02 ➵ O Sonho de Morte

519 107 116
                                    

Blood and Hell | Hyunlix

"ACHO QUE os olhos são castanhos

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

"ACHO QUE os olhos são castanhos... Isso, castanhos claros. Como mel fresco em um pote, como a pedra mais sólida de âmbar. Como um sonho de morte, tudo o que eu consigo ver em meus sonhos são seus expressivos olhos castanhos, com lágrimas e muito sangue. Sangue como um copo de vinho derramado sob um pano branco. Está frio demais para que eu possa segurar minha vida, e sua voz..."

— De novo escrevendo seus sonhos?

A voz de Jisung o interrompeu rapidamente. Hyunjin fechou seu caderno e respirou fundo.

— Eu te disse para bater na porta quando vier.

— Eu bati, mas você parecia imerso em seus pensamentos. — Jisung trajando uma camisa de listras e um grosso casaco de frio, entregou um pacote de frango frito e uma lata de refrigerante para ele. — Jantar.

Hyunjin suspirou. Deixando o pacote sob a mesa de carteado, ele abandonou a caneta e olhou pela janela. Era quase dezembro, então a neve estava impossível lá fora. Todas as manhãs, ele pensava em como suas economias estavam escassas ao ponto dele não ter um casaco de inverno que prestasse no armário.

Teria que recorrer de novo a algumas doações da igreja se quisesse ter roupas para trabalhar.

Jisung tirou o casaco, as botas e se sentou na cama. Com seu próprio pacote de frango frito nas mãos, ele apreciou o aquecedor que Hyunjin havia posto no quarto.

— Sabe, eu estava pensando se você não poderia me substituir no turno noturno. — ele mordeu um gordo pedaço de frango. — Estou precisando de algumas horas extras para estudar para a prova de Antropologia Jurídica.

Hyunjin ajustou seus óculos sob seus olhos.

— Tudo bem, posso fazer isso. — ele bocejou. — Mas vai te custar pelo menos me cobrir quando eu precisar.

— Eu sempre estou cobrindo seus turnos. — Jisung resmungou. — A cafeteria nem fica tão cheia de noite, eu que passo o maior perrengue de manhã. Sabe quantas garotinhas entram na loja pedindo café cheio de frufrus para tirar foto?

Ele se limitou a rir.

— Ninguém nos mandou trabalhar em uma cafeteria.

— Meio período ainda. — ele bufou. — Não está cobrindo nem metade das contas desse mês. Acho que terei que pedir dinheiro emprestado ao meu padrasto.

Hyunjin não tinha essa sorte. Jisung ainda tinha uma família que poderia lhe ajudar, mas Hyunjin não tinha ninguém. Abandonado à própria sorte desde criança, ele só poderia contar com algumas magras finanças deixadas por seus falecidos pais e um pouco de perseverança.

𝗯𝗹𝗼𝗼𝗱 𝗮𝗻𝗱 𝗵𝗲𝗹𝗹 › 𝗁𝗒𝗎𝗇𝗅𝗂𝗑Onde histórias criam vida. Descubra agora