Sentada no chão de seu quarto, após dar uma desculpa qualquer para Cassidy e Caroline, assim que Miranda partiu para seu compromisso, Andrea mal conseguia conter a respiração com a sensação que sentiu quando suas mãos roçaram delicadamente a pele da editora. Era apenas um toque, breve e singelo, mas foi o suficiente para fazer seu corpo reagir de uma maneira que ela não esperava.
A lembrança de minutos atrás, do colar deslizando suavemente pelo pescoço de Miranda e Andy ajudando a ajustá-lo simplesmente, mas algo mais estava acontecendo ali quando tocou de leve a pele macia e cremosa da mais velha, algo elétrico, quase palpável. Ela podia sentir a pele de Miranda arrepiar-se sob seus dedos, e uma correnteza de sensações percorria todo o seu corpo.
Andrea se perguntava se Miranda também sentia o mesmo, se seu toque a afetava da mesma maneira que a afetava. Seria possível que aquele momento, aparentemente tão simples, pudesse carregar tanto significado?
Aquele instante que pareceu se prolongar por uma eternidade fugaz, até finalmente conseguir prender o colar. Relutante, retirou suas mãos, sentindo como se estivesse rompendo uma conexão preciosa e perigosa, talvez. O ar ao redor delas parecia carregado de eletricidade, e Andy mal conseguia encontrar as palavras para quebrar o silêncio que se instalara entre elas.
Era um momento simples, mas profundamente significativo. Andrea sabia que algo havia mudado naquele breve encontro de pele com pele. E enquanto Miranda sorria agradecida, Andrea se viu contemplando o que esse momento poderia significar para o futuro delas.
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Aproveitando-se da ausência de Andrea, Caroline foi até o quarto da irmã à passos saltitantes. Precisava compartilhar com ela suas impressões sobre a mãe e a morena que tanto amavam.
A presença de Andy ali era como um passo rumo a felicidade e a garantia de que Miranda voltaria a sorrir. As gêmeas prodígio perceberam e sentiram na pele a drástica mudança do comportamento da mãe, assim que voltou de Paris.
Mesmo sendo extremamente dedicada às filhas, por diversas vezes se isolava em seu escritório, não tinha mais o mesmo nível de paciência para participar com as meninas de jogos, brincadeiras e/ ou fazer passeios corriqueiros dos quais estavam acostumadas e até mesmo Patrícia sentiu todo esse distanciamento, sem contar que não foram poucas as vezes em que flagraram a rainha da moda chorando, num choro silencioso, sufocado e sempre disfarçado com seus óculos de lentes escuras.
Era notório para as gêmeas prodígio o grau de exaustão, uma vez que com a saída de sua assistente mais eficiente, a sua demanda de trabalho ficou maior, pois ainda não havia encontrado ninguém com a mesma competência e a certeza de que Miranda nutria sentimentos por Andrea, foi numa manhã de domingo em que Caroline foi chamar a mãe para tomarem juntas o café da manhã e com cuidadosa para não assustá-la, entrou pé ante pé e então ouviu a editora dizer, enquanto sonhava: "Não me deixe Andrea".
Aquilo para garota foi demais, pois era óbvio que a mãe estava sofrendo, mas era algo que ela não admitiria nem sobre tortura e reconhecia o tamanho orgulho da rainha do coração de gelo, que jamais se rebaixaria em ir atrás do amor de sua vida e se a Miranda não tinha coragem de tomar alguma atitude, com toda certeza elas teriam e juntas, usando toda genialidade e expertise de uma Priestly, Caro e Cassy não polpariam esforços para trazer Andrea de volta para suas vidas.
-Cassy? Mana, eu posso entrar?
-Claro mana!
As duas apenas se olharam e logo se atiraram nos braços uma da outra, sem nada dizer, confirmando telepaticamente que o plano das duas havia dado certo.
-Olha maninha, sempre ouvi dizer que sou uma boa atriz e todo mundo sabe que é essa carreira que quero seguir, mas você merece todos os aplausos do mundo. Que show de interpretação, conseguiu convencer a escola toda, a Andy a mamãe e até mesmo nossa pediatra de que estava doente. - Cassidy dizia as gargalhadas, quase sem conseguir conter o riso.
-Elementar minha cara irmã, embora seja uma boa atriz, eu admito, mas vamos combinar que a sua credibilidade nessa casa não é das melhores e se fosse você a bancar o papel de doente, colocaríamos tudo a perder e todos sabem que eu sou a mais sensível.
-Diria que talvez, de nós duas você seja a gêmea má! - e dessa vez as gargalhadas eram das duas.
-Quando exagero "mon cher", só não dava mais para aturar a mamãe sofrendo pelos cantos e esses dias perto da Andy pudemos perceber que ela também está apaixonada.
-Cara, juro que não entendo porque adulto complica tanto as coisas. Poxa, não era mais fácil se declararem uma para outra e assim iria ficar tudo bem para todo mundo.
-AH TÁ CASSIDY! - Gritou em deboche. Faz-me rir com essa afirmação. A princesa de Copas da família, que só perde para mamãe.
-Não amola garota, o foco dessa conversa aqui não sou eu e sim nossa mãe e a nossa felicidade.
-Viu só a cara da toda poderosa Priestly - disse em deboche com a voz empostada - em cima de seus saltos vermelhos, usando vestido preto, parecendo alguém da realeza e com a maior cara de pastel, toda sem jeito quando a Andy foi ajudá-la com o colar.
-Juro, achei que a mamãe iria explodir feito um baiacu de tão vermelha que ficou e saiu toda apressadinha sem ter coragem de olhar para gente! - e conter as risadas estava cada vez mais difícil, pois os risos não era apenas por achar a situação toda engraçada e sim porque também estavam deveras felizes.
-Só que mana, agora é sério! Não podemos dar nenhuma trégua para essas duas e precisamos sustentar nossa missão de cupido até o fim.
-Tem toda razão mana e eu já tenho aqui algumas ideias mirabolantes rondando minha cabecinha toda trabalhada na genialidade.
- O que está tramando dessa vez?
- Precisamos dar um jeito de convencer a mamãe de irmos para nossa casa de praia, nos Hamptons amanhã e eu tenho quase certeza de que ela topará, pois conhecendo como a conheço, com aquele espírito de pavão ela irá adorar impressionar a Andy.
-Claro e embora a mamãe não seja amante de clichés, mas será impossível não querer algo tão romantico assim com a Andrea e tem um detalhe sobre a nossa futura madrasta...
-Madrasta não, nossa "boadrasta".
-Que seja! Nossa querida e linda boadrasta nunca viu o mar, portanto nós como enteadas boazinhas, deveríamos proporcionar isso a ela e duvido que a mamãe vai ter coragem de nos dizer não, principalmente depois de lançarmos essa carta coringa.
Mesmo tendo apenas dez anos era impossível não se espantar com tanto dinamismo e perspicácia e as duas tinham literalmente se atirado de cabeça naquela missão.
As duas irmãs se abraçaram cúmplices, compartilhando um vínculo especial e uma esperança comum. Mesmo sem ter uma relação romântica firmada, elas viam como a mãe e Andrea se complementavam de maneira única, como se fossem peças de um quebra-cabeça que se encaixavam perfeitamente.
Cassidy suspirou, sentindo um calor reconfortante se espalhar por seu peito. Uma parte dela sabia que não era convencional torcer para que a mãe encontrasse o amor novamente, especialmente com outra mulher. Mas para ela e Caroline, o amor não tinha limites de gênero ou expectativas sociais. O que importava era que a mãe estivesse feliz.
-Elas serão tão perfeitas juntas! - sussurrou Caroline, seus olhos brilhando com ternura.
-Eu sei, Caro! - respondeu Cassidy com um sorriso se formando em seus lábios. Nós sabemos o quanto nós queremos que elas sejam felizes.
Para as duas irmãs, a felicidade da mãe era o que importava mais do que qualquer coisa. E se essa felicidade incluía Andrea ao seu lado, então elas estariam lá para apoiar e celebrar essa união. Pois no fundo de seus corações, Cassidy e Caroline sabiam que o amor verdadeiro não tinha limites, e que a família que construíram juntas era mais do que apenas uma união de sangue, era uma união de amor e aceitação.
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SEMPRE FOI VOCÊ.
FanfictionMiranda Priestly ao se ver abandonada na maior semana de moda da Europa, a Paris Fashion Week, vê seu mundo desmoronar ao ver Andrea levando com ela, o seu coração, mas fora incapaz de ir atrás de seu grande amor e apenas um infortúnio com uma de su...