"A noite entreabre a porta pro sol que já vai entrar e eu tenho mais perguntas que respostas. A vida me surpreende e o dia vem me lembrar que todo dia é tudo diferente."
Mais perguntas que respostas – Leoni
Nina me acordou para almoçar, mas nem consegui levantar, estava com muito sono. Pedi para que ela guardasse um pouco de comida para mim e apaguei novamente. Algumas horas depois, percebi que alguém estava deitado ao meu lado. Suspirei, ou estava tendo um sonho muito real com o Edu, ou Apollo estava perto de mim. Inspirei sentindo o cheiro do perfume do meu melhor amigo e abri um olho, preguiçosa, dando de cara com ele.
– Estou dormindo! – Falei mal-humorada.
– Estava! Isso não é mais hora de dormir.
– Isso não é hora de encher o saco de ninguém.
– Levanta, deixa de ser chata.
Sem opções levantei, lavei o rosto, escovei os dentes e desci com ele para a cozinha. Eu precisava me alimentar antes de ir trabalhar. Esquentei a comida que a Nina separou e comi sem escutar direito o que o Apollo falava. Na minha cabeça estava passando um filme dos beijos que havia trocado com Eduardo. Sempre comentava sobre os meus ficas e paqueras com o Apollo, mas algo me dizia que não deveria falar daquele em especial, só não sabia o porquê. Decidi permanecer calada. Caso ele perguntasse eu falaria.
Parecia que estava adivinhando. Foi só pensar nisso que começaram as perguntas.
– E aquele bolo?
– O que tem?
– Para quem era?
– Para o Eduardo.
– O tal sobrinho do seu Arthur?
– Exatamente.
– Não sabia que você era íntima dele. – Ironizou.
– Algum problema em relação a isso? – Eu o enfrentei e ele ficou com cara de bravo.
Não sabia guardar as coisas para mim, respirei fundo e disse umas verdades que Apollo merecia ouvir.
– Escuta aqui, Apollo, qual é o seu problema com o Eduardo? Existe alguma lei que me impeça de falar com outros homens além de você? O cara recém chegou à cidade, não conhece ninguém e gostou de mim, assim como gostei dele. Posso saber por que isso te incomoda?
– Não estou incomodado. – Respondeu alterando a voz.
– Ah não? E por que essa reação exagerada quando falo dele? – Apollo permaneceu calado segurando uma resposta. Levantei da minha cadeira e sentei em seu colo. – Você é e sempre vai ser o meu melhor amigo, o meu irmão e nunca ninguém vai ocupar o seu lugar. Entende isso?
Ele me abraçou apertado e permaneci ali, no meu porto seguro. Deveria ter conversado com Apollo mais cedo, deveria ter percebido que ele estava se sentindo esquecido. Só que o que eu sentia pelo Eduardo era completamente diferente do que sentia por ele. O Edu era como um meteoro que estava passando pela minha vida e iluminando o meu caminho, e o Apollo era como um Sol que eu gravitava ao redor.
– Vocês estão ficando? – Perguntou tímido.
– Não sei. Nós nos beijamos ontem. Na verdade, não sei onde vai dar, e não estou preocupada. Só quero viver isso enquanto puder porque gostei muito. "Que seja infinito enquanto dure"! – Gracejei, citando Vinícius de Moraes e consegui arrancar um sorriso dele.
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Novo Horizonte - AMOSTRA
Chick-LitNovo Horizonte foi o primeiro livro que eu escrevi, lá em meados de 2008. Escrevi e deixei engavetado, ou melhor, arquivado numa pasta do notebook. Um dia, decidi publicá-lo numa comunidade do orkut feita pra isso, e ele foi bem recebido. Mas apague...