9. Escrivã idiota;

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Desde aquele dia, ambas se mantinham em um tratado de paz, mais fortemente pelo lado de Anita, que era menos ríspida em frente aos outros, mas ainda com pontadas em suas falas próxima da escrivã. Notara que a morena começou a deixar os braços mais a mostra, já se pegou encarando a mesma quando se esticava, podendo jurar ver os músculos das costas da escrivã por baixo das regatas. Era terrível, Anita se sentia como um cachorro no cio. Então fazia o que podia de melhor, evitando interagir com Verônica. Até agora.

—É simples. Só que eu preciso de pessoas que eu sei que são capacitadas, e como é a resolução de um caso importante, eu acredito que posso confiar em ambas, certo? –Carvana fitou as mulheres. –Sabem o que vai precisar ser feito? Certo?

—Tudo bem por mim, eu só acho melhor ir de moto ao invés de carro. –Disse a escrivã. –É realmente só pra ir nesse ponto de encontro e conseguir prender o cara? Quanto mais rápido chegar lá, mais fácil.

—Eu não vou andar na sua garupa. –Disse Anita, fortemente.

—Delegada, por favor. Ela tem um ponto. E você pode voltar de carro depois que conseguirem prender o criminoso.

A loira olhou para ambos e bufou, logo após seguindo uma Verônica vitoriosa pelo estacionamento, vendo a moto. –Não. Nem a pau. Você é doida? Viu no mapa a quantia de curvas, vai cair com nós duas e eu vou te processar.

—Ai, Anita, por favor. Eu piloto a anos. E outra, você tá de capacete, o máximo que vai acontecer é dar uma amassada no cabelo.

—Isso já é ruim o suficiente. –Rebateu a delegada, frustrada.

—Sobe logo ou eu não vou te levar!

Com grande relutância, a loira se equipou com o capacete e subiu, primeiro só segurando nos ombros da escrivã, até sentir a moto arrancar, agarrando firmemente na cintura da morena, que riu um pouco. Realmente, Verônica sabia o que estava fazendo, desviando de carros rapidamente, fazendo curvas sem problema algum, mas não tirava o pavor de Anita de cair. E também não tirava o fato que era até um pouco reconfortante estar segurando a escrivã tão forte assim.

Um pouco longe do armazém, Verônica parou a moto, perto de algumas árvores. —Daqui vamos a pé, a moto é muito barulhenta.

—Certo. –Anita desmontou da moto com certa dificuldade, entregando o capacete para morena. Assim que Verônica removeu seu capacete e sacudiu sua cabeça, Anita não se arrependeu tanto de ter deixado o carro no estacionamento.

Ambas seguiram silenciosamente pela parte traseira do armazém, vendo alguns homens conversando e seu suspeito, esperando pacientemente para que os homens lhe deixassem sozinho. Anita não pensou duas vezes em se separar, indo em uma posição de mais agilidade e proximidade do homem. Assim que os homens saíram com as mãos vazias, insatisfeitos com o fato de que o suspeito estava encerrando as vendas por suspeita de estar sendo localizado, Anita se ergueu e deu voz de prisão, apontando a arma para o mesmo. Por meros segundos, o homem congelou vendo a delegada, apenas para correr desenfreado. Quando Anita iria adiantar um xingamento, viu a morena correndo em disparada atrás do mesmo.

Não querendo ficar para trás, tentou acompanhar, vendo o motivo da escrivã sempre ir de botas ágeis, não saltos estilosos. O homem jogava coisas de sua redondeza na direção de Verônica, que conseguia desviar, mas foi atingida por uma eventual pedra jogada em si, ficando um pouco para trás, o que permitiu que o homem subisse em uma moto de alguém que tinha parado rapidamente e a deixou ligada. Sem pensar duas vezes, Anita apreendeu um carro próximo, –Policia Civil, preciso do seu carro! É uma perseguição, vai ter remuneração. –O motorista, sem tempo de reagir, foi quase tirado a força. Anita se orgulhara de sua escolha, tinha pego uma 4x4.

OBSCURO - Veronita. (Em pausa)Onde histórias criam vida. Descubra agora