Sombra e Silêncio

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"Thought I built a dynasty that

Heaven couldn't shake

Thought I built a dynasty like

Nothing ever made

Thought I built a dynasty

Forever couldn't break up

But it all fell, it all fell down, it all fell

down"

— Dinasty, MIIA


Orion 

 A curiosidade queimava em mim como brasas ardentes. O nome "Aurora" ecoava em minha mente, uma sinfonia enigmática que despertava uma intriga incontrolável. O alerta soou em todo o perímetro, gerando uma comoção entre todas as guardas responsáveis pelas fronteiras do meu reino, estremecendo as fundações do meu escritório real no castelo de Umbralia.

Mesmo com um falso nome de "Rhiannon", as mágicas imagens luminosas enviadas pela Luminae foram inconfundíveis. Eu reconheceria aquele rosto em qualquer situação.

Tínhamos achado que ela estava morta, mas as Deusas não paravam de me surpreender. Quando eu pensava que tinha conseguido remover uma pedra inconveniente do meu caminho, como havia feito com Draven, outra aparece em seu lugar para preencher seu cargo, como Aurora estava fazendo.

Eu precisava dar um jeito na pessoa incompetente que eu havia contratado para cuidar da execução da menina, tempos atrás. Eu já deveria ter imaginado, como meu pai sempre dizia: se a tarefa é de fato importante, faça você mesmo se não quer ser desapontado ou ter imprevistos mais para frente. Papai estava sempre certo.

Eu estava fulminando em meu escritório, o qual costumava ser de meu pai, ex-monarca de Umbralia, enquanto encarava a pintura que permanecia pendurada na parede de frente para o trono. Meu trono. Meu trono por direito.

A arte não revelava muito, eu mesmo não sabia sobre a história por trás dela, nem das centenas de outras parecidas com essa, espalhadas por esse castelo.

O ambiente silencioso era pontuado apenas pelos ruídos sutis de papel sendo amassado sob a pressão dos meus dedos, ecoando o tumulto interno que esta notícia inesperada provocava em mim.

Eu não sabia sobre a história do quadro, mas eu sabia o que ele simbolizava, por isso havia feito questão de mantê-los todos pendurados depois de ter sido coroado. Eles simbolizavam minha vitória e a derrota dele e esse era mais do que um bom motivo para eu ter mantido todos as artes intocadas onde eu as havia encontrado quando cheguei ao castelo pronto para ter o trono que era meu por direito.

Mesmo que elas me despertassem um ódio ardente toda vez que as observava por tempo demais.

A raiva pairava como uma sombra em meus membros, desafiando a razão. Foi quando eu decidi que era hora de transcender os limites do castelo sombrio que chamo de lar.

Os corredores frios e imponentes da estrutura ecoavam minha determinação enquanto me ao escritório do chanceler para mantê-lo avisado de minha decisão de última hora em relação a minha viagem. Porque eu não cometeria o mesmo erro duas vezes.

Não, dessa vez eu mataria Aurora com minhas próprias mãos.

Estaria me dirigindo à base da guarda na fronteira antes do anoitecer de hoje para fazê-lo.

Caminhando Em Direção Às SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora