De fato, em toda sua vida, Verônica nunca esperou ouvir as coisas mais sensuais da sua chefe mais odiada, embriagada, que desmaiaria sobre si em cerca de três minutos depois de citar até as posições que tinha imaginado utilizar com a escrivã.
—Ai, cacete! –Soltou exasperada, enquanto tentava se equilibrar com o corpo mole da delegada, que agora caira em cima do seu próprio. Seu instinto foi se apoiar na pia, batendo fortemente seu antebraço contra sua borda. –Buceta!
Segurando a delegada que agora só exalava o cheiro de álcool e um calor anormal de seu corpo, talvez Verônica apreciasse que isso aconteceu, pois sabe que se Anita tivesse começado a agir no que tinha dito planejar a fazer com a escrivã nessa mesma noite, a morena não saberia nem como reagir ou negar.
Lentamente, ela deitou o corpo da loira no chão, já imaginando o sermão que ouviria de colocar a mesma em um chão imundo de banheiro de bar. Mas felizmente, a delegada não estava consciente. Verônica mediu o pulso e a temperatura de Anita com as suas mãos, percebendo que não era tão grave, só que a delegada tinha passado de seu limite. –Como caralhos eu te tiro daqui sem parecer que eu te droguei?
A escrivã se levantou do chão e chamou seu padrinho, que entrou, também intoxicado. –Ai meu Deus, Ninica, você matou ela. –Ele disse, colocando as mãos na cabeça.
—Não! Ela desmaiou porquê bebeu de mais! Como que eu ia ter matado ela, ela tá respirando, padrinho, olha lá.
—Mas então... Você drogou ela?...
—Senhor amado, claro que não! Tenho vontade, mas não faço, né! –Nesses momentos, ela sentia falta de Nelson. –Vamos chamar uma ambulância. Assim ela-
—Não! Verônica, primeiro, ela vai fazer um escândalo e falar coisas terríveis para você. E a mídia... Ela tem uma reputação.
—E o que caralhos você quer que eu faça? –Disse Verônica apontando para o corpo da delegada. –Ela parece um cadáver! Ela tem quase 1,80, eu sou forte, mas nem tanto, não posso sair arrastando ela por aí.
*
—Não vão acreditar. –A escrivã olhou. –Porra, óculos escuros e carregar ela? Sério?
—Vai logo! Qualquer coisa, sorria e acena. –Rebateu Carvana.
Ambos a carregaram pelo estabelecimento, vários rindo da situação da delegada, fazendo comentários como se ela estivesse consciente, mas pela iluminação e o estado de todos, felizmente, ninguém notou que ela provavelmente teria tido um coma alcoólico.
—Leva ela pra casa. Consegue cuidar dela?
—Padrinho, as crianças tão lá! –Disse a outra, quase um pouco desesperada.
—Eu não posso levar ela pra casa, sou homem e chefe dela, imagina o problema que isso daria!
—Eu acho... que vocês não são isso, não... Você é uma... Sim. –Disse a loira, meio consciente, apontando para ambos.
Verônica olhou mais preocupada, enquanto Carvana lhe deu um sorriso.
—Viu? Ela já tá até falando.
E assim Verônica dirigiu até seu apartamento, tendo o esforço de carregar uma Anita que soltava frases sobre pessoas que nunca ouviu falar, ameaças aleatórias e alguns sorrisos quando via o rosto da escrivã. Quando abriu a porta de seu apartamento, viu a mala das crianças e Paulo aguardando na cozinha. –Paulo, me ajuda aqui! –Aproveitou, já que as crianças estavam em outro quarto.
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OBSCURO - Veronita. (Em pausa)
RomanceA vida pacata de Verônica não era mais tão entediante desde seu divórcio, que aprofundou a mesma em seu trabalho. Entre essas e outras, a presença da Delegada Berlinger era necessária em grande parte, já que mesmo contando com sua facilidade e boa c...