Capítulo 13| Lugar e hora errada.

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Como uma coelhinha capturada, estava entre as garras afiadas de Atlas, sem possibilidade de fuga. Enquanto tentava desesperadamente encontrar uma rota de escape, uma mesa bloqueava meu caminho, e o toque gélido do revólver pressionado contra meu peito deixava minha garganta seca. Apesar do medo que me dominava, havia um sentimento predominante: o orgulho. Minha determinação era desafiar Atlas, fazê-lo sentir-se pequeno e impotente, mostrando que sou a única mulher capaz de enfrentá-lo e sair ilesa.

Sou a única com esse poder.

Carrego comigo todo o seu passado, e quando ele buscar um breve refúgio em suas memórias, encontrará a lembrança de mim. Acredito firmemente nisso. Se ele sentir saudades, será de mim. Das nossas discussões tolas, das brincadeiras, dos flertes velados por uma máscara insegura, até o momento em que nossos lábios se encontraram na inconsequência da adolescência.

Será que Atlas consegue conviver com o fato de que, em uma sala vazia, disparou contra alguém que mantém vivo seu passado? Ele despreza tanto sua história, ou anseia por reviver a juventude irresponsável como foi?

Alguns desejam retornar ao passado, enquanto outros buscam apagá-lo por completo.

Diga-me, quem é você, Atlas?

— O que vai fazer, Atlas? — Desafiei, inflando o peito. — Vai atirar?

Consegui notar o tremor das suas mãos. Lembro de um certo dia em que estava em uma lanchonete, que na televisão exibia um filme policial. Um homem mais velho disse a frase: "Se tremeu a mão, não vai conseguir atirar", e isso se mostrou verdadeiro nesse momento.

Atlas fraquejou, ele deixou a arma cair no chão e eu permaneci imóvel. Alguns poderiam tentar tomar a arma, mas eu sabia que Atlas jamais ousaria atirar novamente agora.

— Vou poupar a sua vida por hoje, pois causaria muitos problemas para mim. — disse ele. — Mas saiba que você não terá a mesma sorte se voltar a se envolver nos meus assuntos. E se eu descobrir que você comentou algo com alguém, verá com seus próprios olhos que não estou brincando.

Ele recolheu a arma e a colocou na cintura.

— Antes de ir, tenho uma pergunta. - ele se virou descrente de que eu teria algo a dizer depois de ter tido a vida poupada por pouco. — Você sabe algo sobre o meu pai, não sabe?

Ele me estudou, pensando como poderia usar meu interesse nessas informações.

— Sim, eu sei. – respondeu. — E o que tenho a dizer não será de graça.

— O que você quer em troca?- questionei

— Quero saber tudo sobre Zayn... todo o negócio sujo que ele tem.

— Não tenho esse poder, Atlas... Conheço ele a alguns dias.

— Então, você me deve um favor. Não hesitará em fazer o que eu pedir, seja lá o que for.

Hesitei inicialmente em fazer esse tipo de acordo com ele, mas descobrir o mistério por trás da morte do meu pai era uma causa maior para mim.

— Aceito as suas condições.- concordei.

Acabei de assinar um trato com o diabo.

— Tenho alguns arquivos que podem lhe interessar. Estarão em suas mãos assim que possível - Ele disse, indicando que eu deveria sair dali. Não pensei duas vezes antes de deixar aquele lugar.

Estava surpresa com tudo o que havia acontecido em questão de minutos. Torci para que ninguém me visse saindo dali, para evitar ter que responder perguntas. Não queria explicar que quase morri e, logo depois, fiz um acordo arriscado com um membro perigoso de gangue.

Como ele pensava em me entregar esses arquivos?

Quem disse que eu apareceria novamente nesses eventos? Hoje é uma despedida.

Tudo isso já havia sido o suficiente por hoje. Eu só queria ir embora. Procurei Dylan e Chloe e, quando os encontrei, os levei para conversarmos a sós.

— Quero ir para casa. Vocês vão ficar aqui ou vão comigo?

— Já, Dahlia? - Chloe questiona — Só porque você deve ter passado todo esse tempo se agarrando com o Zayn?

— Não aconteceu nada disso. - Eu só me perdi procurando o banheiro. — Me defendi.

— Eu sei muito bem onde você estava se perdendo. - disse Dylan, em um tom irônico, fazendo gestos de boquete.

— Que horror, Dylan!- repreendi-o, dando um tapinha em seu ombro para que parasse com as insinuações.

Dylan e Chloe olharam para trás de mim, e eu também segui o olhar deles. Era Zayn, com um sorriso de orelha a orelha, novamente com seu jeito cativante.

— Quer conversar um pouco? - ele propôs.

— Pode ser.

Segui Zayn até umas escadas que nos levaram a outro andar com várias portas. Fui atrás dele, e ao abrir uma daquelas portas, revelou-se um quarto. Tive vários pensamentos sobre por que ele me levaria para um quarto, mas talvez não fosse nada do que eu estava pensando.

— Aqui é um lugar mais calmo para conversar... — disse Zayn, sentando na ponta da cama, e fui me sentar ao seu lado.

— Há algo específico que você quer me dizer?

— Na verdade, sim. Eu sei que você disse que não queria se envolver com o que fazemos por aqui, mas eu quero você ao meu lado nisso. Você foi incrível na corrida... Eu quero que você corra por mim, Dahlia.

— Zayn, você sabe que eu não vou fazer isso.

— Pense na proposta, por favor.

Esse não era o meu lugar, e isso devia permanecer pela promessa que fiz à minha avó.

— Não prometo que você terá uma resposta que não seja negativa em relação a isso- Respondi. Ele suspirou, como se pensasse "pelo menos eu tentei".

Zayn se levantou, pegou um uísque e dois copos, me entregou um dos copos e me ofereceu. Dei um gole, agradecida por precisar de um pouco de álcool. Inesperadamente, ele me empurrou para trás, deixando-me deitada na cama, e deixou nossos copos de lado.

— Somos adultos e sabemos que algo está acontecendo aqui.

— O que você quer dizer com isso?- perguntei, fingindo não entender, enquanto tentava manter a compostura com suas mãos deslizando pela minha pele.

— Tem certeza de que não tem a menor ideia?

Zayn se aproximou como se fosse me beijar, e eu não desviei o olhar por um segundo sequer, para mostrar que não hesitaria. Eu podia sentir sua respiração, ele estava tão perto.

De perto, ele era ainda mais bonito...

Mas de repente, ele se afastou e piscou para mim, me deixando ali com uma expressão confusa, esperando por mais. Ele apenas brincou com isso.

— Quem sabe se aceitar a minha proposta, América.

— Está se achando muito, Brasil? Eu ficaria com você se eu quisesse.

Me levantei, olhando para ele com um sorrisinho, e ele também sorriu, virando-se e fechando a porta. Me deixou ali, apenas querendo mais.

Não parecia uma má ideia passar apenas uma noite com Zayn. Afinal, ele era bonito e gentil, apesar de ser um criminoso.

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⏰ Última atualização: May 14 ⏰

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ADRENALINE (dark romance)Onde histórias criam vida. Descubra agora