Capítulo 16: "LÁGRIMAS"

78 11 2
                                    

Saio naquela floresta escura, com árvores grandes e o cheiro característico de mato, água e umidade. Íris cai em lágrimas no chão de terra, culpando-se pelo que aconteceu no reino e lamentando a perda de sua família. Ela sabe que todos ali estão correndo perigo e que nunca mais os verá. Tento consolá-la, mas seu coração está despedaçado. Aaron tem a ideia de montarmos uma fogueira antes do amanhecer. Conseguimos acendê-la usando galhos e fricção até que as faíscas acendam o fogo.

O tempo passa e Íris finalmente consegue adormecer no chão. Aaron também. Eu, por outro lado, estou agoniado, com uma sensação estranha no peito, um pressentimento incômodo. De repente, ouço um barulho vindo de uma parte da floresta e fico um pouco assustado. Levanto-me tentando identificar a origem do som. Rapidamente, sinto uma mão enorme tampando minha boca e me segurando por trás, imobilizando-me. Tento gritar, mas não consigo. No entanto, a pessoa acaba me soltando e quando olho para ver quem é, fico surpreso ao encontrar Draven.

- Sebastian: Draven!? É você mesmo!? - pergunto, perplexo.

- Draven: Sebastian!? Meu Deus!

Pulo em cima de Draven, abraçando-o. Ele, por sua vez, me abraça com força. Sinto-me envolvido por seus braços fortes, encostando meu rosto em seu peito musculoso. Seu cheiro de suor e testosterona me deixa com uma sensação estranha. Terminamos o abraço e começo a fazer perguntas, mencionando que ele não costumava gostar de ser tocado, mas agora me abraçou como se não houvesse amanhã.

- Draven: Cala a boca! Só fiz isso porque você esteve longe. Não pense que isso muda alguma coisa entre nós. - ele diz, rindo com sua voz grave.

- Sebastian: Ah, para! Eu gostei disso, você parece estar mais musculoso, sabia?

- Draven: É por causa da lua cheia, não consigo te explicar o motivo. É algo delicado.

- Sebastian: Ouvi falar sobre uma guerra entre lobisomens, você esteve envolvido nisso?

- Draven: Sim, estive envolvido na guerra dos lobisomens. Fui convocado para lutar ao lado do meu clã contra uma ameaça que surgia nas terras vizinhas. Foi uma batalha intensa e sangrenta, mas conseguimos defender nosso território. E sim, eu sou um vampiro, mas dá espécie serpentina. E meu clã também eram, e por isso que hoje em dia os vampiros serpentinos são espécies raras.

- Sebastian: Meu Deus, Draven, isso explica muita coisa. Eu não tinha ideia disso. Mas por que você não me contou antes?

- Draven: Eu não queria te deixar assustado. Além disso, a transformação que eu tenho, é algo que carrego comigo, é uma parte de mim que tenho que lidar sozinho. Eu sou forte, sou homem. Tenho orgulho de ser quem eu sou.

Enquanto conversamos, percebemos que a floresta ao nosso redor está ficando cada vez mais sombria e sinistra. Ouvimos ruídos estranhos e sentimos uma presença maligna se aproximando.

- Aaron: Vocês sentem isso? Algo não está certo aqui. - ele diz acordando junto com Íris.

- Princesa Íris: Precisamos sair daqui o mais rápido possível. Não podemos ficar expostos a essa ameaça desconhecida.

- Draven: Vamos para o abrigo que estou, é em frente ao mar Ortodoxo. Venham.

Vamos juntos com Draven até o abrigo que ele mencionou. Chegando lá, me deparo com várias cabanas, com várias pessoas abrigadas em diversas delas. Havia muitas pessoas que eu conhecia do reino de Copas. Pergunto a Draven se todos ali são os sobreviventes do ataque que ocorreu em nosso reino, e ele confirma. Começo a perguntar sobre minha mãe, e por sorte, ela estava em uma cabana. No entanto, ele diz que ela não está bem, está doente. Draven explica que todos os ataques das bruxas siamesas deixaram alguma peste no reino que destruíram.

Pergunto a ele em qual cabana minha mãe está, e ele me leva até lá. Ao chegar, avisto minha mãe deitada com alguns panos no chão. Corro até ela, mas ela está muito fraca e não consegue mexer nem as pernas nem os braços direito, muito menos abrir os olhos.

- Sebastian: Mãe! Por favor, vai ficar tudo bem. Estou aqui. - digo, pegando em sua mão.

- Emma: Filho... - ela diz, gaguejando.

- Sebastian: Oi! Eu estou aqui, não se preocupe, eu não irei te abandonar! - digo, chorando e preocupado.

Ela tenta falar algo, chego perto de sua boca tentando entender. Então, ela começa a dizer:

- Emma: Eu... te... amo, filho. Desculpa por não te aceitar... - ela diz, gaguejando e fraca.

- Sebastian: Não! Está tudo bem, não me peça desculpas! Eu te amo! - começo a chorar, triste e emocionado.

Até que minha mãe para de falar e de respirar. Percebo que ela se foi. Não me aguento e caio em lágrimas, me culpando por tê-la abandonado e por ter sido um filho horrível. Draven entra dentro da cabana, e me vê chorando. Ele se aproxima perguntando o que houve, mas ele acaba percebendo que minha mãe morreu.

Ele senta ao meu lado, e eu não me aguento e acabo deitando em seu peito, chorando muito. Ele me abraça, me deixando protegido, enquanto choro. Ele começa a dizer que está tudo bem, que não preciso me preocupar, que ele está ali para mim.

𝑪𝒐𝒏𝒕𝒊𝒏𝒖𝒂...

A LUA CHEIA (EM ANDAMENTO)Onde histórias criam vida. Descubra agora