calçar as botas de couro, desajeitado. Bocejou e tentou sorrir.

Assim que andou alguns passos sem capengar, pegou sua bolsa de moedas e foi-se em direção a carruagem negra.

— Meus cumprimentos, Duque de Gyeonggi.

— E aos meus cumprimentos, Park Hyeonsu. Ou poderia dizer... Duque de Dalseong.

Ele fez uma careta.

— Shhh... — disse entrando na carruagem, sem pestanejar. — Me leve pra tomar um bom banho.

— Achei que vocês só tomavam banho em dias específicos.

— Um mendigo mijou em mim. — Hyeonsu reclamou. — Me dê um banho.

O Duque Lee sorriu.

— Claro. — ele entrou atrás. — Para minha casa então.

Quando a carruagem começou a andar, Hyeonsu suspirou profundamente.

— Penso eu que deveríamos estar nesse momento compartilhando um desjejum em algum lugar confortável e não em você me buscando em um beco maltrapilho e dorizado.

— Bem, se eu não lhe conhecesse tão bem... — Lee sorriu. — O que você descobriu dessa vez?

Hyeonsu sorriu. Com um sorriso belo como aquele, Lee se perdeu um pouco.

"A vida eterna por uma gota de sangue". — ele tirou de dentro de seu casaco, o velho caderno de couro que sempre andava. — "Na lua cheia, onde as catacumbas gritam por miséria e piedade, há aquele que busca a cura para a eternidade e aquele que busca a imortalidade. Uma busca requer a outra. E a vida eterna vem por uma gota de sangue".

— Está me dizendo que achou mais um conto vindo daqueles velhos tolos e infelizes?

— A imortalidade é um conto para tu?

— É uma palermice de grande tamanho. Não podemos arriscar nossas vidas em enigmas, Hyeonsu.

— Sabe que devemos ir. — ele encostou no ombro de seu duque. — Faz anos que não vou a Paris...

𝗯𝗹𝗼𝗼𝗱 𝗮𝗻𝗱 𝗵𝗲𝗹𝗹 › 𝗁𝗒𝗎𝗇𝗅𝗂𝗑Onde histórias criam vida. Descubra agora