Capítulo 5| Reformatório

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Os motores rugem em uníssono, ecoando pela pista afastada da cidade

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Os motores rugem em uníssono, ecoando pela pista afastada da cidade. Faróis intensos cortam a escuridão, enquanto os dois carros de Miguel e Atlas se alinham, prontos para acelerar.

— Pronto? — Uma garota desconhecida aponta para Miguel e ele ronca o motor em resposta. — E você? Pronto? — Atlas igualmente ronca o motor como um sim e a mulher loira que estava com ele, a Jules, vai até a janela do carro e se inclina para flertar com ele . A cena me deu enjoo.

A tensão no ar é palpável, e no instante seguinte, que a garota atira para cima ambos os veículos disparam em direção à linha de chegada, deixando rastros de borracha no asfalto. A corrida é intensa, contendo 5 voltas e o ganhador é quem chegar a linha de chegada primeiro.

O carro de Miguel era vermelho, era lindo e visualmente era um carro potente. E o do Atlas eu já conhecia bem, era difícil perder uma corrida com o carro dele, mas quem realmente dita isso é o corredor e eu nunca vi Atlas correr.

Atlas conseguiu vencer facilmente, ele estava na liderança de início ao fim, quando ele chegou na linha de chegada a música de intensificou e todos correram para comemorar a sua vitória. Miguel aceitou a sua derrota e entregou o dinheiro em notas vivas na mesma hora, ele veio caminhando até mim em meio a multidão.

— Tentei de tudo para ganhar por você, mas te decepcionei. — Miguel ficou cara a cara a mim com um sorriso encantador.

Ele teve que falar próximo ao meu ouvido pela música estrondeante, o local estava ao som de "Gasolina" enquanto pessoas pulavam pro lado e para o outro pela vitoria de Atlas, afinal, era mais um motivo para beber e isso que importa.

— Uma pena... — Lamentei sua derrota com a timidez me tomando, eu nunca tinha flertado com ninguém antes e isso era algo muito novo para mim. Mas a bebida estava me dando coragem, até demais.

Revirei os olhos vendo quem estava vindo atrás de mim para empatar o meu momento, parecia que Atlas estava me perseguindo.

— Vamos para casa. — Atlas falou comigo, mas antes fez questão de olhar Miguel de cima abaixo como um deboche.

— Me deixa, Atlas... É a última vez que falo isso.

— Você está bêbada, droga... Concordou em vir comigo para casa depois do racha.

Eu não estava entendendo mais nenhuma palavra que saia da sua boca, minha cabeça estava doendo ao ponto da música alta estar piorando. Eu precisava sair daquele lugar imediatamente, mas antes me despedi de Miguel com um beijo na sua bochecha e me virei para ir embora com Atlas.

— Você me convenceu... — Esclareci e Atlas me segurou firme pela cintura para me guiar pela multidão, o que me tirou um sorriso.

Ele abriu a porta do carro e me ajudou a entrar, fechou a porta e deu a volta para sentar no banco do motorista. Uma multidão estava ao nosso redor, e Atlas buzina para que todos se afastem para ligar o carro.

— Por que está sorrindo tanto?

— Quer que eu chore? — Olhei para as pessoas se afastando do carro com a buzina, ele ligou o carro com o caminho livre e estávamos a caminho de casa.

Não conseguia desviar o olhar dele. Eu nunca tinha reparado que ele sempre usava o mesmo colar, ele ia e vinha no seu peito de acordo com seus movimentos... Seu peito me fazia notar o quanto ele estava suado, seu corpo estava molhado e isso deveria não ser uma imagem tão atraente. Meus olhos desciam no seu corpo molhado até observar suas mãos no voltante, notando suas veias saltadas em uma pele pálida. Quando observar cada detalhe dele me deixava sem ar?

Um pecado. Atlas era um pecado.

Ele sempre esteve tão perto, mas eu nunca consegui olhar ele como homem. Nossa amizade valia mais para mim do que desejos caprichosos, mas eu nunca fui cega Chloe... Sempre notei o quão gostoso era o meu melhor amigo, mas esse era o problema principal: ele era o meu melhor amigo.

Que sofrimento para uma virgem, eu queria agarrar e rasgar como se fosse papel aquela regata preta que deixava seu corpo tão exposto . O carro estava muito calor, muito mesmo, mas o ar-condicionado estava ligado. Que droga...

Repetia diversas vezes a imagem do meu melhor amigo me beijando. Ele me desejava? Era certo fugir dele e discutir a noite inteira depois disso?

Meu desejo era de repetir a dose, mas eu sei que isso destruiria a nossa amizade. Eu faria de tudo para ser aquela Jules, puxar Atlas de canto, tirar a roupa e fazer ele me foder como se não existisse o amanhã. Tenho inveja do poder que ela tem.

— O que está olhando, Lia? — Atlas corta a minha linha de pensamentos.

Não respondi e fiquei olhando para o nada. De repente, eu estava chorando tentando esconder meu rosto com as mãos.

— Estava com aquela Regina George e acha que tem o poder de me impedir de ficar com alguém. Você pode parar de me confundir? — Minha voz estava alterada, eu estava bêbada e sem noção das consequências das minhas falas.

— Por que estou te confundindo?

— Não pode ser gostoso e sair me beijando... Você é meu melhor amigo. — Murmurei sem conseguir olhar nos seus olhos, mas ouvi uma risadinha dele.

— Se você tivesse a ideia do quanto eu quero você, Dahlia...

Não consegui entender o que saiu da sua boca, mas não importava. A posição que eu estava era muito confortável e em poucos minutos eu estaria dormindo no carro...

No dia seguinte...

Eu não fazia ideia de como cheguei em casa, mas a última imagem que tenho é de ver Atlas na ponta da minha cama, me dando boa noite e indo embora.

Acordei com uma dor de cabeça terrível, eu estava com a temida ressaca. De jeito nenhum eu poderia deixar qualquer sinal do meu estado, afinal, eu não deveria estar bebendo e a minha avó me mataria ao saber disso... Mas pior que imaginar a minha avó descobrindo a festa passada, é ter o flash de memória do beijo com Atlas que é a única coisa que eu tenho certeza daquela noite.

Acho que eu quero morrer para nunca mais olhar no seu rosto.

Lupi estava lambendo o meu rosto notando que eu acordei, balançando o rabinho de alegria por minhas carícias retribuindo seu carinho. Mas inesperadamente, um estrondo da minha porta sendo aberta chegou a me assustou e era apenas a minha avó.

— Lia. — A expressão do seu rosto e o jeito sério que ela disse o meu nome me preocupou. Aconteceu alguma coisa com certeza. — O Atlas...

— O que tem o Atlas? — Me levantei da cama em um pulo e senti uma pontada muito forte na cabeça, mas eu estava tão preocupada que nem conseguiu me abalar.

— Ele está sendo encaminhado para um reformatório por ter roubado um carro.

Eu estava em choque, meu mundo estava caindo diante dos meus olhos.

— Isso não faz o menor sentido! — Meu coração estava acelerado, eu estava nervosa ao ponto de quase infartar.

Pensei na possibilidade de ter algo seu deixado no meu quarto, talvez uma carta. Mas me deparei com um colar em cima da minha estante, era um colar prata com um pingente de uma cobra se enrolando em uma espada. Era o colar dele.

4 anos depois...
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ADRENALINE (dark romance)Onde histórias criam vida. Descubra agora