- Capítulo 13 - Canção pra quando você voltar -

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"E como é normal acontecer se num entardecer a dor te visitar, vai ter sempre alguém pra socorrer, fazer o seu jantar, dormir no seu sofá. Enquanto a noite passa por mim eu rego o seu jardim, você já vai voltar..."

Canção pra quando você voltar – Leoni / Herbert Vianna


Acordei no dia seguinte com os raios de sol do verão batendo em meu rosto. Fechei as cortinas para o Theo não acordar, tomei um banho rápido e desci a fim de tomar o café que só existe no Brasil. Assim que sentei, a Natália apareceu.

Ela estava muito bonita, com feições de mulher, mais madura. A barriga saliente de oito meses apontava por baixo do vestido, os cabelos cortados em camadas abaixo dos ombros deixando-a moderna.

– Você está linda!! – Disse abraçada a ela que chorava ao mesmo tempo em que sorria.

– Obrigada por vir! – Ela falou me olhando.

– Desculpa ter demorado tanto. – Falei acarinhando o ventre dilatado, triste por ter passado tanto tempo sem vê-la.

– Você vai ter oportunidade de reparar isso! – Naty sorriu – Cadê o Theo? – Ela era uma das únicas pessoas do Brasil que sabiam do Theo desde que eu descobri a gravidez.

– Sonhando ainda, ele foi dormir exausto ontem.

– Eu imagino, estou louca para conhecê-lo.

– Você vai, ainda hoje. Vem tomar café comigo?

Comemos enquanto Natália me contava como estava o Cláudio, o quarto do bebê, os planos dos dois entre outros milhares de assuntos.

– Vamos conversar na praia? O dia está lindo, aposto que na Inglaterra você não vê um sol tão luminoso! – Disse olhando pela janela.

– Eu não posso sair antes do Theo acordar.

– Não precisa disso não, Lua. Eu fico com ele. – Nina ofereceu-se.

– Tá vendo? Sem desculpas.

– Ele vai estranhar se eu não estiver aqui.

– Eu ligo para o celular da Natália quando ele acordar. Se ele fizer questão, você volta.

– Liga mesmo?

– Claro! Vai tranquila. Ah, o Apollo trouxe o carro ontem à noite, seu pai disse para ele colocar na garagem, a chave está ali. – Nina apontou sorrindo para o porta-chaves na parede da cozinha.

– Obrigada, Nina. Vou colocar um biquíni então! – Falei empolgada – Preciso de um banho de mar.

Vesti o único biquíni que eu tinha, o que me lembrou que eu precisava comprar mais alguns para aproveitar bastante a praia.

– Tá de carro, Naty? – Perguntei espalhando protetor solar pelo rosto enquanto descia as escadas.

– Não, o Cláudio me deixou aqui e foi trabalhar.

– Então vamos.

Conversamos o tempo todo. Natália perguntou tudo sobre a minha vida em Londres e eu respondia minuciosamente. Depois foi a minha vez, eu quis saber todos os detalhes do casamento com Cláudio e de como estava a vida dela. Naty me contou todas as novidades: Cláudio era gerente de um grande supermercado da cidade e ela colocou uma loja de roupas femininas.

– E o sexo do bebê? Você ainda não me disse.

– Nós ainda não sabemos, eu sempre pedia para a médica não nos contar nas ultrassonografias.

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