— Você não vai acreditar! — bufou, irritado.
— Deixe-me adivinhar. Terminou com a Emi pela terceira vez? — ri de sua expressão ranzinza, provocando-o.
— Não só isso, mas ela dessa vez surtou legal — disse, desabando em uma das poltronas da sala. Não me preocupei muito; quando terminavam, isso sempre acontecia e, após quase um mês, já estavam juntos de novo.
— Você já pensou em procurar uma terapia? Quem sabe uma terapia de casal não possa ajudá-los — sugeri, embora conhecesse bem a opinião de meu irmão sobre o assunto. A terapia tem me ajudado, afinal.
— Gaara, aprenda uma coisa, quando um casal recorre à terapia é porque esse relacionamento já acabou há tempos — respondeu, demonstrando sua aversão ao assunto.
Dei uma olhada em direção à porta, procurando por Mikami. Péssima hora em que fui deixado sozinho em meu escritório. Agora teria que aturar o drama sentimental de meu irmão mais velho.
— Você devia ter visto! Ela pegou um, UM NÃO! Vários pães e os atirou em mim! Ela é maluca, Gaara. Ela é maluca — ele esfregava as têmporas engraçadamente.
Em toda minha vida, nunca vi gente mais complicada do que meu irmão. Nem mesmo Naruto parecia estar à sua altura, especialmente quando se tratava de assuntos românticos.
Vendo seu aperreio, levantei-me de minha mesa e caminhei em sua direção. Coloquei a mão em seus ombros e, após ponderar, procurei pelas palavras adequadas.
— Complicado. — Murmurei.
— Complicado é pouco! Mas dessa vez o término é para valer! Não voltarei com aquela maluca nem que me paguem! — Kankuro desabafou, exasperado.
Assenti, tentando ser o mais solidário possível. Mas a verdade é que muito pouco me importava com os relacionamentos de meu irmão. Ele sabia se virar, melhor do que muita gente. Melhor do que eu, inclusive.
— E digo mais! Cuidado para não arrumar uma maluca dessas. Se você arrumar uma Emi em sua vida, ficará pior do que eu.
Assenti novamente, deixando-o falar.
— Enfim, preciso deixar você trabalhar ou passará a noite em claro novamente. A demanda é alta.
— Nem me fale. — Murmurei, dando uma nova olhada ao redor.
Um pouco mais relaxado, meu irmão sibilou o barulho de um relógio. As horas se passaram rapidamente após sua chegada. E eu não havia feito quase nada de meu trabalho.
— Cara, você tem que viver. Você é um ser humano também, tire um tempo. — Disse-me ao notar a mesma papelaria que eu.
Suspirei, ciente de que em sua fala não havia erros.
— Bom, é quase noite. Vou indo nessa.
— Tudo bem. Até mais, Kankuro — respondi, acenando-lhe enquanto ele se dirigia para a porta.
Com a partida de meu irmão, o escritório voltou ao seu silêncio habitual. Apenas o som abafado dos papéis quando movidos quebrava o ambiente quieto. Resolvi seguir o conselho de Kankuro e tirar um instante para mim. Afinal, mesmo em meio ao caos, era importante lembrar que eu também precisava viver.
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Doce Desastre
FanfictionEmi é provavelmente a padeira mais sem noção de Suna. Uma jovem impulsiva e cheia de ideias, que mal sabe a hora de parar. Após um desastroso incidente que ficou comicamente conhecido por "A chuva de pães", Emi, agora determinada a corrigir seus err...